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Wayne de Gotham | Resenha

Nada melhor do que ler uma história sobre o Cavaleiro das Trevas para comemorar o aniversário do Morceguinho, não é mesmo?! Para essa ocasião especial, escolhi Wayne de Gotham que é uma história que mistura passado com presente.

O livro começa com Batman cercado por inimigos, com armas pesadas apontadas para ele. O normal seria enfrentá-los e acabar logo com aquilo, porem os “inimigos” são pessoas comuns que tiveram suas mentes manipuladas para encontrar na morte de Batman a solução de todos os seus problemas.

Com certeza um trabalho de Spellbinder… Entretanto, logo fica claro que Spellbinder é apenas mais uma mente manipulada e que Batman está longe de encontrar o responsável por todos aqueles crimes.

A história volta ao passado. 1958, quando Thomas Wayne é um jovem recém formado na faculdade de medicina e está prestes a iniciar seu período como residente no Hospital de Gotham. Também somos apresentados a Martha Kane, uma jovem que utiliza a fortuna de sua família para sustentar uma vida cheia de excessos e más companhias.

De volta ao presente, Bruce começa a planejar meios de descobrir quem está mexendo com a mente das pessoas em sua cidade e como Batman acaba encontrando vários vilões com quem já lutou no passado. A sensação que tive durante a leitura era de que cada vilão era uma “fase” e que Batman precisava passar por todos eles (Scarface, Dr. Moon, O Espantalho, Harley Quinn, Coringa, Query e Echo) para chegar ao chefão.

Em cada encontro com um dos vilões, Batman encontra pistas sobre o passado de seus pais, abrindo aí o espaço necessário para a história voltar ao passado.

As visitas ao passado são narradas por Thomas, enquanto a história do presente é narrada por Bruce. Essa divisão dá titulo ao livro, pois não se trata de uma história apenas sobre o Batman, mas sim duas histórias sobre dois Waynes que viveram em Gotham em tempos diferentes, mas que tem seus desfechos interligados.

Em Wayne de Gotham encontramos o real motivo da morte dos pais de Bruce e o acompanhamos em sua jornada de conhecimento para descobrir quem seus pais realmente foram. Também temos um vislumbre um pouco mais aprofundado da relação conturbada entre Bruce e Alfred.

James Gordon aparece algumas vezes ao longo da história, mas de forma um pouco mais superficial do que o que foi apresentado no cinema, por exemplo. Fox é apenas citado duas vezes, não chega a ser pertinente ao enredo.

Durante a narrativa, Tracy Hickman descreve detalhadamente o bat-traje, suas funcionalidades e como Bruce foi aperfeiçoando cada detalhe. O Batmóvel também tem ampla descrição e alguns trechos da trama se passam quando Batman está dentro do veículo, assim conhecemos detalhadamente o interior do carro.

Quando volta ao passado, o carro modificado utilizado por Thomas também é minunciosamente detalhado. Já as descrições dos personagens são focadas principalmente em suas características faciais, as sobrancelhas são destaque nas descrições – risos.

Minha única ressalva fica para a edição do livro que ficou a desejar, faltou uma boa revisão antes da publicação, mas nada que diminua a experiência de viajar pelo universo obscuro de Batman.

No mais, achei o desfecho da trama coerente e plausível, deu uma boa explicação do porquê de Gotham ser tão cheia de criminosos psicopatas e loucos. E também aprendi um pouco mais sobre a história da cidade, principalmente sobre o Asilo Arkham.

Todas as histórias do Cavaleiro das Trevas são permeadas por simbolismos, obscuridade e profundidade. Nesse livro não é diferente, Batman constantemente se vê contestando seus ideais e as verdades que considerava absolutas.

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