Filmes e Séries

Tudo Bem No Natal Que Vem (Netflix) | Crítica

A Netflix nos deu o melhor presente de 2020, e ele veio justamente no Natal, data para lá de especial. Num ano que o Natal será diferente de todos os outros, recebemos Tudo Bem No Natal Que Vem, o melhor filme de Natal que eu já vi em tempos e que todo mundo tem que assistir.

No filme acompanhamos Jorge, interpretado pelo brilhante Leandro Hassum, que é um pai de família que odeia o Natal pela necessidade de preparar a casa para a família, o estresse das compras de última hora e dos presentes, as tradições e as velhas piadas do tio (“é pavê ou pacumê?). Jorge pode ser muito bem um membro da sua ou da minha família, é uma pessoa que convive conosco em todo Natal ou que já passou pelas nossas vidas alguma vez, fazendo com que o filme toque o coração de muita gente.

Hassum interpreta o “Grinch brasileiro”, aquele que odeia todo Natal e só quer acabar com aquela data que tanto perrengue traz a sua vida, porém o filme traz um elemento muito especial ligado a isso: Jorge não se lembra de nada no resto do ano durante a véspera de Natal. Todo dia 24 de Dezembro para ele é como se fosse o primeiro dia que aquele fenômeno aconteceu em sua vida, em 2010. Os anos se passam e em todo preparativo da ceia natalina, Jorge só se lembra que o Natal foi ontem e o quanto ele odeia toda aquela rotina burocrática.

Junto da sua esposa Laura, que a princípio é uma das únicas que sabe do seu distúrbio, ele tem o desafio de todo ano passar por uma retrospectiva de tudo o que aconteceu e ele não pode se lembrar. E a rotina é sempre a mesma: a esposa, os dois filhos, o cunhado que sempre lhe pede dinheiro, o tio que rouba o peru, a cunhada que está de namorado novo e o avô que sofreu um derrame e não solta uma palavra a anos. Assim é o Natal dessa família, que todo o ano se repete.

O filme mescla muito bem a comédia que é marca forte de Leandro Hassum, mas durante sua 1h40 traz o drama de uma forma que é impossível não provocar o choro em quem assiste. O espírito natalino é uma utopia em nossas famílias e no nosso dia-a-dia, mas porque não aplicamos ele em nossas vidas? Sejamos pessoas que unem suas famílias e compartilham bons momentos não só em uma data festiva, mas sim nos 365 dias do ano, afinal a vida é um sopro.

Por diversas vezes enquanto eu assistia o filme, eu me vi na pele do personagem, ou vi alguém da minha família que não passa mais o Natal comigo ou que ainda passa mas daquela forma vazia. É aquele tipo de filme que funciona para todos os públicos, mas principalmente para ver com a família num fim de semana sentados todos no sofá. Vai provocar muito riso, mas também conscientização e inevitavelmente o choro e comoção, pois tenho certeza que você verá sua família ali.

Já disse isso aqui diversas vezes, e precisamos valorizar a produção nacional sim! O filme é sucesso não só no Brasil, sendo top 1 em diversos países pela Netflix, incluindo o seu maior mercado, os EUA. Não é um mero acaso ou coincidência do destino pelo espírito natalino. De fato, temos uma obra-prima nacional em nosso catálogo, e é um filme digno de aplaudir de pé a atuação de Leandro Hassum.

Que o espírito natalino invada a casa e a família de todos não só nesse Natal, mas durante os outros 364 dias do ano que não podemos esquecer. Um Feliz Natal!

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