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Por que Thor Ragnarok é o filme com mais consequências em Guerra Infinita?

Antes de qualquer coisa preciso, preciso não, tenho a extrema obrigação de dizer que se houve algum personagem que tenha saído “vitorioso” no terceiro filme dos Vingadores, esse herói foi Thor. O Deus do Trovão, acredito eu, chegou ao ápice do seu poder no MCU e, finalmente, mostra toda força que o seu personagem tem nos quadrinhos.

antes de prosseguir, este texto está recheado Com alguns spoilers, que podem estragar a sua experiência, se você ainda não assistiu ao filme.

Vingadores: Guerra Infinita ignorou completamente o que parecia ser uma regra.  As suas cenas iniciais quando os heróis mostram seu poder ao expectador, meio que matando a nossa saudade deles. O filme começa mostrando dor, morte e destruição. É uma clara sequência da cena pós créditos de Ragnarok, mas com salto temporal. A luta já aconteceu, metade dos asgardianos já estão mortos e possivelmente a outra metade fugiu com Korg e Walkiria, a pedido do Thor.

Thor, aliás, já estava no chão, Loki subjugado e Heimdall a beira da morte. A cena só não estava mais desesperadora porque, a princípio, não víamos Hulk, esperança que se foi poucos segundos após o gigante esmeralda surgir ao encontro de Thanos, já com a jóia do Poder em sua manopla, e perder “na mão” no embate com o Titã.

O cenário para o filho de Odin parece caótico, se pensarmos que poucos dias atrás ele já havia perdido seu Pai e há poucas horas seu reino havia se extinguido pelas mãos de sua irmã. Agora, perdeu seu irmão, que finalmente alcançou o seu arco de redenção, e seu melhor amigo, ambos em mortes cruéis.

Ragnarok, segundo a mitologia, representa a escatologia nórdica, um evento marcado por uma série de eventos e uma grande batalha que resultaria na morte de diversos deuses. Essa explicação caótica, colocou em cheque se o terceiro filme da franquia asgardiana teria o peso dramático necessário, já que desde seu anúncio o filme dirigido por Taika Waititi deixou claro que seria uma comédia sobre heróis, fato que realmente se concretizou.

Apesar do grande sucesso de bilheteria, muitos espectadores se sentiram incomodados com a extinção dos Deuses ser uma comédia, acreditando que tiraria o peso dramático dos eventos, porém, no final das contas, o longa foi o filme com mais consequências do estúdio.

A morte de Odin, destruição de Asgard, o sacrifício por um bem maior foram reais e irreversíveis e o Ragnarok culmina com os 5 minutos iniciais de Guerra Infinita. Thor não tinha mais nada a perder, tudo que lhe importava estava destruído, salvo o fio de esperança. A esperança de que ao menos uma parte de seu povo sobreviveu, a esperança que poderia honrar a morte de sua família, amigos e súditos. O Jornada de Odinson só é possível por todos os eventos do seu terceiro filme, que reverberam neste épico dos heróis mais poderosos da Terra.


Outra cena importante pra destacar a evolução do personagem é o momento em que aciona o núcleo da
Forja de Nidavellir, somente um ser com uma força devastadora conseguiria suportar aquilo. Ragnarok deixou canônico que Thor não precisa do martelo, ou qualquer arma, para invocar seu poder, ele é a fonte de seu poder, porém fica claro que, como era o Mjolnir, o Deus do Trovão precisa de um objeto canalizador, que como um gerador para um hidrelétrica, concentre todo seu poder em ação isoladas, como viajar no espaço por exemplo.

Outro herói que tem seus atos espelhados pelo último filme de Odinson é Hulk. Sim o gigante esmeralda após a derrota para Thanos e sua queda no Sancto Sanctorum, volta a ser Bruce Banner e não parece disposto a entrar em cena novamente. Muitos falaram em medo, vergonha e outras coisas do tipo, mas a minha aposta é pirraça, sim pirraça.


Hulk deixou bem claro em Ragnarok que não queria mais ser o Monstro verde na Terra, já que ninguém o entendia, o amava ou lhe era grato, assim como era em
Sakar. Na Terra, sempre será um monstro, com um o único propósito de destruir a vida das pessoas, um incompreendido. Ele não faz a mínima questão de ajudar pessoas que sempre o trataram com ingratidão e desprezo e, como uma criança de 3 anos de idade, faz o que sua mente, infantilmente afirmada no filme anterior, manda: Não vou ajudar! Pode ter medo, vergonha no cerne dessa pirraça, até pode, mas Hulk nunca fugiu de uma batalha por medo apenas e, neste caso, os motivos de sua pirraça foram bem explicados pelo verdão.

O fato de Hulk não estar na batalha final em Wakanda deixou as coisas mais equilibradas, já que o gigante deixaria a invasão bem mais difícil para os filhos de Thanos.


Mas e
Loki? Bem, é verdade que já estávamos cansados do plot, que já se tornava repetitivo do Deus da Trapaça, ajudava, traía, ajudava, traía… Esse ciclo infinito de ações incomodava também a Thor, como ele mesmo mencionou em Sakar, mas com a reação dele contra Thanos, parece que tudo que houve em Asgard pesou na consciência do irmão adotivo e finalmente toma a atitude correta ao tentar matar o titã. Lógico que não teve sucesso em sua ação, mas seu ato de redenção, até mesmo heróico, mostrou que como foi impactante o Ragnarok em sua jornada e sua morte foi honrosa.

Sim é lógico que o sua ganância pelo poder não iria embora de uma hora pra outra e ele carregava o tesseract com ele, fato que resultou no ataque de Thanos a nave Asgardiana, mas a jóia uma hora ou outra seria capturada pelo Titã, mas o fato como aconteceu, permitiu, de maneira conveniente, que tanto o núcleo terráqueo (Dr. Stranger, Wong e Stark), quanto o cósmico (Guardiões da Galáxia) se movimentassem a ponto de entender suas motivações e objetivos de Thanos e o contra atacar.

O arco dramático, iniciado em Ragnarok, culminou em toda a exposição do poder de Thor, que quase evitou o genocídio cometido por Thanos, se tivesse mirado na cabeça (putz), e mostra que nada é por acaso no MCU e mesmo por trás de uma piada pode haver um elemento importante pra todo o universo compartilhado.


Isso sem mencionar que o tom sarcástico, leve e piadista que
Chris Hemsworth impôs ao personagem deu um frescor e muita personalidade ao Deus do Trovão e a mescla com o peso de ser o único Deus sobrevivente deu mais background, já que até então Thor era apenas um marionete, praticamente um figurante de luxo no MCU. Era subaproveitado e tinha diálogos e tramas apagadas, aponto de ser irrelevante na maioria das vezes.

Thor é a estrela dos vingadores em Guerra Infinita e a merda só não foi maior na terra graças a tudo que houve em Ragnarok. Obrigado Taika Waititi. você entregou um dos melhores e mais importantes filmes do MCU, só resta aguardar o virá em Vingadores 4.

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