Terminado o segundo episódio da nona temporada de The Walking Dead, a única coisa que ecoava em minha cabeça era a frase do ex-líder dos salvadores, Rick estaria tentando salvar o mundo ou apenas o preparando para volta de Negan?
Porque por mais que o Xerife tente trabalhar pelo bem das pessoas e a união das comunidades, tudo parece desandar no final, até quando ele conseguirá manter seus aliados com a mesma disposição?
Este questionamento é o que conduz trama desde o início do episódio. Passaram 35 dias desde a morte de Gregory, as comunidades estão trabalhando “juntas” na reconstrução da ponte. E, olhas só, a simbologia disso.
Uma ponte é um elo entre dois lugares isolados e o fato da trama se passar em volta da (re)construção deste elo, em meio a brigas, discussões, racionamento e também trabalho em equipe, é só uma alegoria pra reconstrução do mundo. Não vai ser fácil. Como Negan questionou, é fácil contar histórias sobre os dias bons, mas e os dias ruins, esses serão dignos de uma conversa entre os dois?
O salvadores são difíceis, estão acostumados a mão pesada do ex-líder, depois de conseguirem muitas coisas na força é difícil se adaptarem a postura conciliadora do líder de Alexandria.
O conflito de Daryl com o cabeludo mala é só a ponta do iceberg, mostra que há descontentamento entre os seguidores de Rick, e o motoqueiro não está de todo errado, não dá pra impor um estilo de vida goela abaixo.
O Rick mesmo é questionado, será que não está tomando o mesmo caminho de Negan?
De outro lado também temos em Hilltop as consequências da tentativa de golpe em Maggie, que apesar de estar dura e inflexível no começo, olha para o passado, através do Earl, o ferreiro, e enxerga que, a exemplo de Hershel, seu pai, as pessoas podem mudar.
Em um ato de misericórdia, fornece suprimentos para o Santuário mesmo não tendo recebido o etanol como contrapartida.
Por falar nesse sumiço, fica claro que há um assassino misterioso eliminando os salvadores, prejudicando os acordos, tentando prejudicar a intervenção do Rick. Quem será? Um novo personagem? Um traidor? Um salvador inconformado? Ou um sussurrador?
Sobre desenvolvimento de personagens tivemos uma clara evolução de Enid, a nova médica, Aaron que agora perdeu um braço e novo ship Padre Burro e Anne Lixosa, que saíram de coadjuvantes dispensáveis pra possíveis papéis de destaque na temporada.
Outro destaque foi a tensão da cena das toras de madeiras destruindo os zumbis, esteticamente foi bem interessante.
Depois da cartas postas à mesa no primeiro capítulo, tivemos as consequências de tudo que nos foi apresentado e o clima parece que só vai esquentar. Diferentemente da última temporada, o tom apresentado para até agora agrada muito mais, resta saber se Rick irá segurar a barra. Veremos.