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Review | The Walking Dead S08E02 – The Damned – A Guerra agora é moral.

Quando os produtores de Walking Dead prometeram porrada, tiro e bomba durante a oitava temporada, realmente não estavam de brincadeira. O segundo episódio da série mostrou nesta noite de domingo, 29, muitos confrontos entre os aliados de Rick e vários postos avançados dos Salvadores. Por outro, lado tivemos os já famosos dilemas morais, que permeiam a série desde a season 1 e, pra finalizar, um retorno inusitado nos minutos finais do episódio.

Assim que o episódio acabou comentei:”poxa, mas só teve luta, queria mais desenvolvimento”. Neste momento percebi que entrei em um seleto, e cada vez maior, grupo conhecido como walkinghaters, que precisam arrumar um motivo pra reclamar ao final de cada episódio. Não que o capítulo de ontem tenha sido o melhor do mundo, e também vamos ser justos, a última temporada não foi muito amigável com audiência. Mas efeito onda da nossa querida série, foi aplicado no maior estilo Fanfic e isso me preocupa demais.

A equipe criativa está entregando o que os fãs tanto sentiram falta: Ação! E não que seja ruim, mas o desenvolvimento da série não pode ser focado apenas nisso, e pior, no caso do episódio de ontem, a ação foi usada como cortina de fumaça para enrolação tradicional da série. Como no primeiro episódio tivemos 99% do episódio focado nas ações de Rick e no instante final alguém do grupo é enquadrado. Parece que foi criada uma nova fórmula: munição infinita, brigas viscerais, cortes rápidos, closes emocionais, planos mirabolantes e no finalzinho aquele cliffhanger maroto pra deixar a gente pensando a semana toda. Por enquanto está dando certo, afinal sono eu não senti, como em vários episódios da temporada anterior, mas se vai colocar a trama pra frente e contar uma boa história, só o tempo vai dizer.

Sobre o agitado episódio, tivemos um enredo simples, afinal o plano de Rick parece ser derrubar o maior número de postos avançados de uma só vez. A princípio, de forma bem violenta, sem perguntar, só atirar. Mas no decorrer do episódio alguns personagens começaram a se questionar se é realmente necessário tanto sangue.

Jesus e Tara tem um tenso confronto moral, a menina dos óculos coloridos acredita ser o certo matar geral, claramente afetada psicologicamente pela morte de sua ex namorada, Denise. Já os cabelos mais sedosos de Hilltop acredita na clemência aos salvadores que se entregam e mesmo quando um salvador finge boas intenções e tenta matá-lo, Jesus poupa sua vida, talvez de maneira inocente. A discussão no maior estilo TeamMaggie x TeamRick, mostrou que o grupo pode não estar tão unido e que possa haver um possível racha entre as facções.

Morgan volta ter outra crise. O apocalipse zumbi realmente não fez tão bem a ele (a ninguém, é verdade). Uma hora, um monge budista, em busca da paz, em outra é praticamente um snipper, eliminando com tiros certeiros cada inimigo. O choque entre as duas atitudes transparece o que o confronto dele, diferentemente da dupla já citada,o confronto dele é interno e resta saber qual morgan prevalecerá.

No núcleo do Reino, temos Ezequiel, o rei otimista (até demais) versus uma pragmática Carol, que subvertem os papéis do final da temporada anterior, no qual o rei fugia de confrontos até a eterna mãezona sugerir a guerra. Suspeito que merda vai começar a feder neste grupo. Destaque pro zumbi diferente, e provavelmente sem pele, que eles encontraram no caminho. Seria uma pista que os Sussurradores estão próximos?

No núcleo de Tobin (que provavelmente morreu), Erick (que vai morrer) e Aaron (você não!) não rolou nada de interessante, mas personagens precisam morrer, não é mesmo?

E finalmente, no que deveria ser um estoque de armas, Rick e Daryl buscam, sem sucesso, o arsenal dos salvadores e ao não encontrar questionam a lealdade de Dwight. Ao se dividirem, ambos se questionam também, o arqueiro encontra um cativeiro parecido com o que ficou no Santuário e claramente fica estremecido. No fim das contas, os salvadores eram pessoas comuns, que passavam por lavagens cerebrais para seguir um líder. Será que no fundo são tão más assim, poderia ser ele no lugar delas.

Rick parece ter se emocionado ao ver fotos de salvadores com familiares e ao encontrar um bebê, chamado Grace, cujo a pessoa que ele acabara de matar em uma briga bem violenta, poderia ser o pai. Será que a imagem de Judith veio a sua mente? Será que ele questionou a si próprio que poderia estar matando apenas pessoas que queria sobrevive com suas famílias?

Fato é que o equilíbrio entre a sobrevivência, que exigem medidas violentas e questionáveis, e a moralidade, que é o princípio de qualquer sociedade, é justamente o ponto central da série, é o que move o Rick, desde Atlanta, é o que move Morgan em busca de uma vida melhor, é o que fez Maggie sobreviver. Carol, Tyreese, Morgan, Gabriel, Hershell e o próprio Rick já se questionaram em algum momento e talvez esse é o crescimento necessário para o caminhar da temporada.

“A minha misericórdia prevalece sobre a minha ira”

Pra fechar o episódio temos um retorno, muito pedido nos fóruns da série. Sim, walkers, ele voltou. Morales, personagem (insignificante, diga-se de passagem) da primeira temporada, que se separou do grupo do Rick e fugiu com mulher e 2 filhos para outra cidade.  O que houve com ele, de Atlanta até agora? O que houve com sua família? Estão vivos? Por que se uniu aos salvadores? São tantos questionamento sobre este presente de Robert Kirkman, que esquecemos de questionar o óbvio: Ele vai estragar o plano de Rick?

Aguardemos então as consequências deste encontro e todos os ataques no próximo episódio e por hora vamos agradecendo as mentiras sinceras dos showrunners, que nos prendem ao show e nos dão esperança de termos uma grande temporada.

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