Filmes e Séries

Review | The Punisher (O Justiceiro)

O Justiceiro (The Punisher) chegou este mês na Netflix e foi uma boa surpresa, levando em consideração as últimas séries da parceria entre Marvel e Netflix. Frank Castle (Jon Bernthal) é de longe um dos personagens mais pedidos para protagonizar sua própria série, a sua primeira aparição na segunda temporada de Demolidor foi tão boa que resultou em 13 episódios. Esta primeira temporada aborda os eventos após a segunda temporada do demônio de Hell’s Kitchen, quando achamos que a guerra de Frank Castle havia acabado. Vamos entender melhor a série que trabalha muito bem fora do ambiente dos Defensores, não é uma série de super-herói e sim reflexo deles para este anti-herói.

A série demorou para ter sua data de estreia anunciada devido aos últimos acontecimentos nos Estados Unidos, a Netflix chegou a cancelar uma grande aparição do elenco na New York Comic Con em outubro, devido ao tiroteio em massa de Las Vegas, no qual 58 pessoas morreram e 546 ficaram feridas.

A primeira pergunta que surgir ao começar a assistir o primeiro episódio: a justiça foi realmente feita na vingança da sua família Frank? Vemos Castle no anonimato, em uma construção empunhando sua marreta e acertando repetidamente a parede e ignorando os demais no local, possivelmente atormentado tanto por seus demônios pessoais quanto pelos horrores que ele viu ao servir seu país. Não esquecendo da violência que se mostra muito presente na série, vemos Frank trabalhando seu psicológico ao longo dos episódios.

O que posso dizer aqui antes de aprofundar melhor, Jon Bernthal é realmente a versão definitiva, superando todos os filmes feitos até hoje do personagem. Ele de fato soube dar a intensidade traumatizada de Frank com calor e humor no ponto à medida que os episódios se desenvolvem, sem esquecer o temperamento explosivo do personagem ou demônios que convivem com ele.

Par de Bernthal na série, Ebon Moss-Bacharach vive o papel de Micro/ David Lieberman, outro homem perseguido por seu passado, tornando-se o parceiro de cadeira do Castle. Apesar dos primeiros episódios não mostrar isso pois cada um tem suas motivações e um objetivo em comum, a parceria foi ótima.

Não é obrigatório assistir a última temporada de Demolidor para entender a série, o que ocorre é apenas é que em seus primeiros episódios, não informam o suficiente para explicar a história recente de Frank e entender porque ele estava morto. Não se apoiar nas séries produzidas, ajudou para que o Justiceiro evitasse problemas que aparecem todas essas séries. Apesar disso, tivemos a participação Deborah Ann Woll, a repórter Karen Page.

Começamos a ver as pessoas que estarão na trama: a dupla de agentes da segurança nacional Dinah Madani e Sam Stein (Amber Rose Revah e Michael Nathanson), Billy Russo (Ben Barnes, aquele mesmo de Westworld) que serviu junto com Castle nas forças armadas e não é necessariamente aquilo que parece (ao terminar a série você entenderá melhor).

Sobre Madami, a série explora sua história como um agente do departamento da segurança nacional no Irã e nos EUA. Isso faz com que Madani e Frank Castle se encontrem, pois ambos acusam a mesma conspiração de dentro e fora do sistema em que cresceu secretamente.

Há um grupo de apoio de veteranos, liderado pelo amigo de Frank, Curtis (Jason R. Moore), no qual os veteranos de diferentes origens lutam para entender o mundo em que estão se reintegrando. Nós somos apresentados a série de amigos de Frank nas forças armadas, apenas alguns dos quais estão cientes de que ele ainda está vivo.

Estes personagens estão bem envolvidos na trama por que a série se preocupa em apresentar uma relação de funcionários corruptos e oficiais militares, todos dignos de suspeita, só que vemos nada tão intimador quanto Frank. Apesar da ação, The Punisher tenta examinar seriamente o significado da guerra, as consequências da violência a longo prazo e a forma como são tratados os veteranos de guerra.

Nos primeiros episódios vemos a abordagem sobre a inteligência dos EUA na era da guerra contra o terror.  Nem tanto as lutas, explosões ou as perseguições de carros, mas o que começa a ficar em destaque é a desconfiança e intriga de profissionais da inteligência que não conseguem confiar uns nos outros, além de começar a entender porque a família de Castle foi assassinada de verdade.

Devo confessar até por conta das histórias que acontecem em paralelo com a trama principal, a narrativa faz com que os episódios intermediários fiquem bem arrastados, deixando aquela “barriga” na série, o que faz pensar que os 3 primeiros e 3 últimos episódios são os melhores.

Um dos principais assuntos que foram abordados, a série foi neutra sobre o que deveria ser a solução para a violência, falando sobre o porte de armas, criando padrões de caráter tanto para o direito de armas, quanto para o controle de armas nos Estados Unidos. Se você pensa que Justiceiro é só tiros, mortes e explosões, você de certa forma vai se surpreender ao descobrir o quanto é pesada e brutal a série é, com seus fundamentos emocionais, além de situada aos tempos atuais.

Não vou entrar mais em detalhes e deixo você meu caro leitor, com a opinião de que vale a maratona. Justiceiro é uma boa série da Marvel e Netflix. Ponto fortes podemos destacar pela performance de Bernthal e o elenco de apoio. A narrativa para enfrentar questões políticas difíceis nem sempre funciona bem, mas vale a tentativa, mesmo em momentos mais fracos, a série não deixa a desejar em relação as suas antecessoras.

O que achou da série? O que podemos esperar para a próxima temporada? Deixe sua opinião nos comentários!

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