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O Mundo Sombrio de Sabrina (Netflix) | Crítica

Desde que o “Remake” de Sabrina foi anunciado, eu comecei a marcar os dias em um calendário até seu lançamento. Esperava uma série boa, mas o que recebemos foi um presente maravilhoso da Netflix!

Antes de mais nada, esqueça a palavra remake, O Mundo Sombrio de Sabrina é completamente diferente da versão que assistimos nos anos 90. Baseada na série de quadrinhos, de mesmo nome, de Roberto Aguirre-Sacasa e publicada em 2014.

A bruxa Sabrina Spellman vive com suas tias bruxas, Hilda e Zelda, seu primo Ambrose e Salem, seu animal familiar (que nessa versão não fala), na mansão dos SpellmanSpellman, situada na cidade de Greendale, um mortuário ao lado do cemitério e pertinho de um bosque macabro. Aproximando-se de seu décimo sexto aniversário, ela deve escolher se vai se tornar uma bruxa completa ou seguir uma vida mortal com seu namorado, Harvey Kinkle.

A série tem uma fotografia e direção extremamente semelhante a de Riverdale, também criada por Aguirre-Sacasa. Com um visual bem obscuro, tenebroso e vintage (em referência aos anos 60 da HQ), a série é um prato cheio para os amantes de filmes “trashs”. Sangue? Garganta cortada? Corpos abertos? Rituais? Demônios? Temos, sim senhora!

Cada um dos episódios reserva momentos distintos de terror grotesco e choque visual. A primeira temporada traz aspectos e referências aos clássicos, como O ExorcistaA Noite dos Mortos VivosOs Fantasmas se Divertem e A Hora do Pesadelo, além, é claro, de citações da cidade de Riverdale.

Com um elenco majoritariamente feminino, a série aborda (sem piedade) o machismo, preconceito, bullying, devoção cega à religião, ocultismo, sexualidade, identidade de gênero, amadurecimento e empoderamento feminino. Os destaques ficam por conta de Michelle Gomez como Sra. Wardwell, uma professora da escola humana de Sabrina e Miranda Otto, como Tia Zelda, completamente diferente da que conhecemos nos anos 90.

Apesar de pequenos pontos abertos, a caracterização dos demônios e o CGI dos animais familiares, que deixam a desejar, a série entrega em sua 1ª temporada um roteiro com uma proposta bem executada. A série consegue elaborar todos os apelos necessários para cativar o seu público, e ainda tem entretenimento para agradar à espectadores casuais. Talvez o show seja aquilo que pode ser chamado de blasfêmia, mas é exatamente isso que faz com que seja tão divertido.

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