Resenha | O Casamento

O segundo livro de Victor Bonini me deixou novamente surpresa. Prometi que leria apenas alguns capítulos e 12 horas depois já havia devorado todo conteúdo. Quando termino um livro do Bonini eu sempre fico a sensação de ter feito papel de trouxa, mas sabe qual a parte interessante disso? A única coisa que consigo sentir é satisfação por ter lido outro livro impressionante.

Aqui estamos nós e o detetive Conrado Bardelli (Lyra) diante de mais uma investigação, desta vez uma mais simples. Ricardo Gurgel, um homem rico e casado, recebe mensagens que ameaçam expor para o mundo seu caso com a jovem Vanessa.

A oportunidade para desmascarar o chantageador aparece junto a um convite de casamento. Lyra havia estudado com o pai da noiva e Gurgel havia sido seu vizinho por anos. Convite aceito, após muita relutância, iniciamos aqui mais uma assombrosa investigação.

Diana e Plínio se casariam na pequena cidade de Joanópolis, o evento aconteceria durante 5 dias em um agradável hotel-fazenda. O casal se conhecera 2 anos antes em uma festa universitária, em uma situação desagradável (neste momento já estava com muita raiva do noivo), porém ainda sim, se tornaram amigos e depois, noivos.

Ele a interrompeu com um beijo forcado. Ofensivo como um ladrão que rouba uma bolsa e bate em retirada. Diana se assustou e reagiu dando um tapa no rosto dele. Paft! Os dedos dela ficaram marcados na bochecha morena.

Mal chegara ao casamento e Lyra já notara que toda a situação parecia ser surreal. Os convidados tinham muitas atitudes desconexas. E alguns parecem desconfiar do motivo de sua presença no evento. Graças ao caso Eric (confira a resenha de Colega de Quarto), o barbudo agora se tornara famoso.

Nada daquilo, aliás, se parecia com um conto de fadas. Quanto mais Lyra conhecia os convidados, mais se deparava com o lado podre daquela gente. Não era por se tratar de um casamento que as coisas tinham de parecer um sonho.

Não bastasse a missão de desmarcar um chantagista, o detetive se vê diante de um novo crime. Um assassinato ocorre apenas alguns minutos antes do inicio da cerimonia. E, é neste momento que a trama se torna instigante, envolvente, misteriosa e espantosa.

Conrado foi naquela direção. Girou a maçaneta e vislumbrou, no interior daquela sala, uma das cenas mais horríveis que veria em toda vida. (…)

O que torna o livro fascinante é uma trama absolutamente fluida, detalhada, complexa e bem aprofundada. Novamente, o autor acerta na construção dos personagens, todos são muito bem definidos, cada qual com sua particularidade (e nossa, quantas particularidades), e como cada um deles se interligaram ao longo da narrativa. De maneira engenhosa, Victor nos guia em situações que pareciam esclarecer todo o mistério. Pistas falsas e reviravoltas são colocadas ao longo da história e tudo isto torna o final surpreendente e, definitivamente, muito bem amarrado. Passei a leitura toda tentando ligar os pontos e liguei cada um deles de maneira errada (hahaha).

A diagramação do livro, como sempre, está excelente. Destaque para capa que possui relevo localizado e para a divisão de partes é feita com páginas pretas que intensificam ainda mais o mistério. No inicio tive dúvidas sobre o tamanho na fonte, que parecia muito pequena, mas em momento algum atrapalhou a leitura e imagino que se fosse maior não daria conta de segurar o livro, que já é bem grande (hahaha).

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