Filmes e Séries

Narcos México (Netflix) | Crítica

Narcos é um tipo de série que me chama muito a atenção. Com um aspecto de documentário, mas com ação e drama para prenderem o espectador, José Padilha consegue mais uma vez acertar ao contar a história do narcotráfico no México.

Depois das 3 temporadas de Narcos contando a saga de Pablo Escobar e os narcóticos colombianos, Narcos México surge para contar o outro lado da história. Enquanto toda a treta acontecia na América do Sul, o que rolava em outra parte da América Latina?

Felix Gallardo (Diego Luna)

Nem tão sangrenta e perturbadora como Narcos, a série mais uma vez acerta em atuação com grande elenco. Enrique Camarena, o Kiki, interpretado por Michael Peña (Homem Formiga), faz o papel do bom policial, que tem a dura missão de driblar corrupção e politicagem para cumprir seu dever. Felix Gallardo, o chefão de tudo, é interpretado por Diego Luna (Rogue One). Os dois dividem os papéis principais ao decorrer dos 10 episódios, e cada um a sua maneira, conduzem de forma brilhante as atuações.

Não só os protagonistas que justificam minha alta avaliação nas atuações. Tenoch Huerta(007 contra Spectre) é genial como Rafa Quintero, Joaquín Cosío (The Strain) é imponente como Don Neto, e a crescente do personagem de Matt Letscher (Flash), como Jaime me surpreenderam no decorrer da série.

Jaime (Matt Letscher) e Enrique “Kiki” Camarena (Michael Peña)

Confesso que o roteiro é lento, e não empolga quem não curte série do gênero. Aqui não temos Pablo Escobar pra sair colocando fogo em inimigo ou metralhando a cabeça de quem falar uma palavra contra. Felix Gallardo é bem gentleman quando a ele é comparado, visto que lida com diversas lideranças opositoras e a necessidade de persuassão por meio de subornos ou favores, desde a polícia, o exército e até a liderança de outras praças, como são chamados os cartéis no México.

Mesmo parado o roteiro não tem falhas, e constrói do início ao fim o poderio de Felix, a luta do DEA para confrontar corrupção entre polícia, exército e políticos mexicanos, a batalha de Kiki em provar que tem algo de errado naquela história, e a ascensão de pequenos líderes das praças por todo México.

Rafa Quintero (Tenoch Huerta) e Don Neto (Joaquín Cosío)

A fotografia e trilha sonora seguem muito bem, fórmula esta que se mantém de Narcos, trazendo ao espectador os principais aspectos culturais do ambiente através da música e das paisagens, contrastando os dois Méxicos de forma muito nítida: a riqueza e ostentação dos líderes das praças, a humildade e pobreza dos coletadores de maconha.

Ao final do 10º episódio, há uma perspectiva promissora de continuidade. Se mantiverem  a fórmula e um bom elenco, não há como errar. Narcos se consolida, a cada nova temporada, como uma das melhores séries originais Netflix.

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