Comemorando o mês do Halloween, muita coisa de terror e de gêneros próximos estão saindo no catálogo da Netflix, uma delas é Apóstolo, o mais novo trabalho de Gareth Evans, conhecido por seu trabalho em Operação Invasão e V/H/S 2.
No ano de 1905, Thomas é enviado para uma ilha na Grã Bretanha para resgatar sua irmã, que foi sequestrada e mantida como refém por um grupo de fanáticos religiosos pagãs. Thomas é um ex missionário cristão, que foi torturado durante o Levante dos Boxers, rebelião chinesa contra o cristianismo e as culturas ocidentais. Thomas entra como um cidadão dessa ilha, que é regida por um profeta que acredita numa deusa da floresta, e vive infiltrado esperando a oportunidade de resgatar a sua irmã.

Tecnicamente, Apóstolo é um filme acima da média. A direção de Evans tem um toque bem individual, e as cenas em terreno aberto são repletas de quadros abertos. Seja em cenas no mar, no alto das montanhas britânicas ou no meio da plantação de trigo, a sua construção do ambiente é bem trabalhada. Em contrapartida, em cenas que precisam de um plano mais fechado, ele consegue dar aquela sensação de claustrofobia e agonia que o filme pede. As cenas mais pesadas são bem trabalhadas e o filme não te dá sustos gratuitos, ele sempre tenta construir o terror com silencio e suspense na medida certa. As atuações são ok, não comprometeram o filme, mas senti um pouco de exagero em algumas cenas que pediam um tom mais sóbrio.

Não dá pra falar muito do longa sem estragar a experiência, mas o filme é uma homenagem ao clássico Homem de Palha, de 1973. Então tem diversas semelhanças na trama e em algumas cenas. Porém, não gostei de algumas decisões criativas para a trama, e o final vai de contra a mensagem que o filme tentava trazer o tempo inteiro, que era ser contra a idolatria e o quanto a religião pode manipular as pessoas, uma pena.