Filmes e Séries

Retrospectivas | As decepções no cinema em 2018

Dizia minha mãe, crie galinhas, mas não crie expectativas. Afinal, a gente é apaixonado por nossos seres fantásticos favoritos e esperamos sempre o melhor deles. E vou te contar, se teve coisa boa no cinema, infelizmente também teve muita coisa ruim, e pensei, fazer um texto analisando os piores filmes do ano ia ser muito bad, porque apenas falar de filme ruim é uó.

Então resolvi falar do nosso mundinho, o mundo Geek, da fantasia, que criamos expectativas e que, muitas vezes, são frustradas por roteiros ruins, atuações deprimentes, diretores preguiçosos e outras coisinhas mais. Hoje vamos falar do filmes mais decepcionantes de 2018.

Eu te amo… eu sei.

Se tem um fã chato neste mundo é o de Star Wars. “Ainnnnn O Luke nunca diria isso”, “Mas isso não é canônico”, “Na Hq 345, de setembro de 1987, ele fez diferente”. Pois é, vocês sabem do que eu estou falando. E o que tem na cabeça da Lucasfilm em fazer algo como Han Solo – Uma História Star Wars?

Não que o filme seja ruim, longe disso, o filme é aceitável, tem um enredo divertido, excelentes efeitos especiais, mas não dá pra fazer isso, cagando com um mito como o nosso mercenário querido e esperar que os fãs da saga lotassem o cinema.

Se não bastassem os inúmeros problemas na produção, com troca de diretor, novos personagens, regravação de 80% do filme, problemas com atuação e produção, o filme não empolgou e flopou nas bilheterias. Com um custo: estimado entre US$ 275 e 300 milhões e uma arrecadação mundial de US$ 392,9 milhões, o filme não só é a pior bilheteria da saga, como também de um prejuízo de aproximadamente US$ 100 milhões para Lucasfilms. Precisa dizer mais alguma coisa? Han First Floop.

O Príncipe dos Ladrões (de expectativas)

Ninguém pode dizer que a intenção do diretor não foi boa, afinal, tá na moda essa releitura de histórias clássicas, com toques contemporâneos, tramas politizadas e uso de elementos supersaturados e usados mais que branco no ano novo em filme de ação (leia-se cortes rápidos do Michael Bay e camera lenta do Snyder).

Mas de boa intenção o inferno está cheio, e nem o carisma de Taron Egerton, o nosso Kingsman, e do “pequeno” Jamie Foxx salvaram Robin Hood – A Origem, que sendo sincero, ninguém pediu ou se empolgou com o trailer, e mesmo prometendo ser inovadora, foi muito genérica e bebeu de uma fonte bem conhecida por todos nós.

Inspirado (chupinhado) claramente em Batman Begins, só que ruim, os roteiristas só ajudaram o diretor Otto Bathurst a fazer um cosplay, mal feito, do Nolan, inclusive convocando um cover do Hans Zimmer pra compor a trilha sonora. A intenção talvez fosse preparar caminho pra uma sequência, mas o filme não decolou e amargou 16% de aprovação do Rotten Tomatoes.  Foi a maior floopagem de Sherwood.

Uma dobra no Floops

Se a estrela do Mickey Mouse brilhou muito em 2018, foi mais por conta das subsidiárias que do próprio estúdio Walt Disney. Dos mais de US$ 7 bilhões arrecadados em 2018, “apenas” US$ 900mi  foram arrecadados com os 5 longas do estúdio. Se 3 desses filmes tiveram recepções mornas, 2 foram um total fracasso, de público e crítica.

Uma dobra no Tempo parecia ser interessante, bom elenco, uma sinopse com apelo, efeitos especiais bem feitos, mas é mais insosso que salada de chuchu. Não decola em momento algum, aliás a única coisa que decola no filme é um alface gigante, isso mesmo que você leu, um alface gigante.

E olha que o longa foi dirigido pela premiada Ava DuVernay (Selma: Uma Luta Pela Igualdade), mas com US$ 100mi de orçamento, fora o marketing, o filme amargou a arrecadação US$132mi, sendo que só foi pior que Quebra Nozes e os 4 Reinos, o pior filme da Disney em anos.

O longa baseado em conto de 1816 até tem um visual bonito, mas tem aqueles probleminhas básicos de 2 diretores com visões diferentes do projeto, que apesar de assinarem em conjunto, nem se cruzaram no set, um roteiro confuso e uma protagonista tão sem graça, que faz a Bella de Crepúsculo merecer o Oscar da Carisma, se existisse um.

Se você é daqueles espectadores fanáticos, que engolem qualquer coisa que o estúdio da magia faz, periga você gostar, mas saiba que isso não faz o filme ser bom, apesar que acho que nem o fandom comprou o live-action, já foi outro prejuízo nas bilheterias, gastando US$ 130mi  pra arrecadar somente US$ 162mi. Os floops somos nozes. (essa foi terrível!)

Sou fã e não quero só service.

E quando um dos filmes mais aguardados do ano se torna a maior decepção? O recém criado o Wizarding World, universo de J.K. Rowling, que engloba os filmes da saga Harry Potter e Animais Fantásticos, ganhou um presente nada satisfatório, o pior de seus 10 filmes.

A crítica não engoliu o roteiro fraco, a montagem esquisita e a direção preguiçosa de David Yates, e nem os maravilhosos efeitos visuais fizeram o filme escapar de uma avaliação de apenas 38% no  Rotten Tomatoes.

O “público civil” não abraçou o filme, o fandom ficou dividido por decisões tomadas pela autora, e com orçamento de US$ 200mi de produção e US$ 120mi de marketing, o filme arrecadou pouco mais de US$ 615mi,  perigando até dar prejuízo nos cinemas, fato inédito para a franquia Bruxa. Quer entender como um filme dá lucro ou prejuízo, leia aqui.

O fato que mesmo as decisões da J.K. não é o problema do filme, apesar de incomodar boa parte dos Potterheads,  já que tudo pode ser “revertido”, consertado ou explicado, nos próximos 3 filmes. O longa amontoa problemas técnicos e de desenvolvimento e “esquece” a história contada no primeiro filme, e por consequência o devido valor aos, até então, protagonistas.

Não que trama de Grindelwald não seja infinitamente mais interessante que falar de criaturas fantásticas, aliás, este é um mérito (talvez o único) da escritora como roteirista. O personagem, interpretado brilhantemente por Johnny Deep é muito bem escrito e desenvolvido e talvez seja um dos melhores vilões dos últimos anos, mas todas as outras subtramas são irrelevantes, mal desenvolvidas ou são apenas fan services jogados na tela, sem o menor critério. O primeiro erro da franquia, depois de todo este tempo.

Nem toda decepção dá prejuízo

Venom foi a maior surpresa das Bilheterias de 2018, afinal como pode um filme tão ruim fazer tanto sucesso? A resposta pode até ser simples. Porque é divertido. Simples.

Algumas cenas do filme são tão sem noção que poderiam fazer parte de algum filme do Adam Sandler, ou dos piores fiascos do Nicholas Cage. E olha que a interação do Eddie Brock com Simbionte é muito bem feita por Tom Hardy, que dificilmente decepciona.

O filme é tão ruim que dá a volta e fica bom. Você percebe que as cenas foram pensadas para serem sérias só que o que resultado beira a galhofa e começa a arrancar risadas. O roteiro é previsível e conveniente? Sim. Mas isso só deixa o filme mais surreal , o que parece ter funcionado com quem assistiu.

O que decepciona é saber a qualidade do material base e como o filme poderia ter feito sucesso pelos motivos corretos. Infelizmente é ruim, mas é bom. Só venom pra crer.

Eu poderia até perder tempo falando de 50 tons de liberdade, A freira, Desejo de matar, e mais um porrada de filmes, mas não é decepção, isso era previsão. Até 2019 e com bons filmes.

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