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Rambo: Até o Fim – É realmente o fim Digno? | Crítica

Depois do retorno de Rocky Balboa em Creed e Creed 2, Stallone não perderia a oportunidade de trazer seu segundo personagem de maior sucesso, John Rambo. Rambo: Até o Fim, é o típico filme que traz o estudo de um personagem conhecido e consagrado, sendo visto de dentro pra fora.

Se a cena de introdução mostra que Rambo está na ativa, e ainda é um ícone de heroísmo, o modo como John vê as coisas é que torna tudo distorcido à sua maneira. O primeiro filme, Rambo: Programado para Matar, já trazia o debate do que a guerra pode fazer com um homem, e tentava a sua maneira, levar a questão do estresse pós-traumático à sério. Nesse filme, ao ser questionado sobre ser um homem bom, e ter mudado sua raiz assassina, ele é categórico em dizer que não mudou, apenas guarda todos esses sentimentos de maneira com que não cause danos a mais pessoas.

Depois do quarto filme, Rambo voltou para sua casa no Arizona, onde vive com Maria Beltran, uma ex empregada e governanta da família, e que é como uma irmã de criação de John, e sua sobrinha, Gabrielle, uma adolescente que perdeu a mãe nova graças a um câncer, e o pai a abandonou. Ao completar 18 anos, Gabrielle resolve ir ao México, atrás de seu pai biológico e acaba sendo sequestrada por um Cartel do Narco tráfico, comandado pelos irmãos Martinez.

É a partir daí que a trama começa a se desenrolar em algo semelhante aos filmes da franquia Busca Implacável, mas com a visceralidade que somente o personagem de Sylvester Stallone consegue nos proporcionar. E que conseguiu surpreender pelo desfecho dos personagens, e principalmente pela forma que John lida com as coisas.

É interessante como o filme nos coloca sempre na visão do John, principalmente quando tem flashbacks e lembranças recentes de coisas que são importantes para o personagem. Todas as vezes que ele parece estar preparado para a ação, seus olhos mostram que o personagem tem uma fera dentro de si que não pode controlar.

O Roteiro, escrito pelo próprio Stallone em parceria com Matthew Cirulnick, que trabalhou em algumas séries de TV e jogos de videogame, é simples, não traz grandes reviravoltas ou aquele plot twist mirabolante. Porém, isso não o torna ruim ou problemático. A história é extremamente satisfatória, e conseguiu, junto da atuação de Stallone, nos levar ao ápice do que o tradicional brucutu oitentista de Hollywood pode chegar.

O filme não é perfeito, e tem alguns pequenos probleminhas na direção de algumas cenas que se não fosse pela boa atuação dos mexicanos, poderia parecer com aquelas novelas latinas que estamos habituados a ver na emissora do Sr. Silvio Santos. As cenas de direção de veículos durante o dia tem um problema grave de iluminação, deixando claro a tela verde por trás dos personagens, e uma cena de explosão que ocorre no último ato passa por uma situação engraçada. A cena aparece duas vezes, em takes diferentes. Em um deles, os efeitos especiais estão sofríveis, enquanto na segunda vez, parece algo digno de Oscar. Curioso, não?!

As cenas de ação são bem coreografadas, e o gore do filme consegue superar o de Rambo IV, que já era considerado bem pesado na época de lançamento. Cabeças explodindo, corpos sendo dilacerados, membros em chamas, tudo isso é mostrado de maneira crua e de ranger os dentes.

A trilha sonora do filme é boa, e consegue carregar bem as cenas de ação ou de dramaticidade que o longa exige. A fotografia é agradável, e acerta bastante durante as cenas iniciais na fazenda e no encerramento do filme. As atuações são boas, e o Stallone parece que melhorou muito a partir dos anos 2000. Ele consegue passar toda a carga que o personagem exige, e é triste pensar que essa deve ser a sua última vez no papel.

Rambo: Até o Fim, poderia ser o filme definitivo do personagem, um estudo de como a psique pós trauma pode trazer grandes problemas, e é um debate que tem se acalorado nos Estados Unidos nos últimos anos. No fim ele é uma boa história de um bom personagem e que consegue nos mostrar um último folego para uma franquia que tem seus altos e baixos. Por quanto tempo será que a cadeira de balanço irá balançar?

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