É seguro dizer, e até meio obvio, que Victor Bonini só cresce como escritor. Se me senti (positivamente) enganada em O Casamento, desta vez fiquei ainda mais animada por ter feito o famoso papel de trouxa.
Quando conversamos sobre esse livro lá na Bienal, fiquei esperando por uma história que iria pelo caminho mais simples: Uma menina que some e é encontrada morta dias depois. Meu Deus, como estava enganada!
Em Quando ela Desaparecer, conhecemos a história de Kika, uma jovem de 16 anos que já viveu dias horríveis, perdeu seu pai ainda pequena, sofre bullying no colégio e sofreu uma agressão gravíssima que lhe deixou irreconhecível. Como desgraça pouca é bobagem, dois anos depois, a garota é sequestrada em um passeio da escola. O problema? Seus colegas acham que ela merecia sumir!
E é aí que nossa história começa, uma corrida em busca de salvar essa garota, segredos que começam a ser revelados, assassinatos, fake news e histórias que não parecem reais.
Meia hora depois, o diretor e o professor de biologia encerraram o intervalo e chamaram os alunos para fazer uma fila. Era o fim do passeio. Mas no momento de contar os nomes, perceberam que faltava um. Quem? Demorou até que dessem pela ausência dela, talvez porque Kika não tinha amigos que sentissem sua falta.
Conrado Bardelli (Lyra) também aparece no livro, mas não como protagonista, embora ainda utilize todo seu poder investigativo para solucionar o grande mistério. Diferente dos livros anteriores, Quando ela Desaparecer, é narrado por Sarah, colega de classe de Kika que também acaba envolvida em toda a situação, e atualmente é uma jornalista em busca de respostas.
O livro segue um formato documental e jornalístico (como um Livro-Reportagem) com mapas, recortes de jornais (devidamente bibliografádos), transcrições de conversas e e-mails e até mesmo prints de redes sociais. Como alguém que conhece (e, é tecnicamente guarulhense), a obra se tornou ainda mais interessante devido ao uso de imagens reais da cidade da Grande São Paulo, já que faz com que tudo tenha um ar de realidade.
Victor sabe muito bem como manipular seu leitor (e isso é extremamente positivo). Quando temos certeza de que encontramos o culpado(a), somos surpreendidos por um novo plot twist. E de plot twist ele entende, neste livro perdi a conta de quantos foram e um era melhor que o outro (tá fazendo aula com o Shyamalan? hahaha). O destaque fica sempre a cargo das pistas falsas e reviravoltas que são colocadas ao longo de seus livros e que culminam em mais um final surpreendente e, definitivamente, muito bem amarrado.
O autor entrega uma história absolutamente alucinante, detalhada, complexa e bem aprofundada. Victor estabelece personalidades distintas e ricas para cada um de seus personagens, todos são muito bem definidos, cada qual com sua particularidade e características (principalmente psicológicas).
A diagramação deste livro atingiu um novo patamar. A Faro escolheu mesclar o livro com páginas coloridas (bege, preto e cinza) que determinam os tempos em que a história ocorre. Além disso, a distribuição das imagens, recortes etc. dão ainda mais mistério e geram mais ideias e suposições em nossas mentes. A impressão, como sempre, está excelente, com cores vivas na capa e qualidade em seu miolo.
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O livro figura ser bem agradável, embora existam muitas histórias com o fato principal ser um desaparecimento, meio batido essa temática, mas parece que o desenrolar da história e o desenvolvimento dos personagens no decorrer da trama trazem um requinte bem especial.
A avaliação com nota 10 em todos os parâmetros apresentados induzem, parcialmente, o leitor a ler esse livro.
Oi Douglas, tudo bem?
Sim, a premissa parece bem comum. Mas todos as reviravoltas da história a tornam única e muito interessante.
Achei bem interessante também ler um livro nesse formato de reportagem, nunca tinha lido algo assim.