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Punho de Ferro – 2ª Temporada | Crítica

Depois da terrível primeira temporada, as expectativas estavam baixas para a continuação da história de Danny Rand, o Imortal Punho de Ferro, protetor de K’un Lun. Como levar a sério uma série sobre um dos maiores artistas marciais dos quadrinhos, com lutas terríveis, um protagonista chato e desinteressante, e um enredo que não sabe onde quer ir?

Bem, a segunda temporada de Punho de Ferro conseguiu corrigir a maior parte desses problemas, começando com o problema das lutas. Contrataram o coreógrafo de lutas de Pantera Negra, e conseguiram transformar um de seus maiores defeitos em sua maior qualidade. Todas as lutas da segunda temporada são bem feitas, inclusive, tem umas cenas de flashback com o duelo entre Danny e Davos para descobrir quem iria enfrentar o dragão, e conseguiram criar uma imersão absurdamente boa. Outro problema da primeira temporada era a falta de foco na trama, toda hora o Danny tinha um objetivo diferente, e eles se cruzavam, mas depois se afastavam um do outro, e a falta de carisma do protagonista fazia nosso interesse ir pro ralo. Nessa temporada o foco é bem claro e específico: Após a derrota do Tentáculo, a Triade tomou conta de Chinatown, Davos quer os poderes do Punho de Ferro para enfrentar as gangues, e Danny Rand fica no meio do fogo, entre salvar a sua comunidade e derrotar Davos. 

Punho de Ferro

Danny Rand e seu ator não são carismáticos, e apesar da melhora de atuação, e principalmente de direcionamento do personagem, a solução que os diretores adotaram foi focar em tudo que gira ao redor do protagonista, e mostrar como todo mundo reage ao que acontece ao Daniel, e não o inverso. A ideia é boa, e funciona principalmente com a chegada de Misty Knight, que tem um papel importante na trama. O problema é que o drama familiar entre Danny, Joy e Ward é prolongado demais, conseguindo estragar a boa trama criada para cada personagem. Veja bem, Ward tem um ótimo arco de redenção e aprendizado, Joy tem seus momentos de vilania, Danny tem seu relacionamento interminável com Davos, e tudo funciona bem separadamente, mas em todos os momentos que eles cruzam as tramas, a séria se perde em diálogos intermináveis e perde tempo adiando soluções óbvias o tempo inteiro. A melhor dinamica é entre Danny e Ward, mostrando como o ator que faz o Ward consegue carregar bem todas as cenas, o cara consegue variar de um psicopata problemático, à um irmão preocupado e que faz piadas ruins em momentos de nervosismo. 

Punho de Ferro

Outra personagem que tem um arco bem legal é Colleen, que transformou o dojo em seu lar com Danny, e agora trabalha num centro comunitário, ajudando a população de outro jeito após aposentar sua espada. Seu relacionamento com Danny é bem trabalhado, e é legal ver os dois crescendo juntos. A personagem faz parceria com Misty Knight no desenrolar da trama contra Davos, e a interação da dupla gera bons diálogos. Misty fica tentando convencer Colleen a se juntar a polícia, dizendo que ela tem um bom faro investigativo, e é bem divertido como elas se completam em cena, fazendo Misty uma convidada muito mais legal que a personagem de Rosário Dawson na temporada passada. O último lado da trama é a visão de Davos, que quer se vingar de Danny, e começa a trilhar seus passos como o conhecido Serpente de Aço dos quadrinhos, e mostra o quão impiedoso e voraz o personagem pode ser para conseguir conquistar seus objetivos.

Punho de Ferro

Olhando friamente você deve estar pensando: “Então essa temporada é boa, correto?” Errado! a série evoluiu muito desde a temporada anterior, e corrigiu a maioria dos problemas, mas se você analisar sem um contexto de comparação, ela ainda não é nem perto do que a parceria Marvel Netflix nos mostrou com Demolidor. O colírio pros olhos é a quantidade e a qualidade das lutas, pros fãs de Kung Fu, a série é um prato cheio, com golpes retirados diretamente to Tai Chi e do Wing Shu. Infelizmente a trama continua sendo um peso, e a primeira metade da série é massante. Teve episódio que eu parei na metade, fui comer alguma coisa, e depois voltei pra continuar assistindo, de tão chato. Aos fãs de quadrinhos, prestem atenção em uma personagem chamada Mary, o arco dela é bem legal e tem uma certa fidelidade.

A segunda temporada de Punho de Ferro mostra uma clara vontade de evoluir e acertar com o personagem, uma pena que mesmo consertando a maior parte dos problemas o núcleo familiar continua sendo um problema, e a série ainda não seja realmente boa. Pelo menos o final da temporada deixa um gancho extremamente promissor pro futuro, e acerta em cheio nas conclusões.

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