Nos dias 1 e 2 de fevereiro, como de tradição, foi realizada na SABA, em Atlântida, a 24ª edição do festival “Planeta Atlântida”. Para esse ano, a expectativa estava altíssima, principalmente devido a line-up de peso. Contando com artistas brasileiros, super renomados, de diversos estilos, como, Alok, Anitta, Henrique & Juliano, Wesley Safadão, e internacionais, como o trio britânico Clean Bandit.
A estrutura do evento manteve um certo padrão, baseado em edições anteriores. O Palco Planeta como palco principal e o Palco Atlântida como palco secundário. Outro palco alternativo é o Planeta Funk 92, onde diversos nomes do funk brasileiro se apresentaram durante os dois dias. O baile funk da Schin e a baladinha da Coca-Cola também marcaram presença animando muito a galera entre os shows. Para quem quisesse ter uma vista privilegiada do evento, a Renner convidava os planetários para uma volta na roda gigante.
Com o lema novo do “só quem vai SENTE”, esse ano além de muita animação e música boa, outra coisa que acompanhou os planetários, foi a praticamente tradicional: CHUVA! Mas nem isso mesmo conseguiu desanimar essa galera muito doida. A ansiedade era grande para entrar no evento, que abriu os portões às 16h do dia 1º de fevereiro.
Agora irei contar para vocês um pouquinho de como foi a minha experiência nesses 2 dias muito intensos.
DIA 1: TERREMOTO QUE VIROU TSUNAMI!
Chegamos para o primeiro dia de Planeta as 19h, após muita chuva na fila e no caminho de vinda. Já aproveitamos para carregarmos nossas pulseirinhas e vermos os preços das comidas e bebidas, além de dar uma conferida geral nos palcos e nos espaços dos patrocinadores.

Após um tour rapidíssimo, nos abastecemos e seguimos em direção ao palco Planeta. Chegamos para a última música do Vitor Kley, “O Sol”, que estava encerrando a abertura oficial do Planeta. Ela foi precedida pelo histórico musicista tradicionalista, Neto Fagundes! Parecia até combinado, de uma forma misteriosa, a chuva cessar minutos antes do ato dessa música. O Hype da galera aumentou ainda mais para o grande dia que vinha pela frente ainda!

O show seguinte, foi do cantor gaúcho de Reggae, Armandinho, considerado o padrinho do festival. Trazendo artistas plásticos para o palco, que durante suas apresentações pintaram quadros. O cantor também trouxe aquela vibe super positiva para os planetários, através de suas canções que falam muito sobre a natureza e sobre o amor. Rolou músicas como “Pescador”, “Reggae do Tramandda” e “Semente”. A galera foi à loucura no momento em que a produção alcançou a placa de “SOLD OUT”. Armandinho foi ovacionado, e por mais uma vez, esgotar os ingressos para o Planeta!
O sambista Ferrugem, deu sequência ao espetáculo, porém como não éramos muito ligados no som dele, aproveitamos o tempo do show para dar outra voltinha pelo festival. Compramos algumas bebidas, para nos prepararmos para o show que viria na sequência: Anitta! Esse era o show que mais estávamos esperando, e o hype era gigantesco.

Como ninjas, buscamos uma “ilha segura” em meio a todas as gigantescas poças, resultadas da chuva. Enfim posicionados, o grande momento chegou, Anitta aparece no palco junto de sua equipe de dançarinos e banda. Já chegou com uma roupa super chamativa, toda de lantejoulas rosas.
No seu repertório trouxe diversos sucessos de sua carreira, desde “Cobertor”, até músicas mais atuais como “Bang”, “Machika” e “Veneno”. Porém, o que pegou todos de surpresa foi a apresentação da recém lançada “Terremoto”, gravada em parceria com MC Kevinho. O “release” do vídeo havia saído a 12 horas no YouTube.
Nesse ponto o público já estava “on fire”, rebolando que nem loucos e com os ânimos nas alturas. Mas o que ninguém esperava, literalmente, era que Anitta fosse soltar essa:
“Essa noite eu decidi fazer algo diferente. Eu vou lançar uma nova música aqui, e vou gravar o clipe dela aqui”.
No momento histórico, não sabia nem como reagir. Um outro nível estava sendo atingido nesse Planeta. Tudo ficou muito mais claro quando Anitta chamou ao palco a dupla de DJs brasileiros do Jet Lag. Eles anunciaram a nova parceria para a música “Zé do Carroço”, um hit dançante que fala sobre a vida do brasileiro pacato dentro das favelas.
No meio da música o trio que ali se apresentava pediu para que todos se abaixassem, e que na contagem de “1…2…3!”, era para que todos pulassem. E não deu outra, quando o “3” foi falado, a galera pulou lá nas alturas. Só para ter uma noção, a galera pulou tanto, mas tanto mesmo, que a água que estava embaixo da terra, subiu, deixando praticamente todo o chão “alagado”. Nem mesmo os pés molhados fizeram a festa parar.
Para o ato final do show, MC Zullu foi chamado para o palco para uma espécie de “baile funk”. Trazendo hits como o tradicional “Movimento da Sanfoninha” e medleys funk sobre a música “Show das Poderosas”. Muito animada, Anitta deu sua entrevista para o pessoal do Planeta, contando que foi uma noite inesquecível e certamente deixando uma grande marca para todos que acompanharam o espetáculo.
O show de uma hora e meia da diva brasileira foi maravilhoso, mas nos custou muitas garrafinhas de água para nos hidratarmos. O calor era real e a agitação pesou bastante! Por isso, decidimos assistir de longe o show seguinte, de Wesley Safadão. Assim, recuperamos as energias para o próximo show. Nesse momento passamos para comer nas barracas de comida, que por sinal eram muito variadas. Tinha Subway, hamburguers, batata frita, pizza, e até mesmo Waffles com sorvete, uma delícia!
O final do primeiro dia de Planeta se aproximava, junto ao show do DJ brasileiro Vintage Culture, outra atração que estava esperando muito para finalmente assistir ao vivo e a cores. Cara, é difícil ser imparcial nesse momento, por que eu acho o cara o bichoooooooo!

O show começou com seu tradicional vídeo de aquece, animando a galera em uma contagem regressiva. Na sequência estourou a SABA com o hit dançante “Save Me”, já em meio a madrugada do sábado. Eu nem sentia o cansaço, apenas o som, e as cores, sim, isso mesmo, as cores. Foi um festival de cores e iluminação. Drops marcantes, luzes e fogos de artíficios fizeram da SABA uma grande balada, levando todos a cantar, dançar e pular sucessos absolutos do DJ, como “Cante Por Nós”, “Feeling Good”, “Ai Ai Ai” e “Pour Over”.
Praticamente todo o set apresentado pelo DJ foi autoral, representando muito bem a música eletrônica. Tivemos 2 “headliners” desse estilo. E para fechar, com chave de ouro o primeiro dia, o último som tocado por Vintage Culture, foi o seu conhecido “Manifesto”, uma música que além de muito linda, pode finalizar o dia com muito respeito e boas vibrações, e muitos fogos de artificio, emocionando muitos presentes e com o público ovacionando o DJ!
DIA 2: DE CORPO E ALMA LAVADOS!
Para o segundo dia, saímos mais cedo de casa e fomos direto à SABA. Chegando precisamente as 19 horas no Palco Planeta, para ver o show de uma baianinha arretada, que pra mim é um dos maiores nomes do Rock brasileiro, Pitty!
Abrindo a segunda noite de shows, em minha modesta opinião, ela realizou um dos melhores shows do festival tanto em questões técnicas como de escolha de line-up. Trazendo sua nova turnê, “Matriz”, com promessa de novo álbum para esse ano, a rockeira baiana trouxe um mix de sons e estilos diferenciados em suas canções tradicionais, como “Teto de Vidro”, em uma roda de violão.

Além de aquecer a galera com os hits “Me Adora”, “Equalize” e “Admirável Chip Novo”, ela trouxe a parceria de Tássia Reis e Emmily Barreto para a música “Contramão” e uma participação em “Máscara”. De forma emocionante o show termina com a música “Serpente” em uma homenagem ao dia de Iemanjá, fazendo os planetários cantar a música em coro!
Parecia que seria uma noite linda de céu aberto! Porém, tudo começou a mudar quando o show dos britânicos do Clean Bandit se aproximava. O céu começou a estranhamente escurecer, e eis que o trio, acompanhado de vocais, surge no palco. No mesmo momento em que começam tocar “Symphony”, deixam o palco, em meio a uma tempestade.

O céu desaba em Atlântida por 40 minutos, e nem mesmo as capas de chuva resistiram, molhou foi tuuuuuuuudo! Mas se você acha que a galera desanimou ou vaiou isso, você está muito enganado. Parecia que a animação da galera aumentou. Depois da pausa e da chuva, o grupo retornou ao palco, para um show épico!
Agora sim, com bandeirinha do Brasil nos instrumentos e muita animação. Abriram o show com “Symphony”, e emplacando hit atrás de hit. Para recuperar o atraso, o grupo britânico não perdeu o fôlego e em um show extremamente dançante, trazendo sucessos como “Solo”, “Rockabye”, “Baby” e “Miss You”.
Ao final do show, a banda fingiu que a música “Tears” iria finalizar o show. Após ameaçarem sair do palco, ressurgiram para tocar o sucesso absoluto “Rather Be”, encerrando o show de forma espetacular, tirando lágrimas da minha pessoinha. Com certeza emocionando a muitos outros.
Para a sequência da noite, veio o show que eu mais queria ver há muitos anos, Capital Inicial! Provando mais uma vez, que apesar do Planeta ser nos dias de hoje um festival muito eclético, o Rock ainda consegue unir todas as tribos, assim como fazia o “Norvana” (quem entendeu, entendeu).

Liderada por Dinho Ouro Preto, a banda trouxe grandes sucessos ao palco, como “Fátima”, “Depois da Meia Noite”, “Veraneio Vascaína” e o sucesso da Legião Urbana, “Tempo Perdido”. É difícil dizer qual momento do show foi mais incrível, teve placa de “SOLD OUT” sendo erguida. Teve a música “Que País é Esse?” sendo dedicada em forma de protesto ao desastre ocorrido com a barragem em Brumadinho/MG. Teve também participação especial, de nada mais nada menos do que Lucas Silveira, vocalista da banda porto-alegrense, Fresno!
Lucas acompanhou a banda nas baladas “Não Me Olhe Assim” e “Primeiros Erros”, e antes de se despedir deixou uma mensagem muito linda para o público. Ele disse sobre como era emocionante ver toda aquela galera unida, cantando aquelas músicas com tanta emoção.
Para o fim do show, ficou o hit “À Sua Maneira”, cantado em coro pelo público e fechando de uma forma memorável a participação do Capital Inicial, em sua 7ª vez no Planeta. A galera estava tão empolgada que após a música, gritou: “Mais um, mais um, mais um…”. Infelizmente devido aos atrasos a banda não pode cantar mais uma canção, porém teve Selfie da banda com o público, em meio aos gritos daquela velha expressão: “Do cara***”!!!
A essa hora, já chegávamos à meia noite, a chuva retornava e o cansaço começou a bater. Assim, utilizei o tempo dos shows principais de Atitude 67+Thiaguinho e Henrique & Julianopara descansar. Me alimentei e deiuma visitada no palco Atlântida. Dei uma conferida breve nos shows do grupo de Rap Oriente e a dupla de DJs brasileiros do Chemical Surf.
Para o Oriente, o palco Atlântida virou uma verdadeira arena rap. Acompanhados de diversos sucessos da carreira do grupo, como “A Dama e o Vagabundo” e “Vagabundo Também Ama”. Em sequência, o grupo emendou diversas batidas mixadas e performances de Beat Box, enquanto a chuva cessava.
Para encerrar o palco Atlântida em 2019, os DJs do Chemical Surf, fizeram um show com explosões e muitos drops. A dupla de irmãos trouxe trabalhos muito conhecidos na cena eletrônica brasileira, como “Feeling Good” e “Hey Hey Hey”, além de diversos mixes de músicas como “Matei o Presidente” de Gabriel O Pensador e “Rockstar” de Post Malone. Muito animados e lá em cima a galera finalizou o show e rapidamente já se direcionou ao palco Planeta. Ali aconteceria o show que encerraria o festival: Alok.
Renomado internacionalmente, e eleito o 13º melhor DJ do mundo, o brasileiro Alok, vinha quente para encerrar oficialmente o festival. Logo de cara, um vídeo mostrando um pouco da história dele, do garoto sonhador e trabalhador, que acreditou em sua música e hoje está no topo dos DJs brasileiros.

Com um mashup das músicas “BYOB” e “United”, o show teve início e Alok apareceu nos pick-ups, mostrando muita energia e animação, trouxe uma performance diferente do usual, com muitos remixes de músicas consagradas, como “I Gotta Feeling” do The Black Eyed Peas, “Gasolina” de Daddy Yankee e “Titanium” de David Guetta part. Sia.
Dos seus maiores sucessos, “Hear Me Now”, “Ocean” e “Big Jet Plane” tiveram um maior destaque, com as letras sendo apresentadas nos telões gigantescos, acompanhadas de muitos fogos de artificio. Nem mesmo com a lesão que ele tinha no pé, impediram de parar o espetáculo de luzes e som, transformando a SABA em uma grande consagração a música em geral.
Após uma noite muito chuvosa veio o ponto alto do show, Alok agradece a chuva, através da música “Ai, Ai, Ai, Ai”, dizendo:
“Vamos sair daqui de alma lavada”.
E por fim show se encerrou próximo as 5 horas da manhã, com um festival de fogos no céu, que começava a clarear a luz do dia de domingo, finalizando sua performance com a sua recém lançada música, “Pray”, e agradecendo todo o público após uma apresentação intensa e muito eclética.
Foram 2 dias inteiros muito intensos. Animados e que deram um espetáculo, cada centavo que foram investidos nesse festival valeram a pena. Foi o meu primeiro Planeta Atlântida, e já garanto que irei para o próximo. Será a edição de bodas de prata do evento, protagonizando sua 25ª edição.

“Os guri, as guria”, todo mundo curtiu, cansamos bastante por culpa da chuva, mas nem isso tirou nosso ânimo para acompanhar as atrações, que por sinal estavam muito boas, esse ano o line-up ao meu ver foi muito bem escolhido, visto que o público que atende ao festival é muito variado, tendo bandas para agradar todos os gostos, desde o rock ao funk.
E aí meus planetários, quem foi ao festival curtiu e sentiu? E se você não foi, ano que vem o que acha de se juntar aos guri para mais uma edição?
Conheça um pouco mais do festival pela playlist do Spotify: