Literatura

Pistas Submersas | Resenha

O livro Pistas Submersas foi escrito por Maria Adolfsson e lançado aqui no Brasil nesse ano de 2020, pela Faro Editorial. Essa história é ambientada em Doggerland, uma área de terra que ligava a Grã-Bretanha e a Europa continental, mas nos dias de hoje essa faixa se encontra submersa. Além de registros históricos, quais outras histórias esse pedaço de terra pode nos contar?

A detetive Karen Eiken estava de folga no dia do Festival das Ostras, um evento super aguardado no calendário de Doggerlang. Juntamente com seus amigos ela resolve aproveitar esse dia para curtir, mas ela acaba exagerando um pouquinho no vinho e quando acorda no outro dia ela tem apenas duas certezas: primeira, ela vai ficar com uma ressaca das bravas e segunda, um arrependimento daqueles enormes, ela tinha ido para a cama com o seu chefe Jounas Smeed. Após sair de fininho do hotel onde passou a noite, Karen retorna para sua casa, que fica na região de Langevik, no caminho ela olha em direção a uma casa, onde uma mulher está retornando para dentro após um mergulho matinal, essa pessoa é Susanne Smeed, ex-esposa de seu chefe. Karen chega enfim em sua casa e consegue dormir o resto da tarde para se recuperar do dia anterior, mas no meio de seu sono ela recebe uma ligação de seu superior dizendo que ela assumirá um caso brutal de assassinato que acaba de acontecer, Susanne é encontrada morta dentro de casa.

Com quase 50 anos, dessa vez Karen realmente chegou ainda mais no fundo do poço e sente-se como se tivesse 70.

Contada em terceira pessoa você consegue acompanhar a investigação por completo e todos os fatos que estão sendo revelados. Você consegue acompanhar Karen nessa busca e pressão para achar o assassino e também para lidar com o fato de que é o único álibi de seu chefe e ter que manter isso em segredo. Mas conforme ela vai se aprofundando na investigação acaba descobrindo que todo o crime pode estar ligado a acontecimentos do passado, quando uma comunidade hippie foi instalada na cidade, nos anos 70. A trama vai se desenrolando aos poucos e histórias vão se conectando e também sendo reveladas. Muitos segredos e pistas ficaram por muito tempo submersos naquele território.

Com uma abordagem bem explícita ao relatar as cenas e fatos que aconteceram, o livro e a trama acabam ficando pesados, no sentido de “precisa ter estômago” para ler a descrição delas. Para mim, esse é um ponto bem positivo do livro, pois te faz mergulhar na história e realmente sentir as frustrações e as sensações que os personagens estão sentindo. Outro ponto que acho relevante destacar é o como a autora expõe o machismo que a Karen sofre, por ser mulher dentro de uma delegacia e as coisas que ela tem que aguentar todos os dias por ser mulher — por isso que ela ter ido para a cama com o chefe foi um erro grotesco, já que ele é um dos principais personagens que carrega essa pseudo superioridade para lá e para cá.

Então meus amigos, mergulhem nesse novo livro lançado pela Faro para descobrir mais sobre esse pedaço de terra que está aos poucos sendo trazido para fora do mar.

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