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Onisciente (Netflix) | O futuro é logo ali

Em futuro não tão distante, parte da sociedade é monitorada por um sistema de segurança composto por drones autônomos. Eu poderia definir essa série com o selo “isso é tão Black Mirror”, mas Onisciente vai além dessa premissa.

Dos mesmo criadores de 3%, a produção nacional da Netflix conta a história de Nina, uma jovem trainee da corporação Onisciente que batalha para trabalhar na empresa, assim como seu pai o fez por muitos anos. A vida dela e de seu irmão Daniel muda do dia pra noite, quando chegam em casa e encontram o seu pai assassinado com um tiro nas costas.

Todo o sistema de segurança da cidade que vivem é monitorado por drones que acusam todo e qualquer delito, desde uma agressão física até um descarte irregular de lixo. Mas, o assassinato do pai de Nina não é captado pelo sistema, para revolta da garota e do irmão. A partir daí, as motivações de Nina se voltam contra a Onisciente.

A série acerta em muitos aspectos, sabendo construir bem ao seu espectador a cidade monitorada pelo sistema Onisciente e como funciona a vida fora dela. A terra sem lei, é justamente algo próximo da nossa sociedade atual, o que faz com que a série lide com um futuro muito próximo do nosso, sem carros que voam ou coisa do tipo.

No decorrer da trama, os episódios vão ganhando cada vez mais o tom de ação e mistério, que deixam até o panorama da ficção científica como pano de fundo, numa história de sobrevivência de Nina contra o sistema. Há momentos que consigo comparar com Minority Report e Missão Impossível. E a meu ver não é nenhum pecado dizer que Tom Cruise ficaria orgulhoso dessa história.

A fotografia da série é muito bem trabalhada, com o nível de detalhe semelhante ao já adotado em 3%, se preocupando com ambientações e técnicas de filmagem nas cenas de ação. Infelizmente, a trilha sonora não ganha um destaque tão grande como na outra produção de Pedro Aguilera, mas se justifica pelas cenas de tensão total.

Falando em tensão total, Onisciente me prendeu do início ao fim. A temporada que saiu essa semana na Netflix é composta de 6 episódios de 45 minutos cada aproximadamente, e foi engolida em 2 dias. A narrativa trabalha muito com questões sociais relacionadas a libertinagem, afinal estamos lidando com mais uma obra que explora a superioridade do olho que tudo vê.

Felizmente, a Netflix acerta mais uma vez com a produção nacional em seu catálogo. Apesar de ocorrer leves deslizes com relação ao desenvolvimento de alguns personagens, torço por mais temporadas da história da corporação Onisciente, que tanto me intrigou no seu primeiro ato.

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