Quem vos fala é um grande fã de obras bem compostas do gênero de terror/suspense. Para serem boas obras, precisam entreter o espectador do início ao fim causando a sensação de medo, temor e tensão a todo momento durante a trama. Felizmente, Penny Dreadful é mais um dos bons exemplos que dou de belíssima construção do terror.
Ambientada na Londres vitoriana, a série do canal Showtime e exibida no Brasil pela HBO, é classificada como um terror fantasioso, já que lida com seres místicos e lendas da literatura inglesa. Frankenstein, Dorian Gray, Van Helsing e Drácula são algumas das citações realizadas no decorrer da série, que ou são citados em algum episódio solto, ou fazem parte do início ao fim da saga da personagem principal, Vanessa Ives (Eva Green).

A trama principal se divide entre as descobertas de Vanessa no mundo místico e as heranças de sua família, e a busca incessável do explorador inglês Malcolm Murray (Timothy Dalton) a sua filha, que sofreu com uma aparição sobrenatural em seu passado.
Mesmo com o comportamento individualista de Vanessa, ela acompanha Malcolm em boa parte da jornada contra demônios, vampiros e outras criaturas que detém o seu caminho em busca da filha. Além de Vanessa, a equipe formada por Malcolm conta com Ethan Chandler (Josh Hartnett), pistoleiro americano que conquista a atenção a partir da sua habilidade com armas de fogo.

Como bom fã da cultura inglesa, outro ponto que me trouxe um brilho ao olhar foi a presença de diversos ícones da literatura, como Dr. Frankenstein e o seu monstro, Dorian Gray, Drácula e a representação da lenda de Jack, o Estripador. Todos personagens muito bem interpretados e com uma construção que se une de forma tão natural, que nem parece terem vindo de histórias tão distintas.

Não bastasse a presença de mitos da literatura do horror, Penny Dreadful conta com diversas representações de demônios, incluíndo possessão da própria personagem de Eva Green, em uma das cenas que categorizo como uma das melhores atuações da atriz e das obras de terror na cultura pop. Toda referência de terror/suspense que me contam, eu digo: “Mas você já viu a possessão da Eva Green em Penny Dreadful?”
Ficou curioso? Veja uma parte da cena:
Em aspectos técnicos, a série é outro show a parte. Como eu já disse, o elenco é muito bem formado e atua se entregando a cada papel representado, criando uma identidade própria para lendas que já foram representadas por diversos atores no cinema, teatro ou na própria TV. Tudo isso, orquestrado por um roteiro que flui muito bem, construído por John Logan, indicado ao Oscar por Gladiador.
Trilha sonora eu sou suspeito para falar, mas só de ver a abertura dessa série já arrepia. É só uma amostra do que todo episódio traz, proporcionando uma trilha sonora de extrema imersão ao espectador. A fotografia é linda e contrasta bem os momentos de penumbra das ruas de Londres, com as aparições de Dorian Gray e sua bela residência até o tenebroso laboratório de Frankenstein.
Confira essa abertura espetacular:
Eva Green merece ser citada diversas vezes quando falamos de Penny Dreadful. Além de ser personagem principal, tem uma das melhores, se não a melhor, atuação da carreira na pele de Vanessa Ives, uma personagem forte, decidida e que tem por si só que lidar com zilhares de demônios para proteção das pessoas que ama, e que comprou a luta. A atriz mata a pau com belíssimo figurino, ostentando força em toda cena que aparece. Para mim, é sem dúvidas um ícone dentre as mulheres do terror e das séries americanas.
A série infelizmente foi cancelada em junho de 2016, mas teve um fim digno para nenhum fã colocar defeito, dando um fim épico a caçada de Vanessa, Malcolm e Ethan, marcando seus nomes com maestria na história do terror na TV.
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