Filmes e Séries

O não tão denso nevoeiro da Netflix

O Nevoeiro é uma série baseada no livro homônimo do mestre Stephen King, que estreou em 25 de agosto. Vocês devem se lembrar que já houve um filme – não lá muito bom – baseado na mesma história. Há de convir que quando você transforma um livro em um filme, muita coisa fica de fora, por isso me entusiasmei demais quando soube que a Netflix estava produzindo a série. Então, munida de uma alta expectativa e amor pelo mestre do terror, e tentando superar minha antipatia por Alyssa Sutherland ( Damn u, Aslaug, que tirou Ragnar da minha Lagertha!) fui maratonar!

A história é super promissora. A família Copeland vive na retrógada cidade de Bridgetown, no Maine. A jovem Alex (Gus Birney), filha de Kevin (Morgan Spector/ Person of Interest) e Eve (Alyssa Sutherland/ Vikings), tem um melhor amigo bissexual, Adrian (Russel Posner) que sofre bullying dentro e fora da escola. Um dia, eles vão juntos a uma festa onde Alex é drogada e estuprada. A única testemunha é seu amigo Adrian, que culpa o boy magia da escola, quarterback, crush e todos os estereótipos que você pode imaginar, Jay (Luke Cosgrove) do crime. Tudo ainda se agrava com o fato de Jay ser filho do xerife da cidade.

Essa subtrama é interrompida com a chegada de um misterioso nevoeiro. A princípio todos acham que se trata apenas de um fenômeno meteorológico, mas, de repente, algo dentro do nevoeiro começa a matar as pessoas e é aí que chegamos na especialidade de Stephen King: o confinamento. Lembram-se de O Iluminado e Under the Dome? Fugindo, as pessoas se abrigam em lugares fechados. Shopping, hospital, igreja ou dentro de casa. Assim como em outros livros, ele demonstra muito melhor que qualquer Big Brother, o que pessoas se tornam quando estão presas com outras, sem poder sair. E é aí, na especialidade do mestre, que a série se perde.

Pra começar, de todos os personagens, nós deveríamos adorar os principais, certo? Errado. Kevin é muito bom, coerente, e você se afeiçoa a ele. Mas, perdoem-me, Alex e Eve são insuportáveis. Juro que se elas morressem no início da trama, eu não sentiria falta! Os personagens secundários de certa forma roubam a cena, apesar de serem meio superficiais, Mia (Danica Curcic) e Bryan/Dixon (Okezie Morro) tem uma dinâmica bem interessante. E a MARAVILHOSA Frances Conroy (AHS) como a meio maluquinha e – inicialmente – adorável, Nathalie rouba toda e qualquer cena que participa. Mas o que me incomodou mesmo foi o exagero no estereótipo de Adrian. Desnecessário! Não quero dar spoilers aqui, só digo que uma cena do banheiro foi um desserviço sem tamanho… Sem contar a maneira que resolveram lidar com a história do personagem dele!

O roteiro é bom, apesar de algumas falhas esdrúxulas, como uma viciada em drogas se curar em um dia ou a facilidade em arrombar portas. O grande problema foi a pressa em enlouquecer as pessoas. OK! Desde o começo eles sabiam que havia algo lá fora matando gente, mas mesmo quando eles tinham comida e abrigo, um ou dois dias depois de tudo começar, as pessoas já estavam completamente surtadas! Menos, né, gente? Ou a cidade é repleta de psicopatas ou erraram feio nisso aí!

Os efeitos visuais não são ruins, mas também não são lá essas coisas. Apenas não comprometem e você acredita neles. A violência e o sobrenatural foram o carro chefe desta temporada, sempre procurando chocar o telespectador. Pelo menos a mim eles chocaram… A melhor parte da série se dá na igreja, onde mostra o que a cegueira por uma religião pode fazer com as pessoas. E é aí que bato palmas novamente para Frances Conroy, que vai de doce e adorável, para uma líder religiosa implacável, sussurrando no ouvido de todos.

De todo, não é uma série ruim. É boa, entretêm. Apenas não se aprofunda o suficiente, como deveria. O plottwist do final e a maneira que o xerife Connor terminou lidando com suas escolhas me dão a esperança de que a segunda temporada possa ser muito superior e interessante! É esperar para ver!

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