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John Wick: Parabellum | Crítica

Si vis pacem, para bellum.

“Se quer paz, prepare-se para a guerra”. A frase que dá nome ao terceiro filme do assassino John Wick, é justamente aquela que dita todo o rumo que a trama leva.

Em Parabellum, John está a frente de um dos maiores desafios que lhe foram impostos nos últimos tempos. Ele está prestes a ser banido pela Alta Cúpula, visto o assassinato de Santino D’Antonio, que cometeu dentro do hotel Continental, descumprindo um dos principais lemas da Cúpula.

A tensão vista nos dois filmes anteriores da franquia é levada ao extremo, do início ao fim do longa. Apesar de haver pequenos momentos de alívio cômico, as 2h23 de filme passam voando, visto a tensão criada pela perseguição a Wick e o sentimento de estar encurralado em todo lugar que vai, afinal, o alto escalão está em sua cola.

Depois de Nova York e Roma, Parabellum inclui na saga de John Wick um novo cenário: Casablanca, no Marrocos. As cenas no país africano além de exaltarem ainda mais a fotografia do filme, principalmente no deserto, são fundamentais para o desenrolar da trama e mostrar as origens da Cúpula, de uma ótica nunca antes mostrada na saga, mas que é explicada de forma simples e eficaz, sem deixar brechas.

Fidelidade, honra e respeito são elementos que formam a principal veia do filme, e é a partir deles que o roteiro se forma. Conhecemos mais sobre a hierarquia da Cúpula e perguntas que fazíamos nos primeiros filmes são esclarecidas pontualmente neste, por meio de personagens que já conhecemos e outros que são muito bem integrados a história.

John Wick

Sofia (Halle Berry), a Juíza (Asia Kate Dillon) e Zero (Mark Dacascos), são alguns dos novos personagens que destaco pela sua atuação impecável e importância que dão a trama, possibilitando uma continuidade no roteiro que encanta os olhos de quem já tinha sido conquistado nos primeiros filmes.

Além das novidades no elenco, Winston (Ian McShane), Bowery King (Laurence Fishburne) e Charon (Lance Reddick) não só mantém uma bela atuação, como elevam ainda mais o patamar de seus personagens, mostrando que não são meras aparições contínuas nos três filmes da série, mas que têm uma relevância fundamental para a batalha do Baba Yaga.

John Wick

John Wick (Keanu Reeves) merece um destaque a parte. Depois de conhecer os filmes, é até covardia compará-lo a qualquer outro protagonista de ação. Talvez Ethan Hunt esteja próximo dele por conta da ousadia nas estripolias, mas James Bond, Jason Bourne e afins não chegam nem perto. Keanu entrega mais uma vez um personagem temível, mestre em todos tipos de luta, movimentação e imprevisibilidade.

John Wick

Se você já se surpreendia com a lenda onde John matou três com um lápis, Parabellum entrega cenas que superam isso, causando o espanto de toda sala de cinema, visto a brutalidade e agilidade que Wick demonstra. Facas, pistolas, carabinas ou até mesmo katanas. John Wick usa de tudo e mais um pouco para sobreviver nesse filme, e protagoniza cenas que todo mundo um dia vai se lembrar.

A direção de Chad Stahelski se mantém firme, e entrega um filme com o roteiro feito para atender o propósito que Um Novo Dia Para Matar já tinha nos preparado, demonstrando um trabalho de continuidade impecável, coisa que diversas franquias falham em fazer.

Parabellum é o melhor filme da franquia, e ouso dizer que um dos melhores filmes de ação dos últimos tempos, pelo casamento perfeito entre roteiro bem montado, atuações impecáveis, performance de luta ainda mais desenvolvida do que nos primeiros e um trabalho minucioso de preocupação com a continuidade da saga. Vida longa a John Wick!

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