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IO | Crítica – O Sci-fi original Netflix

Olá meninas e meninos, tupopom? No vídeo filme de hoje vamos mostrar como fazer um filme pós-apocalíptico genérico.

Em primeiro lugar, pra dar uma base, usaremos um cenário distópico, que pareça que foi abandonado às pressas, sem planejamento e abuse de carros parados de qualquer jeito, atravessados mesmo, na rua. Ahh, não esqueça de restaurantes com copos na mesa. Vai dar aquele charme. Casas com portas abertas, é uma boa pedida pra deixar o look um arraso.

Além disso adicione uma fotografia que abuse de planos abertos, com uma paleta cinza, pra deixar aquele visual extouuuurrooo. A trama não é obrigatória, ok? Se tiver mesmo que usar, opte por um drama familiar ou talvez alguém que ainda tenha esperança na humanidade.

Não esqueça que todos os problemas foram causados pelos homens, na ganância de usar todos os recursos. É o toque final pra arrasar.

Ok, eu sei, você deve estar me achando louco, não é? Afinal, é um tutorial Make up de alguma bloguerinha ou é um crítica sobre IO, filme original da Netflix?

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Mas, acreditem, foi assim que me senti ao final do filme, lançado pelo serviço de streaming. E não que IO seja ruim, ele até tem uma boa premissa e, apesar de problemas no roteiro, uma trama com de ideias interessantes, mas a fragilidade da história deixa o filme arrastado em diversos momentos.

O mundo chegou a um colapso, o ser humano abusou de seus recursos e a atmosfera, por algum motivo, ficou irrespirável. Como resultado disso, os maiores cientistas descobriram uma solução, transportar toda população para IO, uma lua de Júpiter, até que se encontre um planeta com as mesmas condições da Terra.

Do outro lado, o Cientista Dr. Henry Walden (Danny Huston), não desiste facilmente e, junto com sua filha Sam Walden (Margaret Qualley), permanece na terra em um dos bolsões de ar ainda respiráveis.

Após uma tempestade climática, que destrói quase todos seus experimentos, Sam conhece Micah (Anthony Mackie), um ex-professor de história da Arte, justamente uma das paixões da jovem cientista, e toda a trama se desenvolve em cima da relação dos dois.

Sim, e cabe aqui deixar claro, a proposta do filme é ser mais reflexivo, com longos planos contemplativos, closes em ações e olhares, mas os diálogos são muito fracos e artificiais. Mesmo quando roteiro tenta emplacar, sem sucesso, referências a Platão e a outras obras, como o Cisne, de Paul Cézanne, as citações soam mais falsas que nota de 3 reais. (3 reais? Sim, 3 reais. 3 reais? Verdade, 3 reais.)


 Em contraste a isso, as atuações ainda tentam salvar o roteiro, mas sem muito sucesso. Margaret Qualley (Death Note), mostra personalidade em seu papel, mas nada que chegue a surpreender. Danny Huston (Mulher-Maravilha) mal aparece. Anthony (Vingadores: Guerra Infinita) está firme na atuação, tem um range dramático que quase (eu disse quase) convence a comprar o seu plot.

Outro presente é Tom Payne, o Jesus de The Walking Dead, a voz de Elon, o único elo entre a terra e IO. Sim, o filme tem apenas 4 atores no elenco.

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Além disso a fotografia do filme é o que mais impressiona, com o roxo é a cor mais ressaltada na paleta de cores. A direção de Jonathan Helpert é inventiva, mesmo com sua pouca experiência, já que é apenas o seu segundo filme.

A montagem é irregular. Ao mesmo tempo em que o 1º e 2º atos são lentos e arrastados, o último é atropelado e a resolução parece apressada.

Acima de tudo, IO esquece toda a ficção científica e aposta em dramas familiares. Por isso, não oferece respostas fáceis, não deve agradar a todos e, apesar de ter gostado da proposta e de pontos específicos, acredito que foi uma excelente ideia, muito mal executada. É uma pena (de novo) Netflix.

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