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I Am Not Okay With This 1ª Temporada | Crítica

Netflix e suas maravilhas escondidas que ninguém espera. Quantas vezes eu já não falei disso por aqui? E lá vem I Am Not Okay With This.

Num olhar rápido pelo trailer ou sinopse, aparentemente é mais do mesmo. Inspirada em obras dos anos 80, referências do horror clássico e adolescentes. Ok, Stranger Things está fazendo escola… SIM! E isso não é nada ruim.

I Am Not Okay With This é uma produção original Netflix composta de 7 episódios de 20 a 25 minutos cada em sua primeira temporada. Um tamanho perfeito para a proposta que traz, sendo passível de maratonar numa noite se você tiver foco. A série é baseada numa HQ de mesmo nome de Charles Forsman, e é categorizada como uma comédia dramática.

Bem, seu gênero não está nada errado, mas é muito além disso. Na história conhecemos Sydney, uma adolescente que tem de lidar com diversos problemas como a perda do pai, a exclusão na escola e as milhares de dúvidas para início de um relacionamento. Para isso ela conta com sua melhor amiga, Dina, que é uma das garotas mais populares da escola, mas que não faz questão desse selo, sempre buscando preservar o companheirismo com Syd.

Conforme a convivência na escola vai te causando mais e mais pesadelos, e a vida em casa não está nada fácil com o irmão mais novo e a mãe, Sydney não vê saídas para melhorar os seus dias. Tudo isso muda quando ela conhece Stanley. O garoto despojado e taxado como o estranhão da turma, não tem vergonha nenhuma do seu jeito de ser, e também tem de superar problemas em casa, já que lida com um pai alcoólatra totalmente autoritário.

Sydney e Stanley acabam construindo um relacionamento imperfeito que aos poucos se constrói perfeito. Provam que o verdadeiro amor não está nos olhos dos outros, mas sim naquilo que nós mesmos construímos, independente de qualquer influência externa. A lição que I Am Not Okay With This dá com relação a amizade e amor é fascinante.

Syd passa por momentos de muita dúvida entre topar um relacionamento mais próximo de Stanley, ou fugir dele já que pode a fazer mal como outros já a fizeram ao seu redor. Até mesmo a questão da homossexualidade é tratada de forma muito simples e perfeita na série, aonde quase um triângulo amoroso é ali composto (ops, contei demais?).

Além do drama adolescente, a série tem um outro lado extremamente bem formado. Syd acaba notando com o tempo que não é uma menina como outra qualquer, ela tem um quê a mais. O que é esse a mais? Nem ela sabe dizer, e acabamos descobrindo com ela que algum dom sobrenatural faz parte da sua essência.

Um ponto extremamente positivo e que com certeza me atraiu a atenção para a série foi o elenco principal, composto pelos talentosos Sophia Lillis e Wyatt Oleff, ambos do elenco mirim de It. A trilha sonora da série é um deleite, e se você fechar os olhos pode dizer que está assistindo qualquer clássico da Sessão da Tarde, com forte presença do ritmo Disco.

O ritmo é contagiante, e a cada episódio ouvimos a história contada diretamente por Sydney num formato de relato em seu diário:

Querido diário, vá se f****

Com fortes referências a clássicos adolescentes dos anos 80, terror clássico de Stephen King (principalmente Carrie, a Estranha), e inevitavelmente a nossa tão amada Stranger Things, I Am Not Okay With This consegue provar que mesmo com curto tempo mas com um roteiro brilhantemente bem trabalhado, é possível entregar uma obra de qualidade, que foge do padrão e surpreende.

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