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Gotham 5ª Temporada – O fim é o começo | Crítica

5 anos atrás, Gotham chegava às televisões com o intuito de contar a jornada de James “Jim” Gordon como um policial novato na corrupta e sombria Gotham City. A série prometia trabalhar cada personagem da cidade com fidelidade, ao mesmo tempo que introduzia a origem deles de maneira crível para o espectador. O quão arriscado seria uma série do Batman, sem o Batman?

A resposta estava na nossa frente o tempo inteiro, mas muitos se recusavam a admitir: o Batman só é o Batman por causa de Gotham! A sujeira, a corrupção e toda a loucura de Gotham fizeram Bruce se tornar o que ele é. E se no Batman de Christopher Nolan ser herói é fazer um gesto simples como colocar o casaco nos ombros de um garoto, aqui nosso Comissário Gordon tem a mesma função, dizendo que há luz em meio à escuridão.

Na temporada passada eu já dizia que a série caminhava para se tornar uma grande carta de amor aos fãs do Homem Morcego, e aqui nessa última temporada isso se mostrou exato. A temporada pegou referências do arco “Terra de Ninguém” nos quadrinhos, e também de Ano Zero e Ano Um. E adaptando-se conforme o universo já criado da série, temos o desenvolvimento de Bruce Wayne e Selina Kyle de maneira esperada e bem feita. As atuações, que as vezes soam caricatas propositalmente, como Charada e Pinguim, estão no seu melhor. É notável o esforço de toda a equipe para entregar o melhor possível nessa temporada final.

E se a jornada de James Gordon, que pra muitos leitores estava sendo deturpada e corrompida pelos erros cometidos, lembrem-se de Ano 1, onde Frank Miller trabalha a dualidade vivida pelo ainda capitão, enquanto presenciava toda a sujeira da cidade. Esse mesmo Gordon, que é sem sombra de dúvidas o protagonista da série, ajudou a criar a personalidade do Batman, colocando sua coragem a tona diversas vezes para proteger Bruce dos maníacos mais absurdos.

Tecnicamente a série não é perfeita, e apesar de ter uma boa trilha sonora, uma fotografia singular e um design de produção muito bom, as vezes as coisas parecem meio genéricas em alguns episódios, e em outros parece tudo em alto nível. Esse desnível técnico é comum em séries de TV, mas contando com a redução de episódios, eu imaginava um equilíbrio maior.

Gotham conseguiu se manter interessante em meio aos altos e baixos das suas temporadas, e tem na quinta temporada o seu maior acerto. Chega ao fim uma história sobre a cidade fictícia mais importante dos quadrinhos, e começa a jornada do Homem Morcego. Uma pena que todas as próximas páginas dessa história ficarão apenas em nossos corações. As vezes o fim é apenas o começo…

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