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Gotham 1889 | Resenha

O ano é 1889 e a única história se ouve pelas ruas da Europa é de um assassino brutal de mulheres, que aparentemente sem nenhuma motivação, as estripa na calada da noite nos becos escuros. Popularmente chamado de Jack, o Estripador, queria alcançar novos rumos… que tal Gotham City?

Batman? Sim, eu já ouvi falar. Talvez, em breve, ele tenha motivos para se lembrar de mim.

Com roteiro de Brian Augustyn e arte de Michael Mignola, Gotham 1889 nos mostra como seria a Gotham da Era Vitoriana, lidando com um Batman que tinha como única motivação descobrir quem um dia matou os seus pais, com um objetivo particular traçado, sem auxílio de ninguém.

Afim de entender os seus objetivos de vida, no início da HQ nos deparamos com Bruce Wayne no consultório de Sigmund Freud, simplesmente o criador da psicanálise. As lembranças de Bruce da noite do assassinato de seus pais lhe atormentam, porém a imagem clássica dos morcegos que lhe intrigam.

Não menospreze as produções do inconsciente. Elas guardam nossos desejos secretos.

Após 5 anos na Áustria, Bruce volta a Gotham se deparando com uma cidade em pleno desenvolvimento e ascensão, enquanto as taxas de criminalidade estão cada vez maiores, como exposto pelo nosso já conhecido inspetor Jim Gordon.

Afim de buscar a justiça para a cidade e com a cabeça a mil pela lembrança da morte de seus pais, Bruce assume o papel de Batman ao mesmo tempo que Jack faz seu papel brutal de matança. Com a informação chegando de forma truncada a boca do povo, surge a dúvida de qual o papel do homem morcego. Seria ele próprio o motivador das mortes do Estripador?

Deter o Estripador aplacaria o medo que a população tem do homem-morcego… mas será que quero isso?

Após um incessante jogo de gato e rato entre Batman e o Estripador, consequências gravíssimas acabam recaíndo ao homem morcego, que tem de lidar com a população de Gotham contra si mesmo.

O mais legal desta HQ está na ambientação, mostrando um Batman totalmente adaptado a época, sem seus famosos gadgets ou tecnologia a seu dispor, se mostrando capaz unicamente pela sua inteligência e força. As perseguições ao Estripador envolvem até mesmo um cavalo numa certa cena.

A dramatização construída pelas cartas do Estripador e o mistério em torno da sua identidade, fazem com que o plot do final seja muito bem construído, a partir da revelação de quem é o Estripador e suas motivações, totalmente ligadas a Bruce e Gotham City.

Comparativo com a animação: Gotham by Gaslight

Para quem não sabe, esta HQ inspirou uma animação que inclusive já falamos dela para você aqui.

Apesar da ambientação ser a mesma e a história de Bruce chegar a Gotham no início da história, muita coisa muda. O Estripador segue sendo o principal inimigo de Batman, mas os personagens inseridos na história não estão presentes na HQ.

Hugo Strange, Harvey Dent. Selina Kyle e Barbara Gordon só aparecem na animação, aproximando esta história das demais que conhecemos do homem morcego. A motivação de Batman e a revelação da identidade do Estripador também são diferentes.

Não que seja ruim, mas cada história funciona muito bem ao que se propõe, mesmo com adaptações realizadas aqui ou ali, mas no fim expondo de forma clara as principais características do Batman: o amor pela família, a proteção de quem ele ama e o desejo de não matar.

Batman: Mestre do Futuro

O encadernado produzido pela Panini além de conter a história de 1889, traz um outro conto de Batman. Mestre do Futuro conta a história 3 anos depois da caçada ao Estripador, com o homem morcego já com sentimento de missão cumprida.

Mais adepto as missões de bilionário da cidade e apoiador da polícia e da prefeitura como conselheiro, Bruce se vê num dilema de qual personalidade atuar quando Alexandre LeRoi chega a Gotham. Se proclamando Homem do Amanhã, o vilão busca impedir a cidade de entrar no novo século, temendo o progresso.

Seus idiotas! Sonham com motores que sujam o ar e fábricas que arruinam as águas… e chamam isso de progresso. Tolos!

Como a ofensiva de LeRoi põe em risco grande parte da cidade por ser realizada de forma invasiva e ameaçadora, Bruce se vê na missão de retomar o papel de Batman, visto que a própria população sente falta da vigilância do homem morcego.

Minha missão particular acabou. Talvez uma mais pública me aguarde.

Comparando a 1889, Mestre do Futuro mostra um Batman muito mais atuante como defensor da cidade, trazendo mais cenas de ação e porradaria, como o bom homem morcego que conhecemos de outras aventuras.

Ficou curioso para saber o final dessas histórias? O encadernado está com um preço pra lá de especial no link abaixo:

                                                     

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