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Game of Thrones S08E04 | Review

O verdadeiro “jogo dos tronos” está de volta, e desta vez após o inverno chegar, ouviremos o leão rugir ou teremos fogo e sangue? Considero este o melhor episódio da oitava temporada até aqui, em Game of Thrones, um episódio sem muita enrolação com fã service, que colocou novamente um rumo para a maioria dos personagens e trouxe de volta aquela velha sensação de insegurança sobre quem realmente vai sentar no bendito Trono de Ferro.

De forma muito linda, o episódio começa prestando uma homenagem a todos os personagens mortos na Batalha de Winterfell, mostrando um por um dos personagens principais que caíram em batalha. Os corpos de todos são queimados, com um gesto não apenas simbólico, mas como de precaução também, ao meu ver, antecedidos por um discurso inspirador de Jon Snow, com o claro tom daquela frase bem nortenha, “o Norte se lembra”.

Um banquete de celebração é realizado no grande salão do Castelo de Winterfell, onde muitas interações acontecem entre os personagens, como Brienne, Jaime, Podrick e Tyrion jogando um jogo de beber, Tormund de “coração partido” enchendo o saco do Perdigueiro, entre outras, que eu gostaria de dar destaque para duas.

Primeiramente, para a “benevolência” que na verdade é uma jogada, e que ao meu ver nesse ponto da série não tem impacto algum, de Daenerys nomear Gendry, como “Lorde Gendry Baratheon, o Lorde das Terras de Tempestade”. E após isso, enquanto Tormund e todos os selvagens louvavam Jon Snow como um verdadeiro rei, por tudo que ele já havia feito por eles, nossa “queridona” Daenerys, morta de ciúmes deixa o salão, saindo de fininho, e o único lá que percebe que as coisas estão começando a dar errado, é nada mais nada menos que Varys!

Definitivamente o amor não reinou neste episódio, além de Arya rejeitar a proposta de Gendry para ser a “Lady das Terras de Tempestade”, o que foi muito sensato e respeitou a personagem, novamente ela, a fofinha, maravilhosa, “Dany” dá um ultimato em Jon Snow para ou eles “romperem” o namorico, ou ele selar para sempre o segredo de que ele é o verdadeiro e legítimo herdeiro do Trono de Ferro.

Jon sendo Jon, é novamente pego em uma divisão de caminhos, onde ele está em meio de duas decisões impossíveis, ser um patrulheiro da noite ou selvagem, continuar recebendo ordens ou virar lorde comandante, apenas servir o Norte a favor de Sansa ou ser o Rei do Norte, e se tudo isso não bastasse, agora, poder ficar com sua amada (mano ela é tua tia, você já percebeu isso né Jon?) ou contar seu segredo para sua família.

Em um momento de surpresa, após o jogo de beber, Jaime entra no quarto de Brienne, que havia saído do jogo pois ficara irritada com uma pergunta que Tyrion havia lhe feito. Ali já percebi tudo, ia rolar… e rolou! Porém, a próxima sequência, entre Jaime e Tyrion, foi a que eu mais gostei no episódio.

Enquanto eles conversavam sobre a relação de Brienne e Jaime, nada mais nada menos que Bronn aparece no recinto, e de uma forma muito engraçada e assustadora ele chega colocando pressão em ambos, ameaçando a vida dos dois a mando de Cersei, e exige que eles paguem a ele algo maior do que o Castelo de Correrio. Tyrion não o leva muito a sério, até levar um soco na cara! Então, ele resolve oferecer Os Jardins de Cima em troca de não concluir a missão de Cersei. Bronn os faz jurar, e diz que se não cumprirem com o combinado, ele voltará para cobrar, literalmente!

A noite termina, o dia clareia e o momento de se organizar para a Guerra Final chega, e cara, até parece um repeteco, mas novamente tomando a frente, Daenerys Targaryen discute sobre como ir para a guerra para derrubar Cersei do trono. A ideia primordial dada, com a baixa de praticamente da metade de suas tropas, é a de atacar com tudo, e eis que Sansa faz um levantamento importante sobre essa ideia: “os soldados estão cansados da última batalha, não seria melhor esperar?”. Mas não, novamente a ignorância toma conta da Rainha dos Dragões, que discorda de Sansa e faz com que Jon corte a ideia de sua irmã, ao meu ver sendo algo totalmente sem sentido e arriscado de se fazer.

Isso coloca novamente Jon Snow em uma situação extremamente chata para o personagem, que busca defender a honra de forma veemente. Buscando fazer um meio termo, para ficar de bem com todos, ele apoia Daenerys, porém revela para suas irmãs que ele é o verdadeiro herdeiro do trono, fazendo-as prometer que não revelariam o segredo para mais ninguém.

Após esta forte revelação, vemos O Perdigueiro e Arya deixando Winterfell, rumando a Porto Real, para resolverem seus assuntos não acabados… será que finalmente teremos o tão esperado “Cleganebowl”? Sandor Clegane, O Perdigueiro contra seu irmão Gregor Clegane, O Montanha (hoje, zumbi!)? E fica a deixa também, para Arya ser uma das candidatas de quem pode matar, ou ser morta, tentando matar Cersei!

Já a outra irmã Stark, Sansa, de cima dos portões de Winterfell observa Daenerys junto de seus dragões, debilitados, deixando Winterfell, ao mesmo tempo que ouve Tyrion se explicar ou pelo menos tentar, sobre o por que ele confia em Daenerys e por que ela seria a rainha certa para Westeros. Sansa não convencida, resolve revelar o segredo do seu irmão para Tyrion, ao meu ver na esperança de mudar a opinião do nosso querido anão.

Ao mesmo tempo, Jon se prepara junto de Davos (para que ele está indo junto, alguém pode me dizer?) para deixarem Winterfell a caminho de Porto Real, e se despedem de Tormund que irá retornar com os selvagens para o “verdadeiro Norte”, e de Sam e Gilly, que revelam a nova gravidez da moça, deixando Sam meio sem jeito sobre o que ele andava fazendo realmente na Cidadela. E o que foi para muitos a verdadeira parte mais triste do episódio, a fraca despedida de Jon e Fantasma, seu lobo, que é mandado para a Muralha, junto de Tormund, de forma repentina e que ao meu ver faltou emoção devido a suposta ligação emocional entre eles.

O tempo como sempre passa rápido em Game of Thrones, e já nos vemos em Porto Real, com a frota Targaryen navegando, enquanto Tyrion revela o segredo de Jon Snow para Varys, colocando em xeque e questionando realmente se Daenerys é a melhor opção para o Trono de Ferro. Logo após vemos Daenerys chegando com seus dragões, quando de repente… QUAAAAAAAAAAAH! Rhaegal é atingido por uma flecha de balista no coração, e para finalizar o pobre dragão, é novamente acertado no pescoço, em uma cena brutal, despencando mar adentro.

A frota Greyjoy surpreende Daenerys, e em um momento épico Daenerys e Drogon avançam para cima da frota de Euron Greyjoy, que dispara diversas flechas contra eles, que com muita destreza desviam delas, porém, Dany completamente apavorada com a morte de mais um de seus “filhos”, abandona sua frota, para sair da área de alcance das balistas, que são realocadas para mirar justamente em sua frota, que é completamente destruída, resultando na captura de Missandei e forçando Tyrion, Varys, Verme Cinzento e o que sobrou das tropas a nadarem até a beira do mar.

É agora que a coisa esquenta! Cersei com muita esperteza diz estar grávida a Euron, e faz uma jogada de mestre ao colocar toda a população de Porto Real dentro dos portões da Fortaleza Vermelha, protegendo-os da usurpadora e colocando Daenerys em uma posição difícil, pois se ela quiser acabar com Cersei, terá que queimar diversos inocentes.

Daenerys novamente em um momento de desiquilíbrio, reunida com seu time decide que veio para Westeros com uma missão, que é o Trono de Ferro, custe o que custar. Isso leva Varys a questionar Tyrion sobre as reais intenções de Dany, ela realmente quer “quebrar a roda”, ou está ficando louca como seu pai? Uma discussão acalorada entre os dois, mostra que Tyrion ainda confia muito na Rainha dos Dragões, porém Varys fica ao lado do povo, e não quer que milhares de inocentes sejam mortos para ela atingir seu objetivo. Essas noticias chegam em Winterfell, e Jaime não as recebe muito bem, deixando o castelo e rumando para o Sul, sendo completamente insensível com Brienne.

É dada a largada para o confronto final, a última negociação entre Daenerys e Cersei tenta ser feita, Tyrion e Qyburn negociam, de forma inútil, e então Tyrion tenta apelar para o emocional de Cersei, que não está se importando nem um pouco se para ela morrer, Dany terá que matar milhares de inocentes.

Cersei propõe que Daenerys se entregue, caso não fizesse, Missandei morreria imediatamente. Como não há acordo entre as partes, Missandei proclama suas últimas palavras: “Dracarys!”. Ao comando de Cersei, O Montanha decapita-a, causando espanto em Tyrion e deixando Verme Cinzento e Daenerys enfurecidos, e com vontade de fogo e sangue.

Galera, que episódio! Ele foi levado de uma maneira envolvente e lembra muito os episódios das primeiras temporadas de Game of Thrones, onde a base do episódio não eram coisas esperadas, mas sim cenas políticas, diálogos e personagens tomando um rumo, não ficando apenas largados. Muita coisa foi definida nesta última uma hora e vinte de episódio, e os personagens foram obrigados a mostrar do lado de quem estão, e o que querem para o futuro de Westeros.

As preparações para o penúltimo episódio conseguiram me criar muitas expectativas e mostrar que a série ainda consegue nos surpreender na forma de fazer as coisas, além de manter fielmente a essência de seus personagens. Vocês já escolheram o seu lado? Targaryen/Stark, Targaryen ou Lannister? Quem será que levará a melhor na disputa do Trono de Ferro, que é o que realmente importa?

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