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Fyre Festival: Desastre no Caribe | Crítica (Documentário Netflix)

Você já parou pra pensar se o Woodstock seria um sucesso se existisse o Twitter? Se todas as pessoas presas em congestionamentos, durante dias, reclamassem da desorganização, da falta de comida e acomodações em textões no Facebook? Será que o festival teria sido o sucesso que foi?

Não sei responder esse questionamento, mas foi uma das coisas que passaram na cabeça dos organizadores de Fyre Festival. “Se o Woodstock deu certo, com todos os problemas, porque o nosso não daria também?”. É, não rolou. O festival foi o maior desastre do mundos dos milionários e a Netflix o transformou em um documentário Fyre Festival: Desastre no Caribe.

O filme documental, dirigido por Chris Smith (American Movie), conta história de um festival  organizado por Billy McFarland, um empresário, tipico vendedor de sonhos. Entusiasta, comprometido com seus projetos, é fácil dizer que provavelmente ele venderia gelo a esquimós. Ele sabia o que dizer, com quem se relacionar e como reagir a cada problema para que suas empreitadas fossem (ou parecessem) um sucesso.

O grande ponto de toda essa jornada é a própria arrogância o levou a queda. Aliás não só a dele mas de todas uma equipe, que acreditava em seus ideais. O mais triste de tudo foi ver moradores locais das Bahamas, local onde o festival iria acontecer.

Porque é fácil achar graça dos muitos milionários, se exibindo em seus perfis no Instagram. Afinal, o que seria US$ 12.000 para eles? Mas o filme também nos mostra outro lado, mesmo que superficialmente, de quem trabalhou e não recebeu um centavo por isso.

Aliás esse talvez é o grande erro do documentário, a falta de fala pra quem mais sofreu com isso. Lógico que tivemos depoimentos de alguns locais, mas em muito momentos quase que o filme parecia colocar Billy em um pedestal. Não que sua personalidade não fosse o que mais instiga em tudo, mas o contraponto deixaria o material mais rico.

É um bom documentário. No geral me deixou instigado a pesquisar e a conhecer mais sobre, mas que fica com o jeito de preguiçoso.

Me peguei com diversos pensamentos depois. Se os Digital Influencers não fazem um desserviço a toda internet ao fazer publieditoriais disfarçados de “experiências incríveis”. Se não vivemos muitos momentos superficiais apenas por uma foto no Instagram.

Enfim, muitas reflexões, mas que tive por conta própria, não que o filme levasse a este tipo de pensamento. E é algo do tipo que espero de obras documentais. Eu quero refletir sobre, e talvez a superficialidade de Fyre Festival não me emergiu da forma que eu gostaria.

A reposta par ao primeiro parágrafo fica evidente pra mim. O Woodstock fez sucesso por causa de boas bandas e, principalmente, porque as pessoas estavam lá pra viver aquele momento, não por likes. Já o Fyre festival é um boa história, mas queria mais.

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