Shows

Festival Lollapalooza 2018

Lollapalooza é o segundo maior festival de música alternativa que acontece anualmente em seis países. Seu início foi 1991, mas estão na ativa há 16 anos. Foi depois da apresentação em Chicago em 2003, que o evento realmente foi mais frequente. Já foram mais de mil shows em toda a sua história, e já teve a presença de 2 milhões de pessoas.

Um evento com tantas números (e grandes números diga-se de passagem), foi bem representado esse ano? A resposta é sim. E mesmo já fazendo uma semana desde o dia 25, seu último dia, muita paixão ainda é presente. Sabe aquele final de semana inesquecível com os amigos? Com pérolas, risadas, muita energia ao som de uma boa música? Foi exatamente assim. Afinal, arriscamos e fomos logo nos três dias de evento. Ficar marcada não seria nada difícil. Lembrar cada detalhe das apresentações, o carinho que vários artistas demonstraram para com o público brasileiro foi gratificante. E eram aqueles carinhos verdadeiros e com olhares sinceros!

O esforço que muitos fizeram para falar o nosso querido português. Parece mais um clichê de qualquer show, não é mesmo? Mas como foi gostoso ver o esforço para falarem da forma correta. Queriam se comunicar além da música. A forma como muitos artistas não queriam ir embora, querendo animar mais e mais o público que estava ali só por eles. O público “quente” e “amantes da música” como somos chamados por muitos artistas por aí. Não queríamos que esse final de semana acabasse. Afinal, aqui é BR não é mesmo?

Mas enfim, é tarde demais para conversarmos sobre toda essa experiência? Já disse que marcou de forma maravilhosa as milhares de pessoas presentes, mas preciso comentar sobre alguns pontos do evento que deixaram a desejar!

Minha primeira vez em um festival de música foi no Maximus em 2017, então, irá rolar comparação sim.

ENTRADA DE ALIMENTOS / PREÇOS

Como a maioria dos eventos, era liberado produtos industrializados, água de copo e até mesmo frutas. Justo. O maior problema disso tudo, era a quantidade permitida que não foi bem explícita em lugar nenhum. Podíamos levar apenas TRÊS COPOS de água por pessoa, ou seja, apenas molhar a garganta e não matar sua sede. Todos os dias o tempo foi bem favorável. Um céu limpo, e com temperaturas de 30º a 35ºC (com sensação térmica bem maiores!). Ser obrigada a adquirir um copinho de 200ml por R$ 6,00 era declarar falência.

Fomos em cinco pessoas, e conseguimos levar cerca de 80 copinhos nos três dias, graças ao ótimo coração dos brasileiros presentes! (♥) Eles pegavam três e nos devolviam depois da vistoria. Imagine só que com essa brincadeira, economizamos cerca de R$ 480,00. Mas por qual motivo liberarem pouquíssima quantidade? A primeira coisa que pensamos, é para que compremos lá (óbvio). E também para que não tivesse revenda não autorizada por dentro do evento. Mas claro que se eles colocassem um preço mais justo, não teriam esse problema.

Além da água, cerveja chegava a R$ 13,00, energético e refrigerante a R$ 15,00. Grande opções de alimentos, como hot-dog, hambúrguer, pizza, pastel, coxinha, sorvetes… Preços entre R$ 15,00 a R$ 35,00. Valores nada justo mas padrão evento. Todo o processo foi feito pelo sistema cashlees, aquele com sistema de carteira na própria pulseira. Isso é um ponto acertadíssimo para todos os festivais! Que ideia maravilhosa. Por causa desse sistema, filas eram inexistentes. E se pegasse, não passaria mais que 10 minutos em todo o processo.

HORÁRIO DOS SHOWS

Vista de cima no show do Pearl Jam dia 24/03, foto tirada por um drone.

Eu sei que todo ano é assim e que não é nenhuma novidade, mas me falem: POR QUE A ATRAÇÃO PRINCIPAL NÃO É EXIBIDA SOZINHA? Qual o sentido de ter outras apresentações no mesmo horário que a principal? Isso é ridículo Lolapallooza!

Alok, Mac Demarco e Red Hot Chilli Peppers no mesmo horário. Pearl Jam e Kygo, The Killes e Wiz Khalifa. Talvez isso acontece pelo número excessivo de pessoas? Não vejo outra explicação! E pra que vender mais e gerar uma super lotação que nem rolou no dia 24? No Maximus, a atração principal é exibida sozinha. O posicionamento de palcos foi bem melhor, e conseguimos ver muito mais shows que no Lolla. Dava sim para organizar melhor esse ponto, sem afetar e nos obrigar a escolher menos entre os shows.

Outro ponto decepcionante que citei é o posicionamento dos palcos. Tudo bem, também sei que todo ano é assim Mas qual o motivo do Palco Onix (segundo principal) longe do Budweiser? Colocar atrações grandes nos dois palcos que são bem distantes um do outro, e com a diferença de intervalo de 5 minutos é absurdo (isso no mapa)!

A parte mais tensa nisso tudo, é que comparado aos anos anteriores, 2018 foi o melhor. Focaram e melhoraram todos esses quesitos, que já eram reclamações passadas. Mas como sei que poderia ser melhor (sim, sou chata) ressalto e reclamo!

BANHEIRO / HIGIENE

Como todo festival, não preciso ressaltar que foi uma nojeira tremenda. Não tinha papel, água, ou sequer, uma separação adequada de feminino e masculino. Sem contar que muitos banheiros não tinha trava. Ou seja, pessoas entravam sem querer enquanto você usava! E cá entre nós… tudo isso dava para organizar e melhorar. Talvez não 100%, afinal isso não depende deles como de nós também. Mas contratar uma equipe para ficar de olho, averiguar o papel e organizar as entradas. E o principal: água, sabão e álcool gel para limpeza das mãos. Não precisa ser formado na área da saúde para saber que jogar uma água nas mãos, não elimina e diminui qualquer tipo de bactéria ali presente. Um festival, que chegou a ter 100 mil pessoas, e não ter o básico da higiene é preocupante. Me fala quem não voltou meio doentinho desse evento? E não, não estou falando de ficar rouco ou com dor de garganta de tanto cantar e gritar.

Não estamos exigindo um banheiro limpíssimo e cheiroso como foi reservado para os que compraram o Lounge. Mas queríamos o simples para que possamos curtir sem se preocupar em beber, querer ir no banheiro e não ter onde usar.

Observação: Pelo visto, a parte masculina foi bem mais organizada pela opinião dos meus amigos. Ou isso era exclusivo na parte feminina (porque muitas mulheres reclamaram demais também), ou eu sou chata² mesmo. ¯\_(ツ)_/¯
Dica: Levar papel higiênico e álcool gel na mochila.

FUNCIONÁRIOS / SEGURANÇA

Todos muito bem preparados e carismáticos. Não teve um que não brincava, te atendia bem e proposto a ajudar. Estavam realmente felizes em estar e trabalhar ali. Foi o que eu senti e presenciei. Mas uma denúncia foi feita, pelo padre Julio Lancelotti, onde afirma que os palcos do festival teriam sido erguidos por moradores de rua, trabalhando por 12 horas sem qualquer tipo de auxílio e recebendo apenas R$ 50,00. É uma pena que um evento tão grande como esse precisaria agir dessa maneira.

Adendo: Todos os dias foram vendidos ingressos a mais. Quem chegava de trem, entrava pelo Portão 9. E em cada portão, depois da vistoria, tinha um posto de atendimento ao cliente. Quando questionei se ainda tinha ingresso para compra de qualquer dia (um amigo nosso queria comprar), avisavam que não tinham essa informação e que somente na bilheteria, ou seja, Portão 7, que andando rápido gastaríamos fáceis 20 minutos. Sério mesmo que o posto de Atendimento ao Cliente era apenas para ativar a pulseira? Se sim, podem mudar esse nome. Um posto onde não tinha informação nenhuma de outras assuntos do evento. O que custava avisar para os postos da situação de ingressos, para que muitos não perdessem tempo?

LOJAS

Esse ponto é o que menos posso avaliar. Fiz questão de não passar em nenhuma lojinha! De longe, vi que eram bem organizadas, com grande variedade e estoque de vários produtos. Muitas pessoas estavam carregando sacolinhas do Lolla, o que significa que as lojas foram um sucesso. Claro que os valores eram bem salgadinhos, variando de R$ 50,00 a R$ 350,00.

VALOR DO INGRESSO, VALE A PENA?

Vale sim! Principalmente no primeiro a terceiro. Depois, o valor fica extremamente abusivo. Adorei o fato de todos terem a chance de meia. Os que não tinham carteirinha, apenas deviam doar uma quantia singela para o Criança Esperança e teriam acesso. É mais justo. Não que os valores de festivais são justos aqui no Brasil, são caros. Mas pense que no primeiro lote (com desconto Bradesco e meia), poderíamos pagar R$ 550,00 nos três dias. Dando por dia um valor considerável pela quantidade de atrações. A questão, é que quando começa as vendas, ainda não tem lineup. Nada é confirmado, apenas rumores e especulações. Se deixasse para comprar no fim, chegava até R$ 1000 nos três dias (meia). Por dia, era R$ 360,00 (meia).

Dica: é comprar no primeiro lote, mesmo sem saber o que está por vir. Divulgaram a lineup e você não curtiu? Revenda. Em todos os dias do Lollapalooza, tinha mais gente querendo comprar na hora do que pessoal vendendo.

E claro amigos do Dinastia, infelizmente não temos um valor justo em shows e festivais desse porte. Comparado aos outros países de atração, o Brasil chega a ser o mais caro. Uma pena.

E para finalizar:

“Sem a música, a vida seria um erro.”

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