Filmes e Séries

Era Uma Vez Em… Hollywood | Crítica

Antes de começar, um aviso. Se você não gosta do jeito Tarantino de ser ou tem críticas a forma como são feitos os filmes dele, recomendo não gastar seu nobre dinheiro e tempo para ver Era Uma Vez Em… Hollywood.

Pessoalmente, lamento que você não goste da forma como ele trabalha, afinal vai perder um dos melhores longas que o polêmico e ousado Tarantino já fez, adaptando uma história para lá de trágica e cheia de carnificina, típica dos trabalhos do diretor. Agora se gostar, recomendo que pare o que esteja fazendo é vá ao cinema mais próximo.

Era Uma Vez Em… Hollywood conta a história de Rick Dalton (Leonardo DiCaprio) e seu dublê, Cliff Booth (Brad Pitt) que estão passando por um momento de diversas mudanças na forma de trabalhar na indústria cinematográfica, tendo que lidar lado a lado com grandes atores e diretores despontando no cenário.

O famoso endereço Cielo Drive é o cenário que abriga os dois, vizinhos de nada mais nada menos do que Roman Polanski e Sharon Tate (Margot Robbie). Sim, o filme é inspirado no fatídico episódio da chacina de Charles Manson e sua gangue a casa de Sharon Tate. Mas estamos falando de Tarantino, então você já deve imaginar uma parte do que foi adaptado pelo diretor.

A estrutura do filme de 2h40 segue a mesma linha de Oito Odiados, por exemplo. 2h de apresentação dos personagens, construção do ambiente, detalhe da rotina de cada um deles, para o ato final ser aquele espetáculo digno de aplausos, sangue, e o tapa na cara de Tarantino naqueles que desconfiaram do que ele era capaz de fazer (inclusive a minha sessão, numa sexta-feira num cinema nem tão lotado na Zona Sul de São Paulo, rendeu aplausos).

Repleto de referências a outros filmes do diretor, de Kill Bill a Bastardos Inglórios, Tarantino usa e abusa de recursos já utilizados em outros longas, como o foco da câmera em uma cena por um longo tempo sem acontecer nada, apenas apreciação ao momento, os gloriosos momentos de matança e de justiça a sangue frio, assim como personagens para lá de marcantes.

Falando em personagens, que elenco foi esse senhoras e senhores! Desde as primeiras imagens do filme, nos batia a ansiedade de ver Brad Pitt, Leonardo DiCaprio e Margot Robbie atuando juntos. Nenhum decepcionou. DiCaprio no papel de Rick Dalton carrega o papel principal de forma esplendorosa, digno de Oscar.

Pitt é o bombadão do rolê, que atua como assistente, conselheiro e faz tudo de Dalton, além de ser responsável por uma das cenas mais geniais do filme (a luta contra Bruce Lee no set de filmagens). Margot Robbie não tem tanto tempo em tela como os demais, porém quando é exigida no papel de mocinha e musa do filme, dá um show a parte, arrancando suspiros pela atuação impecável(saudades Arlequina!)

Trilha sonora e fotografia é algo até covarde de comentar quando se fala de Tarantino. Combinação perfeita de música com a sequência de cenas e ambientação, a la anos 60. Outro aspecto técnico é a montagem do filme, que para muitos foi um ponto negativo, porém não vejo dessa forma. Era Uma Vez Em… Hollywood conta a história de Rick Dalton e Cliff Booth por meio de flashbacks e no metódo de narrativa futura para avançar os atos de forma objetiva, mas não deixa pontas soltas no meio do caminho.

Se você conhece toda a história por trás do episódio entre Sharon Tate e Charles Manson, recomendo que não veja nadica de nada sobre os detalhes da trama do filme, afinal, fez muita gente se emocionar e aplaudir de pé o filme, assim como Cannes fez, e não foi a toa… obrigado Tarantino.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *