Você já leu Dom Casmurro? Que essa história é um clássico da literatura nacional todo mundo sabe, mas o que tem de tão bom nela? Uma suspeita que assoma o coração dos apaixonados.
Dom Casmurro é completamente construído por metalinguagem (quando uma coisa fala dela mesma, no caso um livro que fala sobre um livro), nele o Bento velho e amargurado conta que está escrevendo um livro para contar sua história e relembrar uma época da vida em que era feliz.
“O meu fim evidente era atar as duas pontas da vida, e restaurar na velhice a adolescência. Pois, senhor, não consegui recompor o que foi nem o que fui. Em tudo, se o rosto é igual, a fisionomia é diferente. Se só me faltasse os outros, vá; um homem consola-se mais ou menos das pessoas que perde; mas falto eu mesmo, e esta lacuna é tudo.”
Logo de início todos os personagens principais são apresentados, cada um tem seu próprio capitulo. As características e particularidades de cada um são destacadas, sempre a partir das memórias do narrador e principalmente das emoções que cada um lhe despertava. D. Glória, mãe de Bentinho; Tio Cosme, um advogado gorducho; Prima Justina, a viúva ranzinza; José Dias, o agregado; E Capitu.
Captolina é quem merece um destaque especial, afinal toda a história se desenrola por causa dela. Capitu era vizinha de Bentinho desde que eram pequenos, cresceram juntos, brincando e descobrindo o mundo. Até que um dia Bentinho escutou uma conversa entre o agregado e os outros familiares dizendo que talvez existisse algo além de amizade entre as crianças.
O problema era que D. Glória havia feito uma promessa para Deus, seu filho seria padre! Como poderia Bentinho ir para o seminário se estava apaixonado pela vizinha? Bentinho e Capitu colocam em ação um plano para que a promessa não fosse cumprida e para que pudessem ficar juntos.
Logo aparece na história Escobar, ele se torna o melhor amigo de Bentinho e essa amizade dura a vida toda (de Escobar, pelo menos).
Os anos passam e Bento se torna adulto, formado, casado e com família. E então após um acidente terrível, suspeitas começam a surgir em sua mente. Seu filho é seu mesmo? Sua amada esposa o traiu? Ele se corrói tanto pelo ciúme que acaba tomando uma decisão drástica.
A todo momento as grandes tragédias da literatura e teatro são mencionadas, Otelo é praticamente a base em que o desfecho da história é montado.
Mesmo que você não tenha lido o livro ainda, já deve ter visto a seguinte questão em algum lugar: Capitu traiu ou não Bentinho?
Essa duvida é o que atormenta o personagem e o leitor depois do fim da leitura.
Dom Casmurro é um romance escrito para as senhoras da época em que foi publicado (1899), a todo momento o narrador se direciona a elas, com recados e notas. Para ler e apreciar a história é necessário levar em consideração que naquela época (até hoje?) o machismo, a escravidão, preconceitos de classe e o puritanismo eram algo muito comum.A linguagem utilizada também deve ser levada em consideração, já que a história é toda narrada em português arcaico.
Acho que essa já deve ter sido a quarta ou quinta vez que li essa história, Dom Casmurro é meu clássico favorito (até hoje) e mesmo já tendo lido tantas vezes, mesmo que eu até saiba algumas partes de cor, a cada leitura descubro uma nuance nova, um trecho diferente me encanta.
Então se você nunca leu a história de Capitu e Bentinho, espero que fique com vontade de lê-la e caso já tenha lido, leia novamente, quem sabe não se apaixona por uma parte diferente dessa vez?!
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Essa publicação faz parte do nosso desafio literário.