Filmes e Séries

Desalma (Globoplay) | Crítica

Em 2018 foi quando vi as primeiras imagens dessa série, e ter uma série nacional com uma ambientação tão bem feita era algo que já me despertava a atenção. 2 anos depois, Desalma foi disponibilizada para o público e tive a oportunidade de enfim assistir para contar o que achei.

Desalma é uma série original do Globoplay e narra a história de Brígida, cidade fictícia no Sul do Brasil que é uma colônia ucraniana rodeada de tradições que se mantém desde o passado da cidade, incluindo a tradicional festa de Ivana-Kupala. A cidade tem um passado manchado pelo desaparecimento de uma garota no ano de 1988, justamente durante a celebração, que desde então é vetada do calendário das festividades.

30 anos se passaram e a cidade agora vai ficando cada vez mais próxima da tecnologia trazida pela globalização, e os jovens da cidade incentivam o movimento pela volta de Ivana-Kupala, mas sem contar com todo o passado devastado que aquela festa carregava. A cidade de Brígida é pequena, então o passado dos moradores foi construído junto, e carregam até hoje a história do que aconteceu naquela noite de 1988.

As famílias Skavronski e Burko são as que formam o cerne da sociedade de Brígida, e é em torno delas que tudo acontece, desde as tragédias até as grandes conquistas da cidade, como a grandiosa produção de carne de porco, que movimenta a economia local. Paralelo a isso vive Haya, uma mulher que também presenciou todo o ocorrido na cidade, e que sempre foi temida por todos pela sua ligação com a bruxaria. O passado de Haya é obscuro assim como suas ações presentes, e isso só motiva ainda mais o mistério por traz da maldição de Brígida.

É engraçado dizer, mas a série me lembrou em alguns aspectos Dark, pela questão ligada a uma cidadezinha, em que todo o desenrolar da história se dá tendo algumas família centrais, mas as semelhanças param por aí. A história de Desalma se aproxima muito de um terror psicológico bem construído, seguindo a linha de A Bruxa, com sua devida originalidade muito bem desenvolvida. O roteiro apesar de pesado pela viagem entre passado e presente constante, entrega uma história concisa ao final da primeira temporada.

Cássia Kiss dá um show a parte no papel da bruxa Haya, e assim como Cláudia Abreu no papel de Ignes, são os dois grandes destaques da atuação em Desalma. Em contrapartida, as demais atuações não encantam tanto e perdem a oportunidade de entregar melhor para endossar a trama, sendo o único ponto a melhorar da série.

A trama de 10 episódios transcorre bem e promete uma segunda temporada. Se vier, espero muito que mantenha a qualidade e leve Desalma para mais pessoas ainda, mostrando mais uma vez que o produto nacional tem sim que ser cada vez mais valorizado.

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