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Death Note (Netflix) | Crítica

Light Turner, um garoto super inteligente de Seattle, encontra um caderno negro que tem o poder de matar as pessoas cujo nome seja escrito no caderno. Bem, tirando o sobrenome e a cidade americana, parece que está tudo nos conformes, não é? Infelizmente, não está!

Adaptações de animes tendem a ser complicadas, principalmente quando se tratam de seres super poderosos e lutas extravagantes. Death Note incrivelmente não se encaixa nesse perfil, o que poderia trazer uma adaptação mais fidedigna, de maneira que não causasse estranheza no ocidente, mas infelizmente não é só na adaptação que o filme peca. Os “erros” acontecem em fatores primordiais até no cinema ocidental.

Começando pelos pontos positivos, tenho que dizer que a fotografia do filme é bem bonita e a escolha da paleta de cores é bem assertiva, principalmente por trazer um tom mais cinzento e escuro, lembrando o clima do anime original. A trilha sonora é agradável, apesar de umas escolhas bem clichê quanto a algumas músicas em cenas que deveriam ser emblemáticas, mas se tornam cafonas para o clima ambientado.

A direção no início do filme faz boas demonstrações do potencial de Death Note, principalmente em algumas cenas de descoberta sobre o caderno. Infelizmente, a escolha de colocar a narrativa em cima de Light e Mia, ao invés de Light (Kira) e Ryuk, faz a história correr e peca em querer nos trazer os pensamentos de Light como o anime e o mangá fazem o tempo inteiro. Para completar fazem com que o aluno super inteligente apresentado na cena de introdução do filme se torne um mero fantoche, com uma ou outra decisão inteligente ao meio de tanta coisa absurda que ele se propõe e deixa os outros fazerem. O diretor toma decisões curiosas em alguns momentos, fazendo com que o clima de tensão se torne apenas uma injeção de ânimo para uma tomada de ação desenfreada que ocorre no fim do filme.

As atuações são boas, William Dafoe destrói como Ryuk, e traz justamente o tom sarcástico e obscuro que o Shinigami precisa. Natt Wolf faz um Light dentro da proposta que lhe foi passada, e Keith Stanfield faz o possível pra trazer um L com todos aqueles trejeitos únicos que conhecemos.

Infelizmente o filme é corrido demais, e contado de uma maneira bem ruim, fazendo com que você fique se perguntando se realmente alguém pensaria em agir daquela maneira no mundo real (que foi a ideia que o diretor disse querer trazer). Todas as decisões tomadas pelos personagens no decorrer do filme entram em conflito com suas introduções, como uma decisão tomada por L no último ato do filme, que vai completamente contra o seu jeito racional de agir.

No quesito adaptação, a caracterização de Ryuk e umas poucas referências são tudo o que temos. Light é um moleque amedrontado, destrambelhado, e que recebe pra fazer o dever de casa dos outros alunos da escola. Ryuk toma decisões (a primeira cena de utilização do caderno é quase uma imposição por parte do Shinigami). O filme traz uma história praticamente nova, com personagens que só possuem o mesmo nome do anime, as decisões tomadas pelos personagens do filme nunca seriam tomadas pelo do anime e vise e versa. Infelizmente não foi dessa vez que o ocidente fez uma adaptação digna para um anime.

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