Filmes e Séries

Crítica | Verdade ou Desafio

Verdade ou Desafio é um filme que pensei quando soube que iria assisti-lo: é um filme de terror? Falo isso porque lembrei do jogo que muitos de nós jogávamos na adolescência, as consequências aqui são mais impactantes e letais assim podemos dizer. Resolvi então escrever sobre este filme que já está em cartaz nos cinemas brasileiros pouco mais de duas semanas (estreou em 27 de abril), deixo aqui a minha opinião, mas nada melhor que você assista ao filme e depois deixe suas percepções. Vamos lá!

Ao começar a assistir, pensei que o filme teria muito de inspiração em Pânico, temática adolescente. Qual o foco de verdade ou desafio? Se o participante recusa a responder seus segredos mais íntimos ou realizar o desafio que fere (e fere!) a moral. Não é aquele suspense, mas o filme gera tensão suficiente acompanhado de mortes estranhas, com o intuito de tentar agradar quem gosta de terror.

Como a maioria de filmes desse gênero, alunos que acabam de sair de férias da faculdade e pretendem aproveitar este período, a história desse filme começa aí. Olivia (Lucy Hale) não planeja viajar para outro país ou coisa do tipo, ela quer ajudar a construir casas através de uma organização chamada Habitat for Humanity. Os amigos de Olivia, liderado por sua melhor amiga Markie (Violett Beane), não querem deixar que Olivia passe suas férias ajudando os outros. Eles fazem uma oferta melhor, eles oferecem a ela ir para o México nas férias e em troca, todos eles vão trabalhar para construir casas no final do semestre. É claro que Olivia topa, só que essa escolha será acompanhada de consequências.

Nas terras mexicanas em um bar, Olivia olha quando Markie, já embriagada, dança com estranhos atrás de seu namorado Lucas (Tyler Posey). Você começa a perceber neste momento que há algum tipo de afinidade entre Olivia e Lucas, mas ela está com muito medo de transparecer seus sentimentos, só que como uma boa amiga, ela ajuda Markie. Neste bar, Olivia conhece Carter (Landon Liboiron), um cara que oferece uma bebida e uma conversa, só que nesta conversa Carter faz um convite para ela e seus amigos, para um lugar isolado para beber um pouco mais, afinal é o último dia antes de voltar para casa. Já comece a perceber onde isso vai dar.

O grupo vai atrás de Carter, para um tipo de igreja abandonada onde iniciam o jogo que dá nome ao filme: verdade ou desafio. As verdades e desafios até este ponto do filme são até então normais entre pessoas da idade deles, assim podemos dizer. A verdade começa a incomodar quando perguntam a Markie se ela já notou que Olivia está apaixonada por seu namorado. Em seguida, descobrimos porque Carter atraiu o grupo de amigos até lá: Carter admite que atraiu Olivia e seus amigos para jogar verdade ou desafio, porque ele não quer morrer e ele não tem problema em ver estranhos morrerem em seu lugar. No final das contas ninguém acredita e todos voltam para casa no dia seguinte.

A partir daí o verdadeiro jogo começa, de forma direta e forte. A pessoa ou diz a verdade ou termina de realizar o desafio, se não fizer nenhum dos dois, morre. A primeira pessoa a descobrir isso é Olivia, ela é obrigada pelo jogo a gritar na frente de metade do campus da faculdade que Markie está toda hora traindo Lucas. Ela teve que contar a verdade, por mais que o jogo não a puniu, as consequências pessoais são enormes, ela teve que falar que esta afim do namorado da amiga. Ninguém acredita em Olivia, mas o jogo continua, mesmo ela tentando justificar a verdade. Não vou contar muito mais do filme daqui em diante para você que ainda não viu possa conferir, mas de acordo com o desenrolar do filme, vamos entendendo como o jogo funciona e quais tipos de consequências (e mortes) o jogo pode proporcionar.

Analisando o enredo do filme, o jogo sempre procura aproveitar das fraquezas de cada participante e usar ao seu favor, o problema é que muito do que acontece em decorrência disso fica previsível e repetitivo, não trazendo grandes surpresas. O roteiro tenta mostrar a história, colocando alguns problemas sérios dentro do contexto, como por exemplo, a violência sexual, e uma pessoa que está com medo de revelar ao pai sobre sua sexualidade.

As consequências pessoais e sociais de dizer a verdade estão presentes a todo tempo. Nos momentos engraçados, o filme tenta forçar a risada, mas não dá muito certo. O filme tem um final diferente, mas o que acontece no começo dele, deixa aberto a possibilidade deste final, diria até um final estilo Black Mirror. Para um  filme produzido pela mesma produtora de “Corra”, o filme ficou a desejar.

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