Filmes e Séries

Crítica | Han Solo: Uma História Star Wars

Han Solo: Uma História Star Wars chegou aos cinemas brasileiros esta semana, trazendo a história de Han Solo, eternizado nas telas por ninguém menos que Harrison Ford. O novo spin-off da franquia faz com que seu público de fãs de tantos anos, exija certo nível de qualidade e adesão ao legado de personagens e histórias que começaram com o primeiro filme da franquia, Uma Nova Esperança. Alguns fãs concordam que esse filme deveria ser feito, outros não, mas aqui vamos falar sobre nossas impressões sobre o filme do nosso contrabandista corelliano.

Ah! Fica tranquilo, o texto é sem spoilers!

Confesso que como fã da franquia, tive um pouco de resistência para assistir Solo, mas ao diante da telona, você verá que há toques de filmes de George Lucas, vislumbres do que é feito em Star Wars: espécies bizarras, planetas exóticos, rebeliões lutando contra enormes impérios. Apesar disso, o enredo, por mais que tenha sentimentos de nostalgia,  entrega uma história quase sem urgência, sendo mais um pano de fundo para mostrar a origem do protagonista. Fique tranquilo, o longa mostra muitas referências que tínhamos curiosidade em saber (apesar de já sabermos), como por exemplo Han conheceu Chewbacca, como Han ganhou a Millennium Falcon de Lando Calrissian em uma partida de sabacc, entre outras histórias.

Falando sobre a trama: encontramos um jovem Solo (interpretado por Alden Ehrenreich) enquanto ele está aplicando seus primeiros golpes em seu planeta natal, Corellia. Nesta história, Solo torna-se recruta do império, lá por circunstancias que ele passa, descobre o que quer fazer no final das contas: ser um contrabandista espacial. Ele afirma ser um excelente piloto e diz que será o melhor da galáxia, mas nós realmente não temos a confirmação deste potencial, exceto por uma breve perseguição pela cidade e quando está fazendo o percurso de Kessel em menos de 12 parsecs (arrendondando pra baixo kk).

Han Solo e seu interesse amoroso, Qi’ra (Emilia Clarke) são rapidamente envolvidos em uma trama maligna e, apesar de todo um universo lá fora, os dois conseguem se reencontrar em outros momentos da história. Ao longo de sua jornada, Solo conhece uma variedade de personagens, alguns que ficam por perto e outros não, mas todos eles parecem estar trabalhando em direção a um propósito comum: a liberdade. Questionar a ideia de liberdade e o que a constitui, afinal, o filme se passa antes do episódio 4.

Em relação a atuação de Alden Ehrenreich, ficou a ele a responsabilidade um personagem icônico, incorporar um personagem lendário que existe há décadas. Apesar do esforço de Alden, é difícil para aceitar que este é o jovem Solo, muito disso por conta da caracterização de Harrison Ford, mas isso não faz de sua atuação péssima, apenas ok. É o Solo no filme, mas não do jeito que estamos acostumados a ver. Há cenas que fazem referência ao velho Han, como por exemplo Alden em alguns tiros imita as sobrancelhas levantadas de Ford, franzindo os lábios e fazendo comentários maliciosos.

O elenco do filme (de peso vale ressaltar) ajuda para o desenvolvimento do filme, principalmente quando falamos de Paul Bettany (como vilão Dryden Vos) e Donald Glover (o jovem e malandro Lando Calrissian). Também não posso deixar de mencionar Joonas Suotamo interpretando nosso querido Chewbacca, Rio por Jon Favreau e Woody Harrelson interpretando Beckett, garantindo boas risadas. Assim como aconteceu em Rogue One, este filme usa uma droide como alívio cômico, a L3-37 (Phoebe Waller-Bridge) fazendo este papel.

Emilia Clarke, como a protagonista feminina, faz pouco mais que olhar e dar impulso às ações de Solo, ao longo do filme você se faz muitas perguntas sobre Qi’ra, até o final. Ao mesmo tempo que temos muitas personagens em tela, vários deles não tem tanto tempo de tela, como Lando por exemplo. Falando de Lando, foi gerado uma grande expectativa pela atuação de Donald Glover interpretando o malandro que conhecemos na trilogia clássica, mas nada de excepcional. Uma pena que ele não teve tanto tempo de tela, mas sua participação ajudou no desenvolvimento na construção de Solo.

Por todo ambiente que o filme foi produzido, com troca de diretores e problemas na produção, Ron Howard foi chamado para terminar o trabalho. Em entrevistas mais recentes, afirmou que cerca de 70% do filme que foi para as telas é de seu trabalho, isso resulta para alguns fãs em uma história mais pé no chão e com um final que poderia ser melhor. Uma curiosidade sobre o filme: o longa conta com roteiro escrito por Lawrence Edward Kasdan, em conjunto com seu filho Jonathan. Se não você não lembra, Lawrence foi roteirista de nada mesmo que O Império Contra-Ataca e O Despertar da Força.

Han Solo: Uma História Star Wars tinha potencial para ser melhor, mas não chega ao ponto de ser ruim, não é uma história essencial para contar sobre a saga Star Wars, mas é um filme apenas bom. Eu sei que alguns fãs preferem que algumas histórias poderiam ter sido deixadas para a imaginação, mas vale conferir este spin-off no cinema. É impossível de agradar a todos, mas é um longa com momentos de clima de velho oeste (por que não?), mas os alívios cômicos, referências, a dinâmica da dupla Solo e Chewie garantem bons momentos. Han Solo sem dúvida é o filme mais genérico da franquia, apesar de estar recheado de fan-service, não é uma história tão Star Wars assim.

5 Comments on “Crítica | Han Solo: Uma História Star Wars

  1. Parabéns, Beto, sua percepção foi ótima! Eu estava sem expectativas sobre o filme, ainda estou com receio em assistir, mas confesso que está mudando um pouco esse receio kkkkk

  2. Adorei o texto 🙂 não tinha muita expectativa deste filme, mas depois de ler o texto tenho uma outra percepção, confesso que agora estou curiosa para assistir o filme.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *