Eu me lembro bem o que comentei com meus amigos e colegas de site sobre o novo filme do Predador, na época havia somente um poster com uns Raios formando o rosto do caçador intergalático, e eu tava bem desesperançoso pro filme. Primeiro por achar que seria um reboot, de uma série tão popular e importante pra cultura pop. Segundo por causa dessa última leva de reboots com qualidade duvidosa e que mudam o conceito dos personagens no cinema.
Felizmente o filme de Shane Black é o oposto de tudo isso, o filme se passa nos dias atuais e é uma continuação dos outros filmes. E ele consegue fazer muito mais do que simplesmente ser um filme genérico de alienígenas, ele é um filme genérico de ação e alienígenas dos anos 80/90. Ponto para o Shane Black e pros roteiristas que conseguiram acertar no tom do filme. Evitando dar o máximo de spoilers sobre a trama, Mckean é um Sniper capitão do exército americano que acaba tendo contato com o Predador em uma de suas missões e acaba sendo colocado junto com outros lunáticos do exército para ser esquecido e taxado como louco. O problema é que o Predador ataca a instalação que eles estão, e eles precisam se unir com uma cientista para sobreviver e salvar Rory, que é o filho autista de Mckean que acabou envolvido em toda essa confusão.
Quem conhece os outros filmes do diretor, sabe como ele é bom com diálogos e interações de personagens, vide os Máquina Mortífera, então espere diálogos rápidos e engraçados, principalmente entre os militares lunáticos. A interação dos caras é tão boa, que você fica em dúvida se quer continuar vendo toda a ação do Predador, ou se quer continuar ver os caras se tornando bons companheiros. Outro ponto alto da trama foi manter a fidelidade do Predador, tanto visual, quanto o seu modus operandi. Temos até a clássica cena da caçada na selva, coisa que não poderia faltar.
Nos quesitos técnicos, o filme também acerta em cheio, sua trilha sonora, composta por Henry Jackman, deixa de lado aqueles sons digitalizados e padrões do cinema de ação, e trabalha com uma trilha orquestrada com temas inspirados nas trilhas dos filmes anteriores. Em alguns momentos os tons mais altos e metálicos me lembraram John Williams, o que é uma excelente referência. Os efeitos especiais são excelentes no que se propõem salvo uma exceção que vocês vão perceber ao assistir, e eles parecem terem mesclado uma boa quantidade de efeitos práticos com efeitos digitais. O 3D do filme é meio dispensável, e serve mais pra dar profundidade nas cenas, principalmente nas sessões IMAX, que foi como eu assisti.
O Predador é o filme do Predador que eu não esperava, e acerta em cheio em todos os aspectos do personagem. É aquele Blockbuster de ação que não sai no verão por ser para maiores de 18 anos, e essa classificação indicativa é bem aproveitada pelo filme para fazer muito gore. Se você é fã do personagem, ou gosta de filmes que mesclam ação e horror, encontrou o seu favorito do ano.