Filmes e Séries

O Doutrinador | Crítica

Depois de meses de muita expectativa, ontem o Dinastia teve a oportunidade de conhecer o primeiro filme nacional baseado em um quadrinho que recebeu um grande investimento, O Doutrinador.

O Doutrinador foi escrito e ilustrado pelo carioca, Luciano Cunha em 2008. A HQ conta a história de um agente policial que sofre uma perda irreparável e se transforma em um vigilante que pune políticos corruptos. 

Transformado em filme por Gustavo Bonafé, o longa aborda em aproximadamente 2 horas toda a história já lançada do anti-herói brasileiro. Na trama, após uma pessoa de sua família ser assassinada, Miguel inicia uma jornada pessoal de vingança e assume a identidade de um vigilante mascarado, o Doutrinador.

Tendo como base a situação política caótica do país, o longa não deixa de lado o que gostamos em filmes de anti-heróis, lutas muito bem coreografadas, fugas com acrobacias, cabeças explodindo, muito sangue e vingança. Regado a muitas cenas bem gráficas para que você não tenha dúvida de cada ato e consequência.

Com uma fotografia espetacular, trabalho gráfico de cair o queixo e uma direção de deixar qualquer hollywoodiano orgulhoso, O Doutrinador ganha destaque por sua qualidade. As cenas de ação empolgantes, lutas muito bem produzidas e um plano sequência sensacional, fazem o longa se tornar muito imersivo já que a câmera parece se movimentar com cada personagem. Outro destaque do filme fica por conta da sonorização, além de um trilha excelente com Rap e Rock, a sonorização das cenas de luta é inacreditável, prestando um pouco de atenção é possível ouvir ossos sendo quebrados.

Dirigido com um visual obscuro e atual, que remete ao tom de Zack Snyder, em contraste com os vermelhos dos olhos do Doutrinador, o longa utiliza de locações belíssimas do centro de São Paulo, que rendem um panorama extraordinário. Tudo isso atrelado a uma montagem primorosa que te prende durante toda a exibição.

O elenco traz nomes de peso como Eduardo MoscovisMarília GabrielaHelena RanaldiCarlos BetãoSamuel de Assis e Tuca Andrada, além é claro de Kiko Pissolato, que se entrega completamente nos momentos que necessitam de extrema carga dramática e, claro, de muita ação e Tainá Medina, que interpreta uma hacker de humor ácido, excepcionalmente inteligente e bastante corajosa.

Talvez o único ponto negativo do filme está em ter que contar uma história que merece ser aprofundada em tão pouco tempo, que acaba fazendo tudo acontecer em um período muito curto de tempo, mas isso se justifica no pós-créditos.

Por fim, o longa ainda ensina que o ódio pode mover todas as coisas. Parecer fazer o errado ser certo, mas também cega e destrói de forma irrecuperável.

Com uma trama muito bem amarrada e um final surpreendente (que levou a platéia ao delírio), o Doutrinador tem tudo para ser o novo sucesso do cinema nacional e o primeiro, e mais adorado, anti-herói brasileiro.

3 Comments on “O Doutrinador | Crítica

  1. Adorei o filme mas não encontro o nome da música que toca quando ele invade o prédio do presente eleito. Help!

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