Filmes e Séries

Crítica | Filhos do Caos

Quando o assunto é sobre o mundo asiático muitos temas surgem para serem discutidos. Gostamos de comentar o quanto sua cultura é fascinante comparada a nossa brasileira. É o estilo de se vestir, são seus pratos típicos, religião, suas leis e o quanto o ensino de educação vai além.

Sabe aquele papo clássico de que a pessoa por ser asiática é mais inteligente? Eu, depois de assistir essa série, entendi bem o sentindo dessa frase. O quanto os países asiáticos, em especial os orientais, são totalmente focados na educação. Você estar na melhor faculdade e com as melhores notas vai muito além de uma simples obrigação. É questão de status social. Educação é diretamente proporcional ao sucesso, independente do que seja. Isso ficou muito claro em Filhos do Caos.

Filhos do Caos, série taiwanesa produzida pela Netflix com apenas cinco episódios relata exatamente isso. Como a necessidade de ter um status melhor na sociedade é primordial para ser feliz, e claro, o quão desconfortável é para o estudante receber tanta pressão. Cada episódio tem cerca 90 minutos, praticamente um filme, e isso foi um ponto positivo para o dorama. Como cada episódio é uma história única, sem grandes conexões entre eles, os principais pontos ficaram bem esclarecidos e abordados até o momento que deveria ser. E pontos que não foram bem explicados, são teorias que nós mesmos podemos refletir e interpretar por conta própria. E claro que o ponto negativo de um episódio longo, é ter cenas bem maçantes. Não foi diferente com Filhos do Caos.

Um ponto diferente é como a qualidade do roteiro e dos efeitos especiais se sobressai. Eu, amante de dorama, tenho que admitir que muitos pontos são falhos e fracos. Principalmente se você também acompanha séries americanas e outros afins. A qualidade é muito diferente, e quando avaliamos um trabalho asiático, infelizmente não podemos ser tão exigentes nesses pontos e a comparação deve ser mínima. Então, em relação a produção, fui surpreendida positivamente.  As histórias foram criativas em muitos aspectos (não lembro de ter visto histórias semelhantes em outro lugar), e por utilizarem uma tecnologia a la Black Mirror, com fatores futurísticos, dando um gostinho maior de ver.

Também tenho que destacar a atuação, que é outro ponto fraco nessas séries asiáticas. Foi muito boa. O ator só é bom, na minha opinião, quando ele passa exatamente os sentimentos (até os mais profundos) em frases e até mesmo no olhar. E pude sentir isso muito bem em todos os episódios.

Gostaria de destacar o terceiro episódio “O último dia de Molly” que para mim foi o melhor entre os cinco. A história e os personagens mexeram comigo de uma forma que não sei explicar.

Filhos do Caos me agradou positivamente em vários aspectos. Não esperava ver histórias boas em cima de um tema meio clichê. Talvez o único ponto negativo (não sendo tão crítica assim) é o fato de não terem explorado tão bem essa oportunidade. Ou seja, as histórias são boas mas não conseguiram adaptar da melhor forma.  Não pegaram 100% a ideia. Apesar disso, vale a pena assistir? Sim. Uma série que usa elementos de ficção científica e horror para mostrar a relação familiar asiática, com o foco na responsabilidade, estresse e até mesmo a grande expectativa que as crianças recebem de seus pais, merece uma chance, né?

https://www.youtube.com/watch?v=wcVEHTs0byA

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