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Dragon Ball Super: Broly | Crítica

Depois da revitalização feita durante a série de TV, Dragon Ball Super, Akira Toriyama resolveu trazer a continuação do Torneio do Poder para os cinemas. A maior surpresa era a aparição de Broly, personagem já conhecido dos fãs, mas que não era considerado canônico dentro do anime, e que agora teria a sua história reescrita pelo criador e roteirista original da Dragon Ball.

O filme começa mostrando 30 anos no passado, quando o planeta Vegeta ainda existia, mostrando o ponto de vista dos pais do nosso trio de protagonistas, Goku, Vegeta, e Broly. Enquanto Vegeta era o príncipe do planeta e tinha um grande poder latente por ser realeza, Goku era avaliado como um soldado de classe baixa, e sem grandes pretensões. Já Broly, era filho de um dos comandantes do exército e tinha um poder de luta tão grande, que era maior que o príncipe Vegeta. Isso causou a inveja do Rei Vegeta, banindo Broly para um planeta inóspito, junto com seu pai que fugiu para tentar lhe proteger. Paralelamente a isso, vemos a história de Bardock, pai do Goku. Bardock sente que Freeza quer eliminar todos os Sayajins, e resolve mandar seu filho para Terra, uma trama bastante parecida com o Superman, principalmente na montagem dos fatos, mostrando seus pais morrendo durante a explosão do planeta, enquanto sua capsula viaja até a terra.

Toda a trama do presente eu vou preservar para não dar spoilers para vocês, mas o desenrolar dos fatos é algo bem simples, e mantém uma trama que veríamos normalmente no anime. Em algum momento no tempo atual, temos Freeza, Broly, Goku, e Vegeta numa batalha mortal, e onde vemos um dos pontos mais altos do filme, sua animação. É incrível como pegaram tudo que já fizeram no anime no quesito animação, e elevaram a outro nível. Os traços estão levemente mais arredondados, e as animações estão muito mais fluidas, mostrando como as técnicas de luta dos nossos personagens, principalmente o Goku, são inspiradas em artes marciais de verdade. Toda a movimentação dos personagens toma um ar mais realista, e o traço parece algo que já vimos em Avatar: A Lenda de Aang, ou em alguns pouquíssimos episódios de Naruto Clássico. A direção e a montagem das cenas são de tirar o fôlego, ao invés de vermos sempre os personagens de um lado a outro da tela, temos outras visões da batalha, as vezes com uma câmera sobre os ombros de quem está atacando, as vezes em primeira pessoa, vendo apenas os braços e os poderes lançados, e muitos takes panorâmicos mostrando a extensão da batalha e dando ainda mais ênfase no nível de poder dos lutadores. A direção desse filme deveria servir de exemplo pra qualquer coisa feita de Dragon Ball pra qualquer mídia.

Outro grande acerto é a dublagem. Primeiro por manterem as vozes dos personagens que estamos emocionalmente envolvidos a tantos anos, e principalmente pelo nível de atuação e entrega que foi dado para esse filme. Todas as vozes entregam tudo o que podem, e é incrível como o Dado Monteiro conseguiu gritar tanto e se entregar tanto como Broly. Parabéns para o Wendel Bezerra e sua direção. A trilha sonora é legal, tem umas referências à alguns trabalhos já utilizados na série, e a faixa tema de Broly, que toca durante a batalha do personagem contra os outros, fica falando o nome dos personagens e variando a intensidade de acordo com os ataques, parece que estamos numa luta de Boxe e tem um narrador gritando o nome dos lutadores de acordo com o golpe, achei uma ideia genial!

Dragon Ball costuma se resumir pra muitas pessoas como um anime de batalhas e de escalonamento de poder. Dragon Ball Super Broly consegue mostrar que Dragon Ball tem uma mensagem muito mais importante que isso, ser uma pessoa boa, ser uma pessoa que se importa com seus amigos e seus entes queridos, é a maior força que alguém pode ter. O Final transcreve Goku para todo mundo de uma maneira que algumas pessoas ainda não conseguiam ver. Dragon Ball Super Broly é o melhor material já feito sobre Dragon Ball, e deixa uma linda porta aberta para novas aventuras com Goku, Vegeta e seus amigos.

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