Filmes e Séries

Crítica | Doentes de Amor

Confesso que quando fui ver o Doentes de Amor (The Big Sick) pensei: será que é mais um filme de comédia romântica bem previsível? Pensei nisso porque o problema com a maioria das comédias românticas americanas nos últimos anos é a falta de realidade, mas para minha felicidade foi o contrário, uma ótima surpresa de 2017.

Doentes de Amor é escrito por Kumail Nanjiani (conhecido por seu trabalho na série HBO Silicon Valley) e sua esposa Emily Gordon, que é interpretada por Zoe Kazan, que conseguiram colocar elementos difíceis da vida real, aborda tabus interculturais que ambos os lados do conflito encontrarão desconfortáveis. Em outras palavras, podemos dizer que o filme é uma carta de amor séria para a vida real. Acredite, este filme é baseado na vida de Kumail.

Como dizia no parágrafo anterior, o filme é levemente baseado no difícil namoro da vida real entre os roteiristas Kumail e Emily Gordon. A história é de um comediante paquistanês que vive em Chicago, Kumail trabalha tanto no palco, quanto como motorista de Uber. Sua família o trata como a ovelha negra, seus pais Azmat e Sharmeen são muitos exigentes devido a cultura de seu país de origem (Anupam Kher e Zenobia Shroff) em relação ao seu irmão sarcástico Naveed (Adeel Akhtar).

Eles querem que Kumail siga sua vida de forma tradicional, faça faculdade de direito e que tenha um casamento arranjado com uma muçulmana paquistanesa. Em cada jantar familiar, sua mãe ouve uma batida na porta da frente e você escuta a seguinte frase vindo dela: “eu me pergunto quem poderia ser?”. Em seguida sua mãe lhe apresenta a uma linda jovem, isso parece inteiramente comum para eles, mas totalmente sem lógica para Kumail.

Em uma de suas apresentações, Kumail conhece Emily, quando ela grita “Woo hoo” em seu show de stand up. Naquele primeiro momento, eles falam que não querem nenhum tipo de relacionamento e não estão prontos para compromissos, Emily justifica por seu mestrado em psicologia e um relacionamento neste momento pode atrapalhar. O que vemos é que as coisas acabam ficando um pouco mais sérias entre eles. O filme caminha facilmente para uma história aparentemente sem fim de falsos começos e contratempos, que nunca se sentem forçados ou traçados, mas simplesmente acontece o estreitamento da relação.

Um dos temas abordados neste filme é o choque cultural, os pais de Kumail imaginam ele se casando em sua cultura e desta forma ele esconde isso de Emily, bem como esconde ela de sua família. Devido alguns acontecimentos no filme, o casal acaba se separando, em seguida Emily fica doente, precisando ficar hospitalizada a longo prazo em um coma induzido, enquanto os médicos tentam descobrir o que há de errado com ela. Por culpa pelo desfecho da separação, Kumail permanece no hospital para apoiar Emily. Nesse ponto cai a ficha que Emily é a mulher de sua vida. Neste momento também os pais de Emily, Beth e Terry (Holly Hunter e Ray Romano) chegam da Carolina do Norte e não estão nada felizes em conhecê-lo, pedindo para que ele vá embora.

Acredito que o sucesso deste filme se dá pela boa parcela contribuída pelos produtores Judd Apatow (Ligeiramente Grávidos, O Virgem de 40 Anos, Tá Rindo do Quê?) e Barry Mendel (O Sexto Sentido, Corpo Fechado) assim como o diretor Michael Showalter (Doris, Redescobrindo o Amor). O diretor faz um trabalho admirável de manter a fluidez do filme e trabalha com com vários pontos da história, justificando o tempo do filme de aproximadamente de duas horas. Kumail e Zoe têm uma química fácil e agradável juntos, é nítido isso ao decorrer do filme.

Não não posso deixar de destacar as atuações de Ray Romano (Everybody Loves Raymond) e Holly Hunter (O Piano), que contribuíram para o desenvolvimento de forma agradável do segundo e terceiro ato junto com Kumail.

Por meio deste filme podemos notar como trabalharam através dos assuntos abordados, um retrato de como um filme de comédia romântica pode ser tanto hilariante, quanto dolorosa. A forma como o relacionamento de Kumail evolui com os pais de Emily mostra uma comédia de um imigrante com todas as suas contradições e ironias, ele é paciente o suficiente para ficar ao lado deles enquanto a raiva e a suspeita sobre ele mudam conforme o filme se desenrola.

Bom, vou parar por aqui para que você leitor tenha uma ótima experiência ao assistir este filme no cinema e descubra o desfecho de Kumail entre escolher ter um casamento arranjado ou lutar pelo seu amor. O filme estreia nos cinemas brasileiros no próximo dia 19 de outubro. Depois de assistir, conte para nós nos comentários o que achou do filme.

One comment on “Crítica | Doentes de Amor

  1. A historia está bem estruturada, o final é o melhor. É uma história muito diferente e original, o filme superou as minhas expectativas, o ritmo da historia nos captura a todo o momento. O ator, Kumail Nanjiani é excelente! Sua comédia é natural e ele é autêntico. Seu trabalho de dublagem também é ótimo, em Lego Ninjago é sensacional! É um dos filmes mais divertidos que já vi, é um dos melhores filmes animados gostei muito como se desenvolve a história, o roteiro é muito divertido para pequenos e grandes, em todo momento nos fazem rir. É um filme que sem importar o estado de animo em que você se encontre, irá lhe ajudar a relaxar um pouco.

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