Filmes e Séries

Crítica | Aniquilação (Netflix)

Dirigido por Alex Garland, o cara por trás de Ex-Machina, Aniquilação chega a Netflix mantendo a proposta de sustentar o alto nível das produções originais na plataforma de Streaming. Garland ficou irritado por seu filme ir direto para o conteúdo digital, sem exibição nas grandes salas de cinema, e não é pra menos. O esmero técnico por trás de Aniquilação dá a sensação de que o filme ficaria ainda mais bonito e intenso nas telas gigantes e imersivas do cinema.

Com Natalie Portman como protagonista do longa-metragem, e um elenco coadjuvante formado por Tessa Thompsom (Que roubou a cena em Pantera Negra), Oscar Isaac e Gina Rodriguez, não era de se esperar pouco das atuações. Atuações essas que fazem com que o mundo fantástico criado dentro da redoma de luz, se torne crível suficiente para questionarmos a vida e a criação.

O enredo começa com uma professora universitária de biologia, que recebe o seu marido de volta de uma missão do exército, porém, seu marido passa mal e eles vão parar em um centro de contenção do governo americano, que está investigando uma estranha redoma de luz que começou a se espalhar por uma região. Ela resolve se juntar a outras 4 mulheres especialistas para investigar o fenômeno, e tentar salvar a vida do seu marido.

Usando desse plot de investigação cientifica, o filme testa o expectador a todo momento, fazendo questionamentos sobre a criação, sobre o envelhecimento, e principalmente sobre a vida. A profundidade de seus personagens, igualada a qualidade dos diálogos, fazem de Aniquilação um filme pesado para as suas menos de duas horas de duração. Você pode assisti-lo como uma aventura de descoberta a um novo mundo, mas se quiser e o filme vai te oferecer isso muitas vezes, você verá que pode ir além e se questionar sobre todos os aspectos da vida humana.

Com uma direção de arte e fotografia lindíssima, fazemos a mesma pergunta que Garland, ao nos questionarmos se realmente o Streaming é a melhor maneira de consumir esse tipo de filme. Garland usa as cores saturadas, e bastante iluminação colorida pra mostrar o contraponto do mundo dentro da redoma de luz. Assistir essas cenas no cinema valorizariam ainda mais o trabalho técnico e artístico.

A trilha sonora do filme é ok, não foi marcante como o aspecto visual, mas não comprometeu as cenas importantes do filme. Infelizmente o filme pode parecer um pouco cansativo, principalmente se compararmos a sua duração, com outros filmes do mesmo gênero. O roteiro é ótimo para trabalhar diálogos e contrapontos, mas as vezes dá uma derrapada no direcionamento da trama principal.

Aniquilação é uma grata surpresa da Netflix, e nos faz questionar não só sobre as indagações filosóficas que envolvem a vida, mas como se esse tipo de plataforma é ideal para todos os filmes. Parece que Alex Garland acertou de novo.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *