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Condado Macabro | Crítica

Dirigido e roteirizado pelo autor de terror, Marcos DeBrito, Condado Macabro conta a história de 5 amigos que alugam uma casa no interior afim de aproveitar um feriado nacional, porém não contavam com as surpresas que os frequentadores da região poderiam lhe proporcionar.

O grupo é formado por personagens clichê no universo do horror. Beto (Rafael Raposo) é o machão irresponsável da história que só quer usufruir das garotas, Theo (Leonardo Miggiorin) é o inocente que apesar de atento as ações que os levam ali, não tem pulso firme para se provar. Lena (Bia Gallo) e Mari (Larissa Queiroz) são as garotas bonitas que comumente em filmes de terror são intituladas como as primeiras a morrer, mas nesse filme não é bem assim, e Vanessa, que ainda estou tentando entender qual o contexto que a fez ser inserida ali.

Pois bem, como filmes de terror comuns, sempre temos personagens que são privados de inteligência e astúcia, representado por todos citados acima, exceto Lena, que quebra o estigma clichê de loira burra, e surpreendentemente, é graças a ela que a história não é mais triste de se contar.

Não bastasse o lugar desconhecido que escolhem para passar o feriado, escolha esta proporcionado por Beto, o personagem mais acéfalo do longa, no caminho para a casa eles conhecem dois palhaços: Cangaço e o Bola Oito. Frustrados da vida de shows de rua, decidem num determinado dia aproveitar da oportunidade que jovens ricos estavam visitando a pacata cidade, e aterrorizá-los numa noite.

A ideia parece tranquila de ser posta em prática, visto o despreparo do grupo de jovens, mas o que a dupla de palhaços não contava é que a região já tinha outros moradores um tanto quanto estranhos. Os irmãos pra lá de sinistros viviam num casebre afastado e mantinham uma criação de porcos, com um alimento um tanto quanto peculiar: carne humana.

A história claramente é uma homenagem a O Massacre da Serra Elétrica, mantendo elementos narrativos semelhantes, mas adaptando a ambientação a cultura nacional, por meio dos traquejos dos palhaços e trilha sonora, preservando o principal aspecto do clássico do cinema por meio do seu principal vilão, retratado através do homem do casebre.

A fotografia do filme é bem curiosa, utilizando de uma técnica de envelhecimento da imagem, dando a impressão que estamos vendo uma sequência de imagens apresentadas por um antigo projetor, visto o desgaste da coloração das cenas e as bordas envelhecidas. A técnica de filmagem é por vezes ousada, e temos cenas que o sangue espirra na câmera nos fazendo presentes no horror da situação.

O elenco não surpreende, tendo atuações simplistas sem se destacar perante a história. Porém, o que mais me chamou a atenção pela atuação firme e caricata foi Francisco Gaspar, no papel do palhaço Cangaço, que consegue retratar muito bem o humor seco de um humorista que não era mais capaz de fazer as pessoas rirem, e tinha um novo objetivo em sua mente.

Por fim, com relação a montagem e roteiro do filme, acredito que a duração de quase 2 horas foi demais para a história contada, visto que por quase 40 minutos o longa focou na trajetória dos personagens até a casa, e como não havia ali uma interação sadia e construtiva entre eles, pouco agregou. As cenas de horror funcionam bem, com sangue e vísceras que o cinema do terror pede, mantendo o clichê desse tipo de filme.

O plot final funciona bem e faz o filme fugir do padrão das histórias, colocando o toque de Marcos DeBrito que já vimos em outras obras do autor, como A Casa dos Pesadelos, dando esperanças e mostrando que o cinema do terror no Brasil tem sim muito a mostrar ainda.

O filme está disponível da plataforma de streaming Amazon Prime Video. O livro publicado após o lançamento do filme, você pode adquirir através do link abaixo.

                                               

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