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Cobra Kai – 1ª e 2ª temporada (Netflix) | Crítica

Estamos acostumados a aplaudir as glórias de um campeão, ver sua vida se transformar a partir da vitória, pensando no “felizes para sempre”. Mas, o que acontece com o perdedor? Que tipo de transformação a sua vida passa por ser o segundo lugar? Cobra Kai é exatamente sobre isso.

Se passando 34 anos após o primeiro Karatê Kid, Cobra Kai conta a história a partir do ponto de vista de Johnny Lawrence, hoje um solteirão, alcoólatra e desempregado, que vive assombrado pelos fantasmas do passado, principalmente da sua derrota na final campeonato regional de Karatê para Daniel LaRusso.

A série foca em mostrar o lado de Johnny da história, quando após conhecer Miguel, um imigrante latino que se mudou para a sua vizinhança, resolve reabrir o dojo Cobra Kai e trazer o karatê de volta para a sua vida.

Cobra Kai

Um dos trunfos de Cobra Kai e que pode mexer com a nostalgia de muita gente, principalmente os quarentôes que viveram os anos 80 é trazer os atores que participaram dos 3 primeiros filmes. A dublagem brasileira usa isso ainda mais ao seu favor, trazendo os dubladores conhecidos por fazerem as vozes daqueles atores por aqui.

Ainda nessa brincadeira nostálgica, a série usa de cenas dos filmes, e em momentos específicos mostra de uma maneira diferente do que estamos acostumados, fazendo nós olharmos pelos olhos do Johnny, transformando muitas vezes o nosso herói Daniel-San no vilão da história.

E essa área cinza, mostrando sempre o ponto de vista antagônico dos personagens é que faz a trama de Cobra Kai ser tão interessante. As duas temporadas mostram como os dois são tão parecidos, e que as impressões sobre ambos não faz parte do mesmo purismo dos anos 80.

Esse comparativo não fica apenas entre os dois personagens, mas também entre os dias de hoje e os anos 80, será que se Karatê Kid se passasse nos dias atuais, tudo seria da mesma forma?

Falando um pouco da parte técnica, Cobra Kai se garante com uma boa trilha sonora, uma fotografia incrível, e um roteiro bem escrito e viciante, são 10 episódios por temporada, e eles passam tão rápido que quando vamos ver, já acabaram todos.

As coreografias de luta são muito boas, e a série não fica abusando do uso de dublês, colocando todo mundo pra lutar pra valer e de forma bem convincente. No final da segunda temporada tem uma cena de briga coletiva que dura uns 10 minutos, é um plano sequência muito bem feito, e de tirar o fôlego do expectador.

Cobra Kai é uma bela surpresa no catálogo da Netflix, e que ficou “escondida” no YouTube Premium por tempo demais. Felizmente, a próxima temporada virá exclusiva para a Netflix, e acredito que é a casa perfeita para um material de tão alta qualidade.

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