A Comic Con é aquele evento que esperamos o ano todo para ir, e a ansiedade começa lá nos primeiros meses, na venda dos ingressos, e dura o ano inteiro, até finalmente chegar o dia! Porém muitas vezes não nos damos conta que nem sempre as coisas são como planejamos, não é mesmo? E qual é uma das piores coisas que podem acontecer com você à véspera de um evento onde o que a gente mais faz é andar? Pois é… quebrar o pé, justo o pé, aquele item que mais precisamos na convenção (mais do que a cabeça até, porque tem horas que nem pensamos, só andamos, andamos e andamos rs). Então o desespero tomou conta, enquanto passou na mente um filme de todos os outros anos que fui e que não tinha, até então, percebido o quanto precisava do pé para curtir o evento. As enormes filas, escadas, rampas (bem íngremes por sinal), os stands apertados, as corridas para pegar algo legal e/ou em promoção, os corredores internos das lojas, aquele abraço correndo (tipo de filme) no amigo que não vê há muito tempo (ou até mesmo aquele que nunca tinha visto pessoalmente), a multidão que a gente se aperta pra passar no meio rápido, enfim… são inúmeras coisas que fazemos no modo automático com os pés e não nos damos conta. Mas a questão era… ir ou não? Ingresso de 4 dias comprado há muitos meses e a ansiedade e vontade matando por dentro, mas e o medo de ir e se frustrar ou passar aperto? Pois bem… decidi deixar meu lado Professor Xavier tomar conta e ir. E foi uma boa decisão!
Começando pela saga que é: CHEGAR até lá. Ok, eles fornecem cadeira elétrica para você usar durante o dia, e para usufruir disso é bem rápido e prático, basta chegar na entrada PCD (Pessoas com deficiência) que se localizava ao lado da entrada Full Experience, mas e para chegar até essa entrada??? Ai que está o problema. Não tinha vaga de estacionamento perto, a rua que dava acesso estava fechada para carros e qualquer outro lugar, era mais longe que a batcaverna, então a única solução que poderíamos fazer no dia foi acionar os bombeiros lá na entrada PCD (nem preciso comentar que meu marido que fez isso né? Claro que eu não consegui chegar até lá pois havia deixado as muletas em casa, pois achei que não precisaria delas) e eles irem me buscar. Eu não gostei nada dessa solução, mas era o dava para fazer na quinta-feira, pois como era meu primeiro dia da feira, não sabia qual seria o esquema. Finalmente chegando à entrada, com os bombeiros me levando, peguei a cadeira elétrica e comecei meu passeio, vestida a caráter para a ocasião.

Sem dúvida nenhuma a melhor coisa que fiz foi comprar os 4 dias de feira, pois na quinta apesar de ter ficado poucas horas, consegui ver boa parte dos stands pois é o dia mais vazio do evento, então foi muito legal! Deu para andar sem ficar quase atropelando as pessoas (na verdade elas que me atropelavam e quase caiam em cima de mim) e a visão dos olhos no horizonte da feira foi o máximo. O Staff da CCXP foi um show a parte… extremamente prestativos comigo (e creio que com todos que precisavam) e quando possível, sempre tentavam me ajudar a entrar nos stands, mas é claro que alguns, como as lojas DC, Panini e Comix, eu entrei (pela fila preferencial, mas a fila comum estava pequena esse dia) mas fiquei em um cantinho, pois os corredores eram tão estreitos e as pessoas estavam tão loucas (não as julgo, pois eu também sempre fico) que tive medo de ir mais a fundo e fiquei ali, sentadinha sozinha.
Neste momento que a gente fala pro marido e pros amigos “Pode ir, eu fico aqui, sem problemas!!” porque não queria atrapalhar a feira de ninguém, mas por dentro bate aquela tristeza sabe? De querer estar ali junto… de poder fazer as coisas que todo mundo estava fazendo. Junto. Mas era o que eu poderia fazer né? Ficar ali… esperando.

Vale também mencionar que, quem me conhece, sabe que sou fã pra *** da DC e ai vem a Warner e monta um stand com a Liga da Justiça lá em cima, sendo acessada apenas por escada!!! Basta chorar né…

Vale ressaltar que o stand da Toddy foi um dos melhores para mim! Passei várias horas dos meus dias apredendo a jogar jogos de tabuleiros super legais, comendo cookies e bebendo Toddynho sentada nos bancos! Valeu Toddy!

Na sexta-feira fui novamente e não queria acionar os bombeiros de novo, então levei minhas muletas e sai do estacionamento BEM lentamente e fui andando para a entrada (a qual o acesso é horrível e a rua até lá é mais íngreme que a rua para a casa do Tony Stark) para pegar a cadeira elétrica e curtir mais um dia. Mesmo esquema, staff super atencioso, porém o público aumentou, mas como eu sabia que sábado e domingo seriam os piores dias, tirei sexta para ver todos os stands que pude. Apesar de ter preferencial em todas as filas por direito, praticamente não usufrui disso, e por quê? Tente ir ao começo de uma fila (como HBO, Riachuelo (e seus micro corredores), loja do Harry Potter, etc.) onde as pessoas estão há horas esperando? Pois é… imaginou a cena? É isso mesmo… caras feias para todos os lados. Uma pena… pois mal sabem essas pessoas que eu daria tudo para ter naquele momento condições físicas de ficar horas nas filas, como já fiquei em todos os outros anos que fui.

Voltei à convenção só no ultimo dia, pois já tinha visto o que dava nos outros dias, e sabia que sábado seria um dia bem lotado. Fui domingo, pois não sabia como – e já tinha sonhado com esse dia antes de quebrar o pé – mas queria muito ver o painel do Simon Pegg e do Will Smith, e para a minha grata surpresa, ao chegar no evento logo após o horário de abertura, a fila preferencial estava vazia no painel Cinemark e eu me aproximei para pedir informação de como funcionava, e foi quando um funcionário me disse que era só aguardar uns minutinhos e entrar, pois o pequeno espaço que é separado para os deficientes, estava até então vazio. Foi ai que entrei… e passei o dia todo lá, pois não queria perder meu lugar. Vi de perto o painel da Warner, o Simon, a Alicia Vikander (que é mais linda ainda do que parece nas fotos), e todas as novidades dos filmes para o ano que vem! Vi também o painel do Maurício de Sousa e me emocionei em vários momentos… foi incrível relembrar que já “lia” os gibis da Turma da Mônica sem nem saber ler, mas minha mãe me contava que eu inventava as histórias em função do que estava desenhado e fazia a minha versão. Foi lindo demais vê-lo pessoalmente e todo o sucesso da MSP! E o painel do Will Smith… bom, esse não precisa comentar, não é? Acho que ele quebrou a internet e mostrou que é o Rei da CCXP!
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Em resumo, me senti feliz de não ter desistido de ir, pois além das andanças, a CCXP também é para mim aproveitar o momento para ser livremente geek com meus amigos, e sem atrapalhar ninguém, eu consegui! Não vi muita coisa, mas recebi muitos sorrisos, abraços e risadas, que já valeram totalmente a pena!
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Não sou deficiente física permanente, eu “apenas” estava com o pé quebrado, mas por 4 dias senti na pele (ou no pé?) como é ter problema de mobilidade em grandes eventos, e olha… Não é fácil não. Nós achamos que os heróis são Batman, Superman e companhia, mas para mim os verdadeiros heróis são os geeks com deficiência física permanente que encaram esses eventos com um sorriso no rosto e o coração explodindo de alegria… Esses sim, são os maiores exemplos a serem seguidos.
E que venha a CCXP 2018… mas espero que dessa vez, sem cosplay de Professor Xavier!