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Bloodstained: Ritual of The Night | Review

Das mãos de Koji Igarashi, produtor do consagrado Castlevania: Symphony of the Night, temos em Bloodstained um sucessor espiritual de respeito, que enche o coração dos fãs de alegria e animação numa aventura que de Castlevania, só não tem o nome.

Ao sair da Konami em 2014, Iga, como é conhecido, resolveu que trabalharia em um novo projeto, trazendo os conhecidos elementos de Metroidvania que havia trabalhado na série durante seu tempo na companhia japonesa. Então, no fim de 2014, ele abriu uma campanha no Kickstarter onde arrecadou mais de 1.5 milhões de dólares em menos de 4 horas. Acho que essa era a resposta dos fãs ao perceber o escopo do projeto e como se desenharia em algo que combinasse nostalgia e excelência.

Apesar de alguns adiamentos, em 2019 Bloodstained finalmente chegou aos consoles de mesa e PCs, e eu não poderia estar mais satisfeito com o resultado. Bloodstained: Ritual of the Night é não só um excelente Castlevania, como é um jogo que se sustenta sozinho em suas mecânicas, com um level design impecável, e uma história simples, porém bem escrita.

Bloodstained: Ritual of The Night
Miriam e Zangetsu numa sequência de ação

A história se passa no século 18, durante a revolução industrial. A guilda dos alquimistas realizou pesquisas sobre demônios e seres das trevas, e como condensar esse poder maligno em fragmentos de cristal. Os humanos que passaram por esse experimento se tornaram os Shardbinders, e são capazes de controlar esses poderes mágicos recolhendo fragmentos de cristal. O problema é que esse poder corrompe o usuário, podendo os levar a insanidade e a morte.

Uma das sobreviventes desses experimentos é Miriam, uma jovem Shardbinder que consegue absorver vários cristais sem se corromper completamente. Tudo muda de figura quando um castelo das trevas é invocado, e Miriam precisa encarar um velho amigo para trazer a paz na terra novamente.

Castelo das trevas, mal maior, igreja corrupta… Acho que já vimos isso antes, não?! E esse é o principal charme de Bloodstained. Ele segue a estrutura de um Castlevania tradicional, mas traz consigo um charme único em mecânicas que não vemos tradicionalmente na série.

Bloodstained: Ritual of the Night
Inimigo derrotado sendo transformado em fragmento de cristal.

No game, nós temos um hub principal que fica numa aldeia. Lá, temos lojinhas para comprar e vender itens, alguns aldeões para fazermos missões em troca de outros itens, como matar um número X de inimigos, ou entregar um item Y para o NPC. Também temos uma mecânica complexa de crafting, que permite mudar o jogo em certas situações.

Podemos construir armas, armaduras, e acessórios. Podemos desmontar os mesmos itens e criar novos a partir dos itens derivados. Podemos cozinhar com os itens comestíveis, e criar misturas interessantes. Tudo isso gera vantagens para Miriam avançar em sua jornada, e é de extrema importância dominar o crafting do jogo antes de avançar nas partes mais complexas do castelo. Se alimentar pela primeira vez com um prato novo gera bônus como aumento da barra de vida e outras estatísticas.

Você consegue novas receitas, e novas fórmulas de itens explorando o castelo, e desbravando cada pedaço do mapa. A exploração, assim como nos mais tradicionais metroidvanias é essencial para seu desempenho, e há toneladas de segredos escondidos nos lugares mais imprevisíveis.

Os fragmentos encontrados ao longo da aventura também podem ser melhorados, e manter um rank alto nas habilidades mais utilizadas facilita na hora de enfrentar os chefões sanguinários do jogo.

Bloodstained: Ritual of the Night
Piano?

A trilha sonora é incrível, e não poderia ser diferente, já que foi realizada pela Michiru Yamane, já conhecida dos fãs de Castlevania pelas excelentes trilhas de Bloodlines e Symphony of the Night.

Os gráficos são bonitos para um jogo 2.5D, mas não são algo de outro mundo. Em compensação a direção de arte, tanto dos cenários, quanto dos inimigos e dos personagens é lindíssima e me deixou louco para colocar um quadro novo na sala de casa.

Infelizmente, as primeiras versões do jogo saíram com alguns bugs e problemas de desempenho que foram corrigidas com atualizações. Eu joguei a primeira vez no PC, e após fazer o final ruim do jogo, resolvi esperar um tempo para voltar a jogar, devido aos slowdowns e crashs que ocorriam nas primeiras versões. Felizmente, tudo parece estar resolvido, e até a versão de Nintendo Switch que era a que mais sofria com desempenho baixo recebeu melhorias incríveis e parece estar perfeitamente jogável.

Bloodstained: Ritual of the Night é o melhor Castlevania desde Symphony of the Night, mesmo não se chamando Castlevania. Será que veremos um novo Igavania no futuro? Espero que sim, Bloodstained merece uma continuação para carregar o legado de Castlevania à novos jogadores.

O jogo está incluso no catálogo do Xbox GamePass, então você pode jogá-lo se for assinante.

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