Filmes e Séries

Blade | A Esperança nem sempre é uma Luz!

No último sábado, a Marvel anunciou no painel da SDCC (San Diego Comic Con) diversos filmes do seu universo cinematográfico, além de algumas séries como Loki e Falcão e o Soldado Invernal. Dentre todos os anúncios (fantásticos como um certo quarteto também anunciado) , aquele que mais me chamou a atenção com certeza foi o do Blade.

Caso você não saiba (impossível se sempre viveu na Terra, mas tudo bem, vai que você estava detido em alguma prisão do Império Shi’ar nos últimos anos), Blade é um caçador de vampiros que protagonizou um dos melhores filmes de ação/horror dos anos 90, rendendo duas continuações, o excelente Blade II e o sofrível Blade Trinity.

As películas eram protagonizadas por Wesley Snipes, e contaram com outros nomes de peso no elenco das três produções, como Ryan Reynolds, Kris Kristofferson, Ron Perlman e Norman Reedus.

Vale mencionar que numa época em que super heróis e histórias em quadrinhos ainda eram vistos como coisa de criança pela indústria cinematográfica, Blade mostrou que essa mídia também tinha espaço para muito sangue e violência, e sem perder o conteúdo, já que os dois primeiros filmes tinham uma história muito bem desenvolvida (Trinity só em Matrix), cheia de reviravoltas e cenas de ação de cair o queixo. Ou seja, um verdadeiro deleite para o público adulto.

Ora, mas se já tivemos três filmes do caçador de Edward Cullen, sendo que o terceiro foi ridículo, qual o motivo para a empolgação com esse anúncio de sábado? Eu te explico, meu venerado, minha venerada:

Até agora a Marvel seguiu uma fórmula bem leve na produção de seus filmes e na entonação de todo o seu universo cinematográfico. Isso não é ruim, porém, retira o potencial de exploração de histórias fantásticas relacionadas a personagens que possuem um ar mais sombrio, o que os torna incompatíveis com essa pegada mais amena da Casa das Ideias nos cinemas. É muito fácil visualizar o Homem Aranha no UCM, ou até mesmo o Surfista Prateado, mas esse exercício se torna bem mais desafiador quando somos convidados a imaginar a inclusão de personagens como o Motoqueiro Fantasma e o próprio Blade, que fogem do arquétipo tradicional de herói.

O anúncio desse filme, portanto, pode sugerir que a Marvel pretende dar uma sacudida em seu universo, estando disposta a se aventurar em histórias mais obscuras e direcionadas, talvez, para um público mais adulto, com menos piadas (talvez dando preferência para aquelas de tom mais ácido), e com a criação de uma história e ambientação mais tensa do que o convencional.

E isso é ótimo! Assim como dia e noite possuem luz e trevas, a Marvel parece entender que seu universo pode sim ter momentos claros e obscuros. Adaptação é a palavra chave para que o UCM continue engrenado e a todo vapor. É fantástico imaginar as inúmeras possibilidades criativas de um universo cinematográfico que abrange tanto personagens leves e divertidos como o Homem Aranha e o Tocha Humana, quanto personagens mais densos e sinistros como o Blade.

Outro ponto positivo está na inclusão de vilões ainda mais macabros e nefastos do que o excelente Thanos, como Mephisto e O Maestro, personagens que trarão um peso ainda maior para as futuras sagas que podem chegar aos cinemas. Além disso, super equipes sombrias, quase vilanescas, como os Thunderbolts e os Vingadores Sombrios, podem ganhar espaço com essa disposição da Marvel em abraçar o soturno.

Não podemos fechar os olhos para o fato de que a Marvel é um studio da Disney, o que aparenta ser um obstáculo para filmes extremamente violentos e sanguinolentos. Pode sim acontecer de as adaptações desses heróis menos convencionais ocorrer de forma mais suave, mas não podemos perder as esperanças de ganharmos adaptações mais sinistras para as telonas sob o selo da Casa das Ideias. 

Não vamos nos esquecer de que a aquisição da Fox trouxe, além dos X-Men, o Deadpool, e rumores apontam que a Disney pretende manter a restrição para maiores dos filmes vindouros do Mercenário Tagarela, ainda que nada se saiba sobre sua inclusão, de fato, no UCM. E não podemos deixar de lado a declaração do próprio Kevin Feige de que o Blade irá compor a fase 5 do universo cinematográfico que tanto amamos. Ou seja, nada de selo extra UCM por enquanto. Vamos torcer para que toda a violência e brutalidade do vampirão seja transportada para as telonas mais uma vez.

No mais, fique ligado no blog, já que qualquer nova notícia sobre a futura produção do Blade será anunciada por aqui.

E enquanto espera a nova adaptação do Daywalker, que tal já se preparar consumindo como sangue alguns materiais do híbrido mais perigoso que existe? (depois do Ligre e do Wolphin).  Ps: só não veja Blade Trinity.

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