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BIG Festival | O Brasil é a casa dos games independentes

No dia 27 de junho, começou o Brazil’s Independent Games Festival, mais conhecido como BIG Festival, um evento de jogos independentes que carrega o posto de maior evento de jogos Indies da América Latina.

Eu não poderia perder esse evento maravilhoso, e me desloquei do Rio de Janeiro para a terra dos meus colegas paulistanos, pronto para encarar filas, evento lotado, e todos aqueles perrengues que grandes eventos costumam nos proporcionar.

A mudança de local para o Club Homs por questões financeiras, e até mesmo o cancelamento da edição na minha terra natal (que eu falarei no fim do texto) me fez ficar com o pé atrás. Felizmente, o BIG Festival me proporcionou justamente o oposto de tudo isso. Mesmo nos momentos de maior lotação dos dias, dava para andar tranquilamente entre os stands, e conversar com os desenvolvedores.

Se o evento não era tão grandioso no sentido literal da palavra, seu coração é gigantesco. A grande variedade de jogos fez com que todo mundo encontrasse um stand favorito, um jogo que chamava a atenção só de olhar. Eu mesmo me apaixonei por pixels umas cinco vezes, e ver que tem espaço para inovação em um mercado tão saturado sempre traz esperança de dias melhores.

Um grande acerto do BIG Festival, que com certeza faz parte da magia do evento é a possibilidade de conversar com os desenvolvedores brasileiros que estão ali presentes, apresentando seu jogo, mostrando suas idéias e concepções, independentemente de quem estava ali para jogar. Vi um desenvolvedor explicar para uma criança com uniforme escolar um joguinho de plataforma, com a mesma paixão e vontade que explicava pra mim, que estava com crachá de imprensa.

Jogos de todos os tipos e tamanhos

Durante os 4 dias de evento, eu e meus colegas tivemos a oportunidade de testar diversos jogos com propostas diferentes. Como são MUITOS jogos, fica difícil falar de todos, então vamos citar os que mais chamaram a nossa atenção, seja pela qualidade ou pela experiência.

Obs.: Os nomes em parênteses representam qual membro do Dinastia testou o jogo.

Intertwined (Bruno)

O primeiro jogo que testei na feira, e um dos que mais gostei. Intertwined é um jogo de exploração em primeira pessoa, com toques de parkour. O que mais me chamou atenção ao testar foi a jogabilidade bem polida e precisa, e como os desafios de exploração são recompensadores para aqueles jogadores insistentes. (Fiquei quase 1 hora jogando essa delícia!)

Unruly Heroes (Rapha)

Dos mesmos desenvolvedores de Rayman Legends, o jogo é extremamente agradável e fácil de jogar, mantendo a belíssima linha artística, jogabilidade e sonoridade que fizeram de Rayman o grande sucesso que é. Com 4 personagens diferentes disponíveis cada qual com sua habilidade específica, o ambiente do jogo me remeteu a Kung Fu Panda, seja pelos personagens disponíveis ou pelas fases disponíveis.

Unheard (Rapha)

Por meio de somente de escutas investigativas e simples movimentação por uma delegacia, você se guia pelo som para opinar quem é o acusado de um crime. O jogo chinês tem merecimento total pela indicação à melhor som pela imersão que proporciona ao jogador, com mecânicas simples em uma estrutura pra lá de inovadora.

Marie’s Room (Bruno e Vítor)

https://www.youtube.com/watch?v=9LI0hnt_f6Y

Eu sei, jogos de exploração em primeira pessoa em um lugar fechado estão em todos os lugares. O diferencial de Marie’s room é a sua qualidade narrativa. No jogo você tem um diário, que vai atualizando com informações, carimbos, cartões postais, e recortes de jornais, conforme você vai explorando o quarto. O enredo é extremamente surpreendente, e no meio do jogo você fica pensando nas infinitas possibilidades que a trama poderia te carregar.

Raider of the Ruby Chest (Bruno)

Jogabilidade de plataforma, gráficos em 8 bits, paleta de cores do Game Boy Color… Preciso dizer mais alguma coisa?! O curioso desse jogo, é que ele era um projeto abandonado, e eles resolveram ressuscitar em uma engine nova e mais funcional, e pretendem lançar por um preço super modesto. Jogando ele me lembrou Gato Roboto, com toques de Spelunky, e até de Monster Boy.

Pixel Ripped 1989 (Bruno e Rapha)

Não atoa o vencedor da categoria inovação, Pixel Ripped 1989 é um jogo dentro do jogo. Você controla uma garota no fim dos anos 80, que precisa jogar seu portátil retrô dentro de diversas adversidades, como se esconder de uma professora enquanto joga na sala de aula. A jogabilidade é excelente pra proposta VR, e os jogos do portátil virtual são extremamente divertidos e viciantes, e não teve uma pessoa que não saiu sorrindo do teste disponível no evento.

Moss (Vítor)

Um jogo muito divertido onde ajudamos a jovem ratinha Quill em sua aventura, interagindo com o cenário e resolvendo quebra cabeças para conseguir movimentar Quill.
Um dia, enquanto explorava a floresta, ela encontrou uma pedra misteriosa e uma magia antiga foi despertada. Com seu tio agora em perigo, Quill deve embarcar em uma jornada épica, e ela precisa de você ao seu lado. Vocês viajarão para reinos esquecidos, solucionarão enigmas desafiadores e lutarão contra inimigos ameaçadores. Sozinho, ninguém conseguirá vencer essa ameaça. Mas unidos, vocês podem derrotar até o mais sombrio dos vilões. Ajude a escrever a história de uma nova heroína.
Se você possui algum dispositivo VR para PC ou o PlayStation VR, jogue pois vale muito a pena.

Dream Dasher (Bruno e Vítor)

Um jogo brasileiro de plataforma onde controlamos uma bola que pula e da dash, conforme progredimos na aventura desbloqueamos novos poderes. Possui uma mecânica de dash muito legal necessária para passar as muitas fases, incluindo mais de 4 chefões. Ainda em desenvolvimento, mas deve ser lançado até o final do ano que vem.

Problemas de investimento

O BIG Festival acontece desde de 2012, e é um evento consagrado no mercado nacional de games. O evento era realizado desde 2014 no Centro Cultural São Paulo, e esse mudou-se para o Club Holms, um local menor e mais intimista. Felizmente mesmo em momentos mais cheios não houve super-lotação.

O problema maior foi o cancelamento do evento no Rio de Janeiro. Cancelamento esse que foi atribuído à um problema na lei de incentivo à cultura, que ainda não teve seu edital aberto, e sofreu um corte de 60 milhões de reais, para 1 milhão de reais.

A organização planeja retornar para o Rio de Janeiro no ano que vem, mas muitas coisas precisam ser colocadas em pauta. O Rio tem problemas graves de segurança pública, transporte e até financeiros. No momento é importante torcer.

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