Filmes e Séries

Alto Mar – 3ª Temporada | Uma nova viagem | Crítica

Na temporada passada, eu me questionava se Alto Mar merecia uma continuação. Ao acompanhar o decorrer desse novo ano da série Netflix, eu tenho a certeza que vou sentir saudades de Eva, Carolina, e dos outros passageiros do Bárbara de Braganza.

Mantendo o ritmo novelão das duas temporadas anteriores, a série conseguiu ousar pela forma dramática que narrou a história desse terceiro ano, assim como causou impacto em seu público, sendo capaz de provocar perrengues que antes não foram alcançados, seja pela limitação do roteiro ou pela performance do elenco.

Destino: México

Se nas duas primeiras temporadas acompanhamos a viagem até o Rio de Janeiro, dessa vez partimos de Buenos Aires rumo ao México. Muitos dos passageiros se mantiveram no navio, mas outras grandes aquisições a tripulação foram feitas.

A principal delas é um ator já conhecido dos brasileiros. Marco Pigossi se junta ao elenco num papel de Fabio, um espião britânico que é responsável através de Eva por dar ritmo a temporada. O perrengue da vez em que está envolvido o Bárbara de Braganza é a presença de um vírus letal proveniente da fórmula de um cientista nazista, e o espião precisa de Eva para ajudá-lo nessa missão.

Marco é de fato uma baita aquisição ao elenco, mas o papel acaba perdendo o nível de importância ao decorrer da temporada, o que nos faz pedir por mais espaço ao ator que mostrou que tem muito potencial para mostrar ainda mais em outras produções.

Uma nova história, um novo modo de contar

Diferente da viagem até o Brasil, dessa vez já sabemos logo de início o que de fato motivará a temporada. Logo na primeira sequência já somos apresentados a um navio tomado pelo vírus, aonde Eva e Fabio tem a missão de colocar ordem nos passageiros em busca de uma cura.

A narrativa começa duas semanas antes desse fato, quando Eva conhece Fabio ainda em Buenos Aires, e o resto é história. Além de Fabio, novos personagens aparecem na trama, como uma amiga de tempos do tio Pedro que já conhecemos nos anos anteriores, uma passageira que acabou de sofrer um grave acidente na face e um novo médico, afinal que história não tem um ÚNICO médico para salvar todo mundo, não é?

Assassinatos, dúvida de quem confiar, e se questionar até de quem está ao seu lado é algo que se mantém no terceiro ano de Alto Mar, mas tudo isso me parece já desgastado, mesmo que ainda buscassem problematizar mais as coisas. Resoluções simples não são tão atrativas assim.

Você piscou e passou

Se Alto Mar conseguiu me conquistar como uma série passatempo, em que é divertido assistir os episódios e se questionar o que de fato aconteceu ali, a velocidade das ações é tão rápida quanto nossa capacidade de dedução. Assim como nos dois anos anteriores, a terceira temporada passa voando, e isso não é tão bom.

Se eu disse ao início desse texto que a série ousa ao dar tons bem mais dramáticos em determinadas cenas, infelizmente tudo passa tão rápido e parece um corte mal feito, que nem dá tempo de sofrer. Sabermos antes o que de fato aconteceria foi uma ideia interessante, mas que tirou o que a temporada poderia proporcionar ainda mais: o drama.

A história de Alto Mar pode nunca ter fim, e indas e vindas nas viagens de navio ainda podem acontecer. Só lamento se isso tudo passar tão rápido e daqui a 1 ano eu simplesmente esquecer, que o Bárbara de Braganza tem uma nova viagem a fazer.

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