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A Prometida | Resenha

Peguem seus lencinhos! Depois de quatro longos anos, Kiera Cass publicou uma nova história e sim, você precisará deles durante a leitura.

Em A Prometida somos apresentados a um novo universo, ainda envolvendo princesas, reinos e coisas do século XVI. O prefacio do livro é uma carta da Kiera em que ela deixa bem claro que essa nova história não tem nada a ver com o universo de A Seleção, se você tinha esperanças de uma atualização sobre América ou Eadlyn, sinto muito em desaponta-lo (a).

Coroa é o nome do reino onde este romance se passa. Logo no começo conhecemos Hollis, a personagem principal, ela é uma jovem que faz parte da corte do Rei Jameson, filha única, com pais que nem sempre foram os melhores, mas que ela ama mesmo assim.

Conhecemos também Delia Grace, melhor amiga de Hollis que tem sido sua dama de companhia desde que o Rei começou a corteja-la. Delia Grace é muito grata a esta amizade, já que devido ao escândalo do passado, ela tem má reputação na corte e é sempre deixada de lado.

A atitude dela tinha um significado maior do que eu era capaz de expressa, maior do que eu era capaz de encarar. O que é uma amiga senão alguém que acredita que você consegue mais do que imagina?

O Rei Jameson, é um jovem rapaz que foi obrigado a se tornar rei antes do planejado devido a morte precoce de seus pais. Ele vinha a um tempo cortejando moças da corte, sempre passando para a próxima em pouco tempo, até o dia em que conhece Hollis.

O continente em que o romance se passa é formado por alguns reinos, o destaque fica para Coroa e Isolta, o reino com quem o Rei Jameson tem uma relação um tanto delicada.

Todos os anos, os governantes dos dois reinos se reúnem para celebrar a amizade entre ambos e fortalecer os laços, porem o Rei Quinten de Isolta tem se tornado um homem cada vez mais difícil de lidar e agradar. Este reinado conta ainda com a Rainha de Isolte, Valentina, ela é muitos anos mais jovem que o Rei e não muito sociável.

O povo de Isolta é majoritariamente representado na história pela família Eastoffe, que no comecinho da narrativa aparece em Coroa pedindo asilo. A família é composta por Lord e Lady Eastoffe; Silas, o filho mais velho, ferreiro com habilidades para fazer espadas e joias; Sulivan, o filho do meio, sempre quieto e consigo mesmo; Scarlett, a única filha; e Saul, o filho mais novo e fofinho.
Durante a visita do Rei Quinten e seu séquito, os Eastoffe recebem a visita de alguns parentes e seu sobrinho Etan, um jovem nacionalista e severo, tem certo destaque em algumas momentos.

Hollis passa de uma garota comum da corte à possível líder de reino muito rápido, ela começa a questionar se será capaz de executar seu papel com perfeição e lidar com as obrigações e exigências impostas a ela. Além disso, ela também começa a ver que as bajulações que o cortejo proporciona, podem esconder a verdadeira personalidade dos que a rodeiam.

Tem ainda a questão do romance, porque é claro que um romance arrebatador e complicado não poderia faltar na narrativa. Clichê da autora ou não, A Prometida conta com um triângulo (talvez “amoroso” não seja a palavra certa aqui) e escolhas difíceis.

Mais do que qualquer outra coisa, você me deu a companhia que sempre desejei na vida. Isso é tudo o que lhe peço. Qualquer expectativa que os outros tenha é supérflua. Se acha que é capaz de ser feliz como minha companheira neste mundo, tudo ficará bem.

A narrativa é contada pelo ponto de vista de Hollis, com um narrador onisciente. Ao longo da história, existem diversos saltos no tempo em que os acontecimentos ficam subentendidos, tornando a leitura dinâmica, porém diminuindo consideravelmente a experiencia imersiva que acompanha narrativas mais detalhadas.

Como fã de A Seleção que sou, não pude deixar de fazer comparações entre as histórias e ao fim do livro cheguei a conclusão de que A Prometida mostra um grau a mais de maturidade na escrita da autora, o final é tragicamente surpreendente e acaba deixando a sensação de que o livro todo é apenas uma introdução para algo muito maior (com o recadinho da autora no prefácio, as expectativas sobre o que acontecerá com Hollis e os demais personagens se mantem firmes e fortes).

Se você gosta de histórias contextualizadas na monarquia, não pode deixar de ler este livro. Lembrado que se trata, a princípio, de um Young Adult.

Aqui no Brasil o livro foi publicado pela Editora seguinte, selo jovem da Companhia das Letras. O livro está disponível na versão física e digital (que foi cedida pela Cia para esta resenha).

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