Não se deixe enganar, A Mãe Perfeita não é um livro com dicas para se tornar uma boa mãe, muito menos uma narrativa de auto-ajuda. Trata-se de um suspense aterrorizante sobre um bebê que é roubado de seu berço em uma noite de 4 de julho.
Winnie acabou de dar a luz a um bebezinho fofo que recebeu o nome de Midas, sem um companheiro para ajuda-la durante a gravides e o que viesse depois, Winnie decide entrar para um grupo de mamães.
O grupo Mamães de Maio é composto por várias mulheres que tem previsão de entrar em trabalho de parto no mês de maio, essas mamães se encontram todas as semanas em um parque no Brooklyn, Nova York, sob a sombra de um carvalho e lá conversam sobre suas dúvidas, medos e certezas em relação a gravidez e a maternidade.
As principais integrantes do grupo, que estão presentes em todas as reuniões são: Francie, mamãe em tempo integral, ela e seu marido tem passado por dificuldades financeiras; Nell, cheia de segredos, trocou de nome. Ela trabalha na área de cyber segurança de uma editora de revistas; Colette, é uma escritora fantasma (escreve biografias para pessoas que querem ter sua história contada como se elas mesmas tivessem escrito o livro), no momento está trabalhando secretamente na continuação da biografia do prefeito da cidade; Scarlett, esposa, mãe e mulher exemplar, está para se mudar para o subúrbio com o marido e o bebe recém-nascido; Winnie, a princípio ninguém sabe muita coisa sobre ela, apenas que ela aparenta ter dinheiro pelas roupas e acessórios que usa; Tolkien, ganha o apelido pela aparência, ele passa a fazer parte do grupo logo após o nascimento de seu bebe, todas as mães no grupo acreditam que ele seja gay.
“Colette”, disse a mãe. “Quando os abortos eram ilegais, as mulheres se atiravam escada abaixo. Você não vai matar seu bebê sem querer.”
As mamães do grupo começam a achar que Winnie está com depressão pós parto e decidem ajudar da melhor forma que acreditam ser a melhor: uma noite das mamães sem bebês, o encontro é marcado em um bar badalado, na noite do feriado. E para que Winnie não negue o convite, Nell até arruma uma baba para cuidar de Midas.
Ao voltar para casa, Winnie se depara com carros de policia em sua porta e uma baba desesperada, seu bebe foi levado do berço enquanto dormia.
Por que sempre tive que ser a mulher que fica em casa, obcecada pelo bebê, quando todas as outras mães do mundo parecem não ter qualquer problema em sair, comemorar um feriado, tomar um ou dois drinques? De alguma maneira. Elas conseguem navegar por esse mundo novo sem qualquer esforço. Tão calmas. Tão confiantes. Tão perfeitas, caralho.
A partir dai inicia-se uma investigação que passa a ser acompanhada de perto pela mídia. O grupo de mamães se envolve cada vez mais na investigação (e nas suspeitas), a vida de Winnie, das outras mamães e do papai do grupo são viradas de avesso e nenhum segredo está mais seguro.
O bebê está desaparecido há quatro dias e não há pistas de um suspeito. O caso todo parece desanimador. Fontes nos dizem que essa manhã, a babá, Alma Romero, de Honduras, foi levada para outro interrogatório.
Obviamente a trama aborda temas que envolvem a maternidade, relação com o parceiro depois no nascimento dos filhos, a conciliação entre trabalho e maternidade e questões de caráter psicológico envolvendo a situação.
A história toda é narrada pelo ponto de vista dos personagens, essa tática narrativa torna a trama extremamente envolvente e induz o leitor a certas conclusões que tornam o plot final surpreendentemente inesperado.
Após finalizar a leitura, voltei aos primeiros capítulos para lê-los novamente e tentar identificar informações que pudesse ter deixado passar. Interpretei o texto de uma forma totalmente nova e mesmo assim achei a narrativa excelente (o primeiro capítulo é a descrição do trabalho de parto).
A Mãe Perfeita chegou ao Brasil em 2019 pela editora Harper Collins, li a edição digital. Essa foi a primeira história da autora Aimee Molloy publicada por aqui, aguardando ansiosamente mais livros de Aimee Molloy.