Em 2018 comemoramos 10 anos que o maior filme de super-heróis já filmado foi lançado, e não, não estamos falando de Homem de Ferro, mas sim de Dark Knight, o segundo filme da trilogia de Christopher Nolan sobre o Batman. Primeiro filme inspirado nos heróis dos quadrinhos a alcançar US$ 1Bi de bilheteria, o longa traz frutos até hoje exaltados.
Antes de qualquer coisa vamos contextualizar o ano de 2008. Foi o ano em que Marvel, ainda longe da Disney, lançava seu primeiro filme, em parceria com a Paramount, além do filme do Hulk da Universal, co-produzido pela casa de ideias também. A Fox lançou X-men Origins Wolverine, filme que prometia, mas acabou decepcionando, tanto na qualidade quanto na bilheteria. A Sony amargava com os não tão bem aceitos Homem-Aranha 3 e Motoqueiro-Fantasma, ambos de 2007.
Mas e a Warner? O estúdio que detém os direitos da DC para o cinema, vinha de um filme que começou todo errado, Superman Returns, dirigido por Bryan Singer (eca!), de 2006 e Batman Begins, filme de Nolan que tirou o Batman do ostracismo, depois dos filmes horríveis de Joel Schumacher.

O clima apresentado no primeiro filme da trilogia de Nolan empolgou demais o público. A pegada mais ‘pé no chão’ até nos fez acreditar que o Bale poderia nos entregar um excelente Batman, mas ainda faltava algo pra nos encantar. Eis que veio Dark Knight.
O filme acerta na no ritmo, no roteiro, no casting, na direção de arte, na fotografia, na trilha sonora, enfim, um acerto atrás do outro. A escolha do vilões, Coringa e Duas Caras para serem antagonista ao morcego de Gotham foram acertadíssimas. Com um plot baseado em histórias como o Longo Dia das Bruxas, Piada Mortal, entre outros clássicos, o enredo do filme foi milimétrico roteirizado com frases icônicas. Há um tempo escrevi para o Dinastia sobre a base de HQs usadas na trilogia, aqui.

Mas o que pra mim eleva o nível do filme são as atuações. Gary Oldman como Gordon, dá uma carga dramática forte, mesma coisa sentida com Aaron Eckhart, como Harvey Dent. Michael Caine e Morgan Freeman entregam excelentes diálogos e Christian Bale faz um arroz com feijão básico que não chega a comprometer, mas quem rouba a cena é Heath Ledger como Coringa.
Ledger é espetacular e se entrega de uma forma nunca vista ao papel. Sua entrega pode ter custado sua vida, mas também valeu um Oscar de melhor ator coadjuvante pra ele. Acredito que uma atuação tão pesada como a dele só foi vista nove anos depois com Patrick Stewart, em Logan.

Um bom roteiro alinhado a brilhantes atuações foi muito bem ambientado no que eu considero a Obra Prima de Nolan. O diretor acerta na escolha por efeitos visuais práticos, edição linear mas com cortes rápidos e dá uma pegada bem urbana a toda a trama.
O grande problema é que após chegar ao seu auge, a Warner não conseguiu repetir grandes produções, e apesar do último filme da trilogia ter feito uma bilheteria excelente, a qualidade foi aquém do esperado. Hoje, 10 anos depois, o estúdio ainda luta pra repetir o sucesso do filme, com acertos e erros, mas nunca com algo tão grandioso. Aguardemos e torceremos SEMPRE, mas nada como re-assistir este filme maravilhoso.
