Filmes e Séries

Vingadores: Ultimato | Crítica | O último capítulo da Saga do Infinito

Como um fã de bons filmes, alguns momentos me marcaram muito ao longo dos anos. Assistir a Sociedade do Anel no cinema, o VHS com os 3 filmes Star Wars (saudades modo EP/6h), Titanic, o meu primeiro blockbuster cheio de CGI, o qual assisti 13 vezes no cinema, entre tantos outros, que mais do que bons longas, trazem muitas memórias afetivas. Sabe quando você pega um copo que lembra algum que você tinha na infância e acaba sentindo o sabor do leite com chocolate que sua mãe preparava? Foi assim que me senti ao assistir Vingadores: Ultimato.

Não só o melhor filme da Marvel, mas o melhor filme de herói já feito e, possivelmente, um dos mais importantes da história do cinema, Vingadores: Ultimato foi como se cada momento da casa das ideias no cinema fosse celebrado como um marco. Diversos diálogos, enquadramentos ou simplesmente personagens rimavam com alguma passagem da editora, como se tudo tivesse sido milimetricamente planejado para produzir uma cartase visual.

E por mais que eu tente explicar com palavras coerentes e comentar os aspectos técnicos, que fizeram desta conclusão para saga do infinito, épica, eu não conseguirei ser isento. Hoje eu sou uma bitch dos Russos, sou uma daquelas putinhas que eles podem fazer o que quiserem, porque meu estado catatônico me coloca em uma vulnerabilidade nunca sentida.

Lógico que parte de desse processo de possessão se deve pelo cuidado que tantos os irmãos Joe e Anthony, diretores da trama, quanto os roteiristas Christopher Markus e Stephen McFelly e, porque não, o produtor Kevin Feige tiveram em entregar um filme coeso, redondinho no texto e com uma montagem dinâmica e certeira.

O filme começa exatamente onde o Guerra Infinita terminou e conta a forma como quem restou do arrebatamento lidou com a ação de Thanos. Todas as consequências parecem pesar nos ombros dos nossos heróis, mas eles precisam seguir em frente. Em um momento uma luz parece surgir para reverter tudo e uma longa jornada se inicia.

Parece que cada frame está no lugar certo, seja na hora de emocionar, divertir ou empolgar. Esse é o primeiro ponto a se falar do filme, o perfeito equilíbrio na montagem. Sabidamente famosa pelo uso de sua fórmula, a Marvel elevou tudo a nonagésima potência, dando aspectos épicos, pincelados em Guerra Infinita, mas que remete muito mais a sagas como Senhor dos Anéis, por exemplo.

O roteiro é inteligente, porque ao mesmo tempo que não perdeu segundos preciosos com falas desnecessárias, ele preenche lacunas que outros filmes deixaram vazias. Você sai com impressão que todas a pontas soltas foram atadas. Todos os 21 filmes anteriores a este são referenciados, alguns de forma mais claras, outros, de forma orgânica e subliminar, entre diálogos muito bem escritos. Era de Ultron, Guerra Civil, Soldado Invernal e até Homem de Ferro 3 são correlacionados de forma brilhante. Fã service formoso, Fã Service bem feito.

Sagas clássicas dos Gibis, como a do Infinito e mais recentes como Império Secreto tem excelentes referências. Por falar em HQs, a última aparição de Stan Lee, foi curta, mas recebida com muitos aplausos.

A direção é um show a parte, desde cenas que grandiosas, onde a coreografia parecia ter sido extraída de splash pages, até interações entre 2 ou 3 pessoas, com o tom devidamente claro. Chegadas e partidas são dirigidas com maestria. Você vai de uma gargalhada á lágrimas em pouco segundos e não fica incomodado com isso, muito pelo contrário, é como se os diretores brincassem com seus sentimentos de forma proposital.

E atuações? Que coisa mais linda, todos, sem exceção entregaram a sua melhor performance em um filme da Marvel, mas Scarlett Johansson, Chris Evans e Robert Downey Jr, nesta sequência, entregaram a alma por esse filme, com todas as camadas que um grande ator/atriz poderiam mostrar. Chris Hemsworth, Karen Gillan e Gwyneth Paltrow brilham em uma escala um pouco abaixo, mas ainda sim espetaculares.

Um filme dessa magnitude pode pecar por qualquer coisa, menos pela coragem e meus amigos, como esse filme é corajoso. Escolhas precisam ser tomadas. E são. Algumas podem incomodar? Podem, mas são ousadas o suficiente para serem imortalizadas. A Jornada dos seis Vingadores originais é concluída, com destaque pra santíssima Trindade. Thor, Ironman e Capitão América tem suas histórias aprofundadas e são o fio condutor de toda a trama. Sempre criticada por evitar consequências, aqui o estúdio não se esconde e toma decisões difíceis.

Dez anos, quase 11 na verdade, do MCU foram respeitados, referenciados e com certeza os Vingadores que acompanhamos nessa década ficarão eternizados em nossas memórias, depois deste épico maravilhoso. Cada personagem tem seu papel, uns mais, outros menos, mas cada participação tem um propósito. Nada é gratuito. Posso afirmar que foi melhor experiência cinematográfica que já tive.

Preciso dizer que o CGI está incrível, mas algo que me surpreendeu foi como a trilha sonora influenciou na minha percepção do filme. Alan Silvestre parece ter voltado a boa forma e entregou o que possivelmente é melhor trilha sonora da Marvel.

Noletes, seguidores de Snygod, Nerds de boutique e até os Quadrinheiros Raiz, todos, sem exceção, não tenham vergonha de aplaudir, reverenciar ou chorar. Hoje tudo é permitido, todos nós somos marvetinhos safados e após o choque do final, passemos a fase da aceitação e questionamos, o que vai ser agora? O que será do MCU? Quais serão os próximo filmes? X-men? Quarteto Fantástico? Me diz Marvel o que vc tem pra mim, porque meu coração está em pedaços, mas logo estará pronto pra novas aventuras. Use e Abuse, sem moderação, custe o que custar.

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